Edgar Morin sociólogo
francês propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre o
conhecimento e a educação e afirma que há uma inadequação cada vez mais ampla,
profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados
entre disciplinas e, por outro lado, realidades ou problemas cada vez mais
polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais,
planetário. A esse processo, denomina-se hiperespecialização.
Hiperespecialização é o
conhecimento fragmentado em áreas específicas e, portanto, não possibilita a
visão do todo.
Edgar Morin afirma que
“todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo, uma tradução e uma reconstrução,
a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma de representações, ideias,
teorias, discursos, portanto, a organização do conhecimento é realizada em
função de princípios e regras e comporta dois tipos de operações” (MORIN, p.
24).
Operação de ligação
(conjunção, inclusão, implicação) e
Operação de separação (diferenciação, oposição, seleção, exclusão).
O sociólogo francês defende a introdução da incerteza e da falibilidade na
rigidez cultural do Ocidente. As limitações causadas pela compactação do
conhecimento, de acordo com o educador, são responsáveis por manter o espírito
humano em sua pré-história. Além disso, a tendência de aplicar conceitos
abstratos vindos das ciências exatas e naturais ao universo humano resulta em
desconsideração por aspectos como o ambiente, a história e a psicologia, entre
outros. Um exemplo, diz o pensador, é a economia, a mais avançada das ciências
sociais em termos matemáticos e a menos capaz de trabalhar com regularidades e
previsões.
Os sete saberes, indispensáveis na edificação do futuro da educação: O primeiro é sobre
as cegueiras do conhecimento – o erro e a ilusão: deve-se valorizar o erro enquanto
instrumento de aprendizagem, pois não se conhece algo sem primeiro cair nos equívocos ou
nas ilusões. O segundo saber se relaciona ao conhecimento próprio, a unir os mais diversos
campos do conhecimento para combater a fragmentação; assim, a educação deve deixar a
contextura, o universal, as diversas dimensões do ser humano e da sociedade, e a estrutura complexa bem clara. O terceiro saber é ensinar a condição humana, transmitir ao aluno que o
Homem é um ser multidimensional. Assim, a pedagogia do amanhã necessita, antes de tudo,
privilegiar a compreensão da natureza do ser humano, ele também um indivíduo fragmentado.
A identidade terrena também deve ser prioridade, preconiza o quarto saber, pois é fundamental
conhecer o lugar no qual se habita suas necessidades de sustentabilidade, a variedade
inventiva, os novos implementos tecnológicos, os problemas sociais e econômicos que ela
abriga. O quinto saber indica a urgência de enfrentar as incertezas, que parte da certeza da
existência de dúvidas na trajetória humana, pois, apesar de todo o progresso da Humanidade,
não é possível, ainda, predizer o futuro, uma região nada previsível, a qual desafia
constantemente o Homem. O sexto saber defende que se deve ensinar a compreensão, fator
indispensável na interação humana; ela deve ser instaurada em todos os campos de ação do
cotidiano escolar. O sétimo saber é a ética do gênero humano, correspondente à antropo-ética,
a qual defende que não devemos querer para outrem aquilo que não desejamos para nós
mesmos, como já pregava Jesus Cristo.
E cabe aos professores do Ensino Fundamental começar a
derrubar as barreiras entre os conhecimentos, por duas razões principais: eles
têm a experiência generalista (pelo menos os que trabalham nas séries iniciais)
e lidam com as crianças mais novas, que guardam uma curiosidade e um modo de
pensar ainda não influenciados pela separação dos conteúdos em disciplinas.
Os sete saberes
necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo escolar ou
universitário, e aliás não está concentrado no primário, nem no secundário, nem
no ensino universitário, mas aborda problemas específicos para cada um desses
níveis que precisam ser apresentados, porque dizem respeito aos setes buracos negros
da educação completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas
educativos, que, na minha opinião, devem ser colocados no centro das
preocupações da formação dos jovens que, evidentemente, se tornarão cidadãos.
