Baseando-se na Lei nº 13.146/2015, que institui a
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, considera-se barreiras urbanísticas as que
existem nas vias e nos espaços públicos e
privados abertos ao público ou de uso coletivo. Essa Lei é destinada a assegurar e a promover,
em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, tendo como objetivo a
sua inclusão social e cidadania.
Mantoan (2002) ressalta a importância de se ensinar
toda turma, sem que haja exclusões.
Expectativa elevada do professor em relação
à capacidade dos alunos de progredir e
à persistência na busca de meios que os
possibilitem vencer os obstáculos escolares.
Presença de atividades que possam ser
abordadas por diferentes níveis de compreensão
e de desempenho dos alunos e que não realcem
os que sabem mais ou os que sabem menos. Princípio de que as crianças sempre sabem
alguma coisa, de que todo educando pode
aprender, respeitando o tempo e o jeito que lhe
são próprios.
De acordo com Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência, é de competência do profissional de
apoio escolar com relação ao estudante com deficiência, exercer atividades de alimentação, exercer atividades de higiene e locomoção e atuar em todas as atividades escolares nas
quais se fizer necessário.
Sommerstein e Wessels (1999) destacam a relevância
da mobilização dos pais de crianças com deficiência na
conquista do apoio da família e da comunidade para
fomentar o ensino inclusivo, cabendo o papel desses pais e / ou da
escola para o ensino inclusivo, a desestigmatização das pessoas com deficiências
inicia-se com as percepções que as famílias e
as pessoas com deficiências têm de si mesmas. A ênfase nos rótulos médicos e técnicos (dos
manuais) deve ser reduzida, pois os rótulos
propiciam poucas informações, generalizam e
criam obstáculos. No período de mudanças sociais e físicas mais
drásticas, as crianças com ou sem deficiência
tendem a ter problemas sociais, precisando de
apoio extra dos pais e professores durante esse
período crítico.
Na China Antiga, na Grécia e em outras culturas o assassinato
das crianças deficientes era algo aceito pela sociedade. Essas pessoas que
nasciam "deformadas" eram consideradas como subumanas, seres
anormais, malformadas, por isso as suas famílias recebiam apoio do Estado e do
grupo social que estavam inseridas para matar ou abandonar as crianças com
deficiência à própria sorte.
Em contrapartida, culturas como as africanas atribuíam
divindade, poder, atributos superiores às pessoas malformadas (GARCIAS, 2002).
Essas pessoas eram tidas como representantes de poderes sobrenaturais.
Com a difusão das idéias cristãs, o extermínio passa a ser
combatido. Surge, então, a preocupação de garantir a vida desses filhos de
Deus, mesmo que para isso se tenha que separá-los do resto da sociedade, em
locais específicos, a fim de cuidar, assistir e proteger a vida dessas pessoas.
É a partir desse momento, na Idade Média, que se instala o processo de
institucionalização da pessoa com deficiência. Surgem espaços de segregação,
lugares onde eram depositados os pobres, doentes e deficientes. Vão sendo
criados "guetos", espaços para onde são enviados esses “anormais”.
Observem que a linguagem utilizada para denominar as pessoas com deficiência na
época, "os anormais", ainda mantinha a idéia de desumanização, é como
se tratasse de coisas e não de pessoas. Escondidos dentro desses espaços, com a
falsa idéia de que estavam sendo protegidos da sociedade, as pessoas com
deficiência viviam por toda a sua vida.
Podemos dizer que era uma "morte
em vida", uma morte para o convívio com os seus familiares, com a
sociedade.
Mudando essa realidade, surgem as primeiras instituições só
para pessoas com deficiência. Elas aparecem no século XVIII em Paris, eram voltadas
para a educação das crianças cegas e surdas.
É somente dois séculos depois, no século XX, que vai surgir a
uma proposta diferente para as pessoas com deficiência. As conquistas mundiais
acerca dos Direitos Humanos, documentos como a Declaração dos Direitos do
Homem, criado em 1948, estimulam atitudes menos discriminatórias e mais
solidárias entre os seres humanos. Sendo assim, as organizações de e para
pessoas com deficiência partem para a luta a favor dos direitos da pessoa com
deficiência. O objetivo, nesse momento histórico, era integrar a pessoa com
deficiência na sociedade.
