ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS À DOCÊNCIA
Elis Regina Fogaça
Silveira
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os superdotados
formam de 1% a 3% da população. Há quem diga, porém, que essa porcentagem se
refere apenas aos talentos que se destacam nas áreas intelectuais ou
acadêmicas. Porém, se avaliarmos as competências dessas crianças, referentes à
liderança, criatividade, psicomotricidade e artes, as estatísticas aumentarão
consideravelmente. Esse grupo tem sido mal identificado no Brasil, demonstrando
como existem tabus a serem rompidos, pelo desconhecimento do tema por parte não
só da sociedade, mas também da escola e família. Já é fato que, se uma criança
com Altas Habilidades não é estimulada intelectualmente, podem ocorrer
alterações de comportamento como resposta à frustração vivenciada por ela. É
comum que alunos se tornem entediados e retraídos diante da rotina escolar, e a
falta de oportunidades do meio pode levar o sujeito à indiferença, à apatia e a
reações agressivas, podendo chegar até mesmo a ocultar seus talentos. De acordo
com as diretrizes da Secretaria de Educação Especial, a identificação da
criança com Altas Habilidades deve ocorrer o mais cedo possível, já na
pré-escola, visando ao pleno desenvolvimento de suas capacidades e ao seu
ajustamento social. Cada aluno deve ser atendido em sua totalidade. A proposta
é utilizar fontes múltiplas na identificação, não enfatizando resultados em
testes de QI, mas considerando importante conhecer a história de vida familiar
e escolar do aluno, seus interesses, suas preferências e padrões de
comportamento social em variadas oportunidades e situações. O processo de
identificação deve caracterizar um trabalho interdisciplinar e
transdisciplinar, ressaltando um compromisso socioeducacional mais amplo.
Sabe-se que a inteligência apresenta predisposição genética, mas o meio
cultural é, sem dúvida, propulsor para o aperfeiçoamento das habilidades. Assim
como os pássaros dependem das duas asas para levantar voo, as crianças
portadoras de Altas Habilidades/Superdotação necessitam de um meio familiar e
social acolhedores que possibilitem a sua integração. [Texto adaptado] Fonte:
Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas. Maria Beatriz Jacques Ramos
& Elaine Turk Faria (orgs.). Porto Alegre: PUCRS, 2011, p. 101.
Compreendendo o texto
A Organização Mundial
de Saúde diz que o número de superdotados em nosso planeta fica entre 1% e 3%
da população. Pelas informações contidas no texto, sabe-se que a OMS considera
superdotadas as crianças que se destacam nas seguintes áreas ou competências: intelectual e acadêmica.
Que razão o texto
apresenta para que alunos se tornem entediados e retraídos diante da rotina
escolar? A falta de estímulo intelectual.
Os procedimentos para
identificar as crianças portadoras de altas habilidades incluem os seguintes
pontos:
I – aplicação de testes de QI;
II – levantamento do
histórico familiar;
III – avaliação do histórico escolar;
Diz o texto que “o
processo de identificação deve caracterizar um trabalho interdisciplinar e
transdisciplinar, ressaltando um compromisso socioeducacional mais amplo.”
Entende-se um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar como aquele que envolve
mais de uma disciplina.
O texto defende o
seguinte ponto de vista: A predisposição genética não é o único fator
que causa o desenvolvimento da inteligência.
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