Edgar
Morin percebe a classe escolar como uma entidade complexa, que engloba uma
variedade de disposições, estratos sócio-econômicos, emoções e culturas,
portanto, ele a vê como um local impregnado de heterogeneidade. Assim, ele
considera ser este o espaço perfeito para se dar início a uma transformação dos
paradigmas, da maneira convencional de se pensar o ambiente escolar. É preciso
que este contexto tenha um profundo significado para os alunos.
Edgar Morin afirma que há uma inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre os
saberes separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas e, por outro lado, realidades
ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais,
globais, planetário. A esse processo, denomina-se hiperespecialização, é o conhecimento fragmentado em áreas específicas e, portanto, não possibilita a visão do todo.
“E todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo, uma tradução e uma
reconstrução, a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma de representações, ideias, teorias,
discursos, portanto, a organização do conhecimento é realizada em função de princípios e regras e
comporta dois tipos de operações” (MORIN, p. 24), são dois tipos de operações indicados por Morin a operação de ligação (conjunção, inclusão, implicação). Operação de separação (diferenciação, oposição, seleção, exclusão).
O
caminho indicado por Morin é o da visão que se retira do âmbito estreito da
disciplina, compreende o contexto e adquire o poder de encontrar a conexão com
a existência. É preciso romper com a fragmentação do conhecimento em campos
restritos, no interior dos quais se privilegiam determinados teores, e também
eliminar a estrutura hierárquica vigente entre as disciplinas. Reformar esta
tradição requer um esforço complexo, uma vez que esta mentalidade foi
desenvolvida ao longo de inúmeras décadas.
Neste
empenho para mudar a tradição educacional, Morin estabelece igualmente os sete
saberes, indispensáveis na edificação do futuro da educação.
O
primeiro é sobre as cegueiras do conhecimento – o erro e a ilusão: deve-se
valorizar o erro enquanto instrumento de aprendizagem, pois não se conhece algo
sem primeiro cair nos equívocos ou nas ilusões.
O
segundo saber se relaciona ao conhecimento próprio, a unir os mais diversos
campos do conhecimento para combater a fragmentação; assim, a educação deve
deixar a contextura, o universal, as diversas dimensões do ser humano e da
sociedade, e a estrutura complexa bem claras.
O
terceiro saber é ensinar a condição humana, transmitir ao aluno que o Homem é
um ser multidimensional. Assim, a pedagogia do amanhã necessita, antes de tudo,
privilegiar a compreensão da natureza do ser humano, ele também um indivíduo
fragmentado.
A
identidade terrena também deve ser prioridade, preconiza o quarto saber, pois é
fundamental conhecer o lugar no qual se habita, suas necessidades de
sustentabilidade, a variedade inventiva, os novos implementos tecnológicos, os
problemas sociais e econômicos que ela abriga.
O
quinto saber indica a urgência de enfrentar as incertezas, que parte da certeza
da existência de dúvidas na trajetória humana, pois, apesar de todo o progresso
da Humanidade, não é possível, ainda, predizer o futuro, uma região nada
previsível, a qual desafia constantemente o Homem.
O sexto
saber defende que se deve ensinar a compreensão, fator indispensável na
interação humana; ela deve ser instaurada em todos os campos de ação do
cotidiano escolar.
O
sétimo saber é a ética do gênero humano, correspondente à antropo-ética, a qual
defende que não devemos querer para outrem aquilo que não desejamos para nós
mesmos, como já pregava Jesus Cristo.
A antropo-ética tem um
lado social que não tem sentido se não for na democracia, porque na democracia
o cidadão deve se sentir solidário e responsável e permite uma relação
indivíduo-sociedade. A democracia em princípio deve controlar, o controlado
passa a controlar quem controlava e deve tomar para si responsabilidades por
meio de eleições o que permite aos cidadãos exercerem suas responsabilidades.
Evidentemente, não existe democracia absoluta, ela é sempre incompleta, mas
sabemos que vivemos em uma época de regressão democrática porque existe, cada
vez mais, o poder tecnológico que agrava os problemas econômicos, mas na
verdade, é importante orientar