Esse novo paradigma sustenta que sejam criadas condições para
acolher a singularidade da pessoa com deficiência no contexto em que ela se
encontra. A pessoa com deficiência é vista agora sob a ótica da equiparação das
oportunidades, ou seja, a sociedade deve adaptar-se às necessidades da pessoa,
garantindo que ela encontre no ambiente condições que lhe permitam acessar o
mundo ao seu redor, com os mesmos direitos e deveres de qualquer cidadão comum.
Nessa perspectiva, todas as pessoas, principalmente aquelas
que se encontram em alguma situação de desvantagem, ou seja, as minorias
sociais, as exceções, as que estão à margem do processo produtivo, precisam ter
reconhecida a sua condição de ser humano e inseridas integralmente no seu
contexto sócio-cultural. É imprescindível que a sociedade possa acolher a
todos, nas suas especificidades, criando caminhos para que cada um possa ser
completo na diferença.
A educação da pessoa com deficiência no Brasil foi sendo
estruturada em paralelo às diferentes visões que a sociedade brasileira tinha
da problemática da deficiência. Esses diferentes pontos de vista sofreram
influência dos movimentos internacionais e das posições que organizações de e
para a pessoa com deficiência foram assumindo ao longo da história brasileira.
Atualmente, quando falamos de educação especial, temos que nos remeter não só
às teorias e práticas constituídas, mas também aos documentos legais que
legitimam essas práticas.
Na legislação educacional brasileira encontramos algumas
definições, tanto em documentos gerais sobre a educação, como a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394, que no Capítulo V, art. 58
define: "Entende-se por educação especial, para os efeitos dessa lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais." (BRASIL,
1996).
Teoricamente, a integração das pessoas com deficiência é
garantida por lei desde 1960, mas é somente em 1972 que é criado o Centro
Nacional de Educação Especial (CENESP), passando-se a elaborar planos nacionais
para a Educação Especial. Em 1981, o CENESP perde força e passa a ser
supervisionado pelo Ensino Básico, ficando as ações da Educação Especial (EE)
atreladas às verbas e objetivos do Ensino Básico. Em 1986, o CENESP é
substituído pela Secretaria de Educação Especial (SESPE), voltando a Educação
Especial a ter uma posição mais autônoma, com um raio de ação maior. Em 1990, a
SESPE é extinta e a EE retorna à Secretaria Nacional de Ensino Básico (SENEB),
no Departamento de Educação Supletiva e Especial (SENEB). Em 1992, ocorre outra
mudança para a EE, ela retoma novamente um status de maior independência com
verbas próprias; agora como Secretaria de Educação Especial (SEESP). Essas
épocas marcadas por idas e vindas nas ações a nível Federal, além de refletirem
uma ambigüidade e falta de definição das políticas públicas, são um reflexo da
evolução e maturidade das organizações civis não governamentais que foram sendo
criadas por e para pessoas com deficiência e aos poucos pressionando por ações
mais efetivas na garantia da cidadania da pessoa com deficiência. É graças a
essas ações que, principalmente em relação a suportes legais, a EE tem
apresentado grandes evoluções.
Nos dias atuais, seguindo um movimento mundial, o paradigma
que norteia as ações da Educação Especial no Brasil é o da Inclusão Escolar,
que preconiza a inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais
no sistema regular de ensino. Para isso, é necessário que o contexto escolar
crie condições para acolher a criança e suas necessidades. A lei resolução do
Conselho Nacional de Educação e Conselho de Educação Básica (CNE/CEB), aprovada
em 1 de setembro de 2001 preconiza que que: os sistemas de ensino devem
matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento
aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos. (BRASIL, 2001b) Mas, o
processo inclusivo não pode ser imposto à custa de uma resolução legal. A lei é
apenas o começo, mas não a garantia de que ocorra a inclusão. É preciso estar
atento ainda para o fato de tornar obrigatório o acesso da pessoa com
necessidades educacionais especiais à escola, não significa que efetivamente
isso possa aumentar as possibilidades de acesso aos bens culturais e
econômicos, promovendo o rompimento do muro da exclusão em que essas pessoas
estão aprisionadas. Por isso, é necessário envolver no processo inclusivo não
apenas a comunidade escolar, mas, também, implicar a sociedade como um todo.
