Assaltante nordestino Ei, bichim...Isso é um assalto... Arriba os
braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no- mato e não faça pantim se não enfio
a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é
que eu tô com uma fome da moléstia...
Assaltante mineiro Ô,
sô, prestenção...Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim
quesse trem na minha mão tá cheio- de bala... Mió passá logo os trocado que eu num tô
bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!!
Assaltante baiano Ó,
meu rei... Isso é um assalto... (longa pausa). Levanta os braços, mas não se
avexe não... (pausa). Se num- quiser, nem precisa levantar, pra num fica cansado...
Vai passando a grana, bem devagarinho... (longa pausa). Num repara se o berro
está sem bala, mas é pra num ficá muito pesado... Não esquenta, meu irmãozinho
(longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante paulista Orra, meu... Isso é um assalto, meu...
Alevanta os braços e passa a grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu- ainda preciso pegar a bilheteria
aberta pra comprar o ingresso do jogo, meu... Pô, se manda, meu...
Observamos no texto várias cenas de assalto em que o produtor inicia as falas dos assaltantes por
pretensas formas de chamamento de cada região, a exemplo de Ô, sô, do mineiro.
As apresentações do assalto calcam-se em estereótipos,
imagens que não raras vezes não correspondem à realidade.
Na construção do humor, levou-se em conta comportamentos que
supostamente caracterizam o povo da região, a exemplo da lentidão do baiano e
da pressa do paulista.
A análise da linguagem das cenas permite afirmar: Em
Assaltante nordestino, o uso adequado de verbos no imperativo que caracteriza a
linguagem padrão, assim como bichim, num, tô e pra marcam registro oral.
No texto todas as variedades linguísticas regionais são
perfeitamente adequadas à realidade em que se inserem. É
compromisso da escola ensinar a variedade padrão, mas não denegrir ou eliminar
a língua que o aluno traz de casa.
Considerando que os alunos falantes de variedades
linguísticas diferentes da chamada “língua padrão”, têm direito de dominar essa
variedade, que é a esperada e mais aceita em muitas práticas valorizadas
socialmente; têm direito também ao reconhecimento de que seu modo de falar,
aprendido com a família e a comunidade, é tão legítimo quanto qualquer outro e,
portanto não pode ser discriminado. Dentre as capacidades relativas à língua
falada que é preciso desenvolver nos alunos, para possibilitar a todos a plena
integração na sociedade,e a participar
das interações cotidianas em sala de aula, escutando com atenção e compreensão,
respondendo às questões propostas pelo professor, expondo opiniões com os
colegas e com o professor. Respeitar a
diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas, professores e
funcionários da escola, bem como por pessoas da comunidade extra-escolar. Usar a língua falada em diferentes situações
escolares, buscando empregar a variedade linguística adequada. Realizar com pertinência, tarefas cujo
desenvolvimento dependa de escuta atenta e compreensão, pois o desenvolvimento
da oralidade inclui não apenas a capacidade de falar, mas também a capacidade
de ouvir com compreensão.
De acordo com Oliveira (2005), “Política Linguística, para além do aspecto compreendido como 'estudo', implica [...] também em 'intervenção', sendo esse aspecto chamado por nomes diversos, mas mais frequentemente de Planificação Linguística, isto é, a colocação em prática de políticas linguísticas. [...]. 'Intervenção' significa, na posição com que temos trabalhado, estabelecer parcerias com as comunidades falantes das línguas brasileiras, isto é, as línguas faladas pelos cidadãos brasileiros.”
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão:
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
De acordo com Oliveira (2005), “Política Linguística, para além do aspecto compreendido como 'estudo', implica [...] também em 'intervenção', sendo esse aspecto chamado por nomes diversos, mas mais frequentemente de Planificação Linguística, isto é, a colocação em prática de políticas linguísticas. [...]. 'Intervenção' significa, na posição com que temos trabalhado, estabelecer parcerias com as comunidades falantes das línguas brasileiras, isto é, as línguas faladas pelos cidadãos brasileiros.”
As políticas linguísticas para os povos
indígenas, enquanto 'intervenção', precisam ser feitas em trabalho conjunto com
as populações indígenas, considerando-se que cada comunidade indígena tem forma
de organização, métodos e tradições políticas específicas.
Considerando a constituição da escrita, o RECNEI (1998) dia
que: “a constituição de uma língua indígena escrita é tarefa social, que tem de
ser feita pouco a pouco; inicialmente, pelos professores e alunos indígenas, e,
depois, por pelo menos uma boa parte da comunidade que usa aquela língua. Uma
língua só pode se tomar verdadeiramente escrita, na medida em que for sendo
muito escrita por muitas pessoas. Assim, se existe a intenção de que a escrita
e o seu ensino na escola tenham algum sentido para as comunidades indígenas, é
preciso que a escrita exista também fora da escola, isto é, é preciso que
existam materiais escritos em línguas indígenas circulando nas aldeias. E é
preciso, sobretudo, que esses materiais expressem os interesses de leitura, de
aprendizado, de lazer e de informação das populações indígenas”.
A escrita de uma
língua indígena não depende apenas da escola, pois é uma construção coletiva,
envolvendo também a comunidade e suas aspirações em relação ao material
escrito.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre
transformações com o passar do tempo em virtude de vários fatores advindos da
própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão:
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
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