Enfim, a inclusão escolar em um país como o Brasil, marcado pelas desigualdades
sociais, significa buscar parcerias, ações conjuntas e solidárias entre o
público e o privado, entre o social e o individual, entre a escola e a família,
entre a sociedade civil e o Estado.
Vygotsky (1984; 1989; 1997), por sua vez, também confere à
escola importante papel mediador entre a criança e o mundo. Entretanto, na
visão do autor, para que a mediação adequada ocorra, é preciso que a escola
atue desafiando a criança, favorecendo a aquisição de novos conhecimentos com o
conseqüente desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Essas idéias
foram atualizadas para a realidade da criança brasileira através de
pesquisadores como Cecconello e Koller (2003), Lordelo, Fonseca e Araújo
(2000), RossettiFerreira, Ramon e Silva (2002) e Sigolo (2002), que também
apontam a importância da escola na vida da criança.
Para Macedo (2004), é um espaço privilegiado de descobertas
pessoais, de enfrentamento de preconceitos, de experiências de codependência: a
educação inclusiva é uma educação democrática, comunitária, pois supõe que o
professor saia da sua solidão, arrogância, falso domínio e tenha a coragem de
dizer não sei, tenho medo, nojo, vergonha, pena, não respeito, quero aprender
ou rever minhas estratégias pedagógicas, pois não consigo ensinar para certos
tipos de criança, não sei controlar o tempo, não sei ajudar – não no sentido da
co-dependência, mas no sentido da interdependência. (MACEDO, 2004, p.1)
Sendo assim, para que a escola regular trabalhe dentro desse
novo paradigma, é necessário que a comunidade escolar, em especial o professor,
se prepare para lidar com essa nova realidade, que se apresenta no cotidiano da
sala de aula. Ao mesmo tempo em que enfatiza o papel da sociedade no
favorecimento dessa nova prática pedagógica, a idéia da inclusão resgata também
a subjetividade de cada um. Lidar com o diferente representa, para cada pessoa,
a desconstrução de aspectos da sua história de vida, da sua singularidade. Será
necessário descobrir novos caminhos, indo de encontro a preconceitos,
respeitando o outro na diferença e o acolhendo de maneira solidária. A inclusão
atinge a todos de forma generalizada e a cada um na sua própria identidade.
O conceito de papel social envolve tanto as atitudes e
comportamentos esperados por quem interpreta o papel, como a ação das outras
pessoas em relação a esse indivíduo. O papel é indicado, portanto, por
comportamentos sociais. A possibilidade de a pessoa desempenhar diferentes
papéis, transitando por diversas situações sociais, convivendo com situações
que exijam flexibilidade de papéis, amplia o sistema de comportamento social do
indivíduo, estimulando o seu desenvolvimento.
Vygotsky também traz a importância do papel social para o
desenvolvimento da pessoa com deficiência. Ele afirma que: o que
decide o destino da pessoa, em última instância, não é o defeito em si mesmo,
mas sim as conseqüências sociais, sua realização psicossocial [...] A criança
com defeito não é inevitavelmente uma criança deficiente. O grau do seu defeito
e da sua normalidade depende do resultado da compensação social, e decidirá a
formação final de toda a sua personalidade. (VYGOTSKY, 1997, p. 104, tradução
nossa). É a forma como a pessoa é vista socialmente, o papel que os outros
atribuem a ela, que irá impulsionar ou não o seu desenvolvimento.
Sendo assim, a
família, o professor, os colegas, a sociedade tem um papel fundamental na vida
da criança com deficiência.
O
Papel do Professor
Sacristan (2002) sugere que a postura do professor deve ser a
de promover trocas com o meio, ao mesmo tempo em que valoriza a autonomia e
independência, sem negligenciar ou minimizar as limitações da criança. É importante
refletir com a comunidade escolar (pais, professores, alunos, diretor,
coordenador pedagógico e todos demais envolvidos no cotidiano da escola) sobre
a diversidade própria dos seres humanos, incentivando atitudes de solidariedade
e cooperação, que atravessem a família, a escola e a sociedade. Considerações
necessárias devem ser feitas em relação ao papel do professor no cotidiano da
sala de aula. No dia-a-dia, é necessário que o educador caminhe com bastante
cuidado, esteja sempre atento para a promoção de atitudes que incentivem as
crianças a partilharem os conhecimentos sociais, afetivos e cognitivos,
promovendo a interação social entre os alunos. O professor precisa estimular o
confronto com idéias e concepções diferentes de mundo, educando na e para a
diversidade. Essa atuação pressupõe que o educador assuma um papel de mediador
entre a criança e o mundo (VIGOTSKY, 1984). Para isso, o educador precisa ter a
sua formação pautada no estudo e discussão das teorias atuais que envolvam a
prática pedagógica, além de realizar um trabalho sistemático e continuado de
acompanhamento e reflexão sobre as ações cotidianas em sala de aula, a fim de
criar um ambiente favorecedor ao desenvolvimento da criança.
O
Papel da Família
Um ambiente positivo, estimulador, deve se constituir desde
as primeiras relações da criança com o mundo. Nas interações iniciais com os
seus primeiros cuidadores, já lhe são atribuídas características que,
introjetadas posteriormente, formam o entorno sobre o qual a personalidade se estrutura
(BOWLBY, 1997). Segundo esse autor: [...] a experiência familiar daqueles que
se tornarão pessoas relativamente estáveis e autoconfiantes é caracterizada não
apenas pelo apoio infalível dos pais, quando a eles se recorre, mas ainda por
um estímulo gradual e constante à crescente autonomia, notando-se ainda que os
pais transmitem modelos funcionais - de si próprios, da criança e de outros.
(BOWLBY, 1997, p. 113) Esse ambiente, no qual será inserida a criança, forma-se
antes do seu nascimento. É uma construção que se inicia ainda na gestação,
quando regras culturais vão nortear a compra do enxoval, a arrumação do quarto,
a cor predominante na confecção das peças, etc. Todas essas ações são
realizadas tendo como pano de fundo o momento emocional que a família e, em
especial, o casal vivem. Para a família, e particularmente para a mãe, a
criança já existe representada sob a forma de um bebê ideal (JERUSALINSKY;
YAÑEZ, 2003). Após o nascimento, toda mãe passa por um momento inicial de
adaptação, em que é confrontado o seu ideal de bebê com o bebê real, aquele que
chora, que mantém a família em constante vigília, que tem características
fisionômicas diferentes da esperada. Esse é o momento do luto materno,
vivenciado com grande sofrimento quando a criança nasce com deficiência. 25
Quase sempre é necessário o apoio de terceiros para que a família possa lidar
com essa nova situação. Em alguns casos, torna-se necessária a presença de um
profissional especializado para que um vínculo saudável entre a mãe e o bebê seja
estabelecido e o desenvolvimento da criança possa prosseguir. A forma como foi
superado esse momento inicial poderá desencadear atitudes patológicas dos
familiares em relação à criança, descritas por Grünspun (1987) como: rejeição,
superproteção, ansiedade, abandono, perfeccionismo, sedução, hostilidade.
Exatamente pelas dificuldades e atrasos que esses alunos com
necessidades especiais freqüentemente apresentam em seu desenvolvimento global,
é vital, com muito mais ênfase nesses casos, oferecer-lhes um ambiente de
aprendizagem que os ajude a abandonar essa postura passiva de receptores de
conhecimento. Um ambiente onde sejam valorizadas e estimuladas a sua
criatividade e iniciativa, possibilitando uma maior interação com as pessoas e
com o meio em que vivem, partindo não de suas limitações e dificuldades, mas da
ênfase no potencial de desenvolvimento que cada um trás em si, confiando e
apostando nas suas capacidades, aspirações mais profundas e desejos de
crescimento e integração na comunidade. Para que o aprendiz seja, portanto,
esse sujeito ativo na construção do próprio conhecimento, é vital que vivencie
condições e situações nas quais ele possa, a partir de seus próprios interesses
e dos conhecimentos específicos que já traga consigo, exercitar sua capacidade
de pensar, comparar, formular e testar ele mesmo suas hipóteses, relacionando
conteúdos e conceitos. E possa também errar, para que reformule e reconstrua
suas hipóteses, selecionando e ampliando as suas informações sobre o mundo e
sobre si mesmo.
As TIC's, dependendo da forma como sejam utilizadas, podem
ajudar a gerar as mudanças necessárias na Educação e a construir um aluno
autônomo e eficaz no seu processo de aprendizado. Como destaca Baethge (1989,
p. 30): nenhuma sociedade pode se permitir excluir por muito tempo de suas
instituições de formação importantes componentes de sua cultura cotidiana.
Quanto mais as novas tecnologias de informação e comunicação se tornam um
elemento constante de nossa cultura cotidiana, na atividade profissional como
nos momentos de lazer, tanto mais elas têm, obviamente, que ser incorporadas
aos processos escolares de aprendizado... O que importa é a questão como e
quando as novas tecnologias devem ser incorporadas nas escolas [...]. Mas essa
utilização das tecnologias na Educação deve apontar para a formação de um
indivíduo capaz de pensar por si próprio e produzir conhecimento. Essas
tecnologias devem ser vistas como recursos que estimulem o indivíduo a pensar
de forma independente, a pensar sobre sua forma de pensar e a aprender a
aprender. Baethge alerta que: “Só quem utiliza o computador como um meio
auxiliar para a formação independente de juízos, emprega-o corretamente e com
sucesso.” (BAETHGE, 1989, p. 29) No desenvolvimento de projetos cooperativos, a
Educação apropria-se de um dos recursos mais humanizantes das novas
tecnologias, que é a possibilidades da execução de projetos via rede. Como
destacam Almeida e Fonseca Júnior (2000, p. 20): força para isolar as pessoas
em torno da máquina [...] A grandeza da informática encontra-se no imenso campo
que abre à cooperação. É uma porta para a amizade, para a criação de atividades
cooperativas, para a cumplicidade de críticas solidárias aos governos e os
poderes opressores ou injustos. Enfim, as redes informatizadas propiciam a
solidariedade e a criação e desenvolvimento de projetos em parcerias. A criação
de um ambiente educacional informatizado aberto, que propicia uma intensiva
participação criativa e cooperativa dos alunos com necessidades educacionais
especiais, tem apresentado resultados tais como uma "...maior motivação e
entusiasmo dos alunos para atividades educacionais", "...aumento da
interação do aluno com o meio em que vive", além do
"...desenvolvimento do seu raciocínio lógico-dedutivo". (GALVÃO
FILHO, 1995, p. 3)
Iniciaremos dando os conceitos mais gerais sobre os tipos de
necessidades educacionais especiais, considerando as informações e
nomenclaturas do censo escolar de educação básica de 2005 (BRASIL, 2005).
• Altas habilidades/superdotação: corresponde aos alunos que
apresentam desempenho acima da média quanto à capacidade intelectual geral,
aptidão acadêmica específica, pensamento criativo, capacidade de liderança,
talento especial para as artes, capacidade psicomotora. Essas potencialidades
podem se manifestar em apenas uma dessas áreas ou agrupadas em diferentes
combinações.
• Condutas típicas: são alunos com "síndromes (exceto
Síndrome de Down) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos".
(BRASIL, 2005) que manifestam, além de atraso no seu desenvolvimento,
dificuldades na sua interação com as pessoas.
• Deficiência auditiva: perda parcial ou total bilateral da
audição, necessitando do uso de aparelho de amplificação sonora. A deficiência
auditiva pode variar entre a surdez leve/moderada e a surdez severa/profunda.
• Deficiência física: refere-se aos alunos que apresentam, de
forma parcial ou total, alterações corporais, comprometendo o desempenho de
funções físicas. Seriam as pessoas amputadas, com más-formações congênitas ou
adquiridas, paralisia cerebral e outros.
• Deficiência mental:
alunos com "limitações significativas, tanto no funcionamento
Caracterização Geral dos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais A
CRIANÇA COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS E SUAS PECULIARIDADES I 32
Educação Inclusiva intelectual como na conduta adaptativa, na forma expressa em
habilidades práticas, sociais e conceituais". (BRASIL, 2005).
• Deficiência
múltipla: alunos que apresentam de forma associa- da duas ou mais deficiências.
• Deficiência visual: diz respeito aos alunos que foram
acometi- dos por perda total ou parcial da visão. Esses alunos formam dois
grupos: os cegos, que necessitam utilizar-se do sistema de escri- ta e leitura
em BRAILLE e os com baixa-visão, que, com adapta- ção, podem fazer uso dos
textos impressos.
Diferente de outros documentos, o Censo Escolar 2005 dá
destaque a três outros tipos de alunos com necessidades educacionais especiais,
citando-os separadamente:
• Autismo: refere-se aos alunos que apresentam um transtorno
no seu desenvolvimento global, levando-o a ter dificuldades na comunicação e
interação social. O comportamento dessas pessoas é marcado por ações e
movimentos repetitivos.
• Síndrome de Down:
alunos que têm a alteração genética cromossômica do par 21.
• Surdocegueira: alunos que apresentam, ao mesmo tempo,
deficiência auditiva e visual. Essa tendência a reconhecer grupos específicos e
suas particularidades demonstra a força de organização dos grupos
representativos dessas deficiências, que, diante do avanço científico da área e
das evidentes especificidades dessas pessoas, vêm reivindicando um espaço
próprio junto às políticas públicas.
Para que a criança surda possa sentir-se incluída ela vai
precisar conversar, interagir, se comunicar com as pessoas. O ideal é que a
escola crie um ambiente onde a Língua de Sinais faça parte do cotidiano
escolar. Sendo você professor das séries iniciais, provavelmente quando o seu
contato com a criança surda ocorrer ela já estará utilizando-se ou da língua de
sinais ou da oralização, ou de ambas. O seu papel será identificar junto com os
especialistas que atendem a criança de que maneira a língua portuguesa poderá
ser apreendida pela criança, tanto no aspecto escrito como no oral.
Provavelmente o aspecto da oralidade será complementado pelos especialistas em turno oposto à escola. Vale ressaltar que a aprendizagem de LIBRAS pela criança surda também deverá ser feita em outro momento que não o da escola comum, com um professor especializado. É importante lembrar, também, que para o desenvolvimento da linguagem oral o suporte de um fonoaudiólogo é extremamente importante.
A educação inclusiva, é destinada a alunos com transtornos globais de desenvolvimento,altas habilidades/superdotação e deficiência.
A verdadeira inclusão,baseada nos princípios de equidade,é um processo moroso,porque requer a consciência da mudança de antigos para novos paradigmas. Pois precisa haver planejamento individualizado e suporte psicoeducacional para atendimento às excepcionalidades daqueles que fogem aos padrões estabelecidos.
A inclusão é uma força cultural para a renovação da escola,que,para ter sucesso,precisa que as instituições se tornem comunidades conscientes das diversidades existentes na coletividade local e no seu interior.
Uma escola inclusiva é aberta a alunos de todos os segmentos sociais,culturais e intelectuais. Sendo assim na escola inclusiva há oferta livre de tipos de textos de diversas linguagens.
Há três componentes práticos interdependentes no ensino inclusivo que são muito importantes: redes de apoio; consulta cooperativa e trabalho em equipe;aprendizagem cooperativa.
As pessoas se modificam continuamente, transformando o contexto no qual se inserem; esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos,que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis,e que avança em relação à idéia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
Provavelmente o aspecto da oralidade será complementado pelos especialistas em turno oposto à escola. Vale ressaltar que a aprendizagem de LIBRAS pela criança surda também deverá ser feita em outro momento que não o da escola comum, com um professor especializado. É importante lembrar, também, que para o desenvolvimento da linguagem oral o suporte de um fonoaudiólogo é extremamente importante.
A educação inclusiva, é destinada a alunos com transtornos globais de desenvolvimento,altas habilidades/superdotação e deficiência.
A verdadeira inclusão,baseada nos princípios de equidade,é um processo moroso,porque requer a consciência da mudança de antigos para novos paradigmas. Pois precisa haver planejamento individualizado e suporte psicoeducacional para atendimento às excepcionalidades daqueles que fogem aos padrões estabelecidos.
A inclusão é uma força cultural para a renovação da escola,que,para ter sucesso,precisa que as instituições se tornem comunidades conscientes das diversidades existentes na coletividade local e no seu interior.
Uma escola inclusiva é aberta a alunos de todos os segmentos sociais,culturais e intelectuais. Sendo assim na escola inclusiva há oferta livre de tipos de textos de diversas linguagens.
Há três componentes práticos interdependentes no ensino inclusivo que são muito importantes: redes de apoio; consulta cooperativa e trabalho em equipe;aprendizagem cooperativa.
As pessoas se modificam continuamente, transformando o contexto no qual se inserem; esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos,que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis,e que avança em relação à idéia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
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pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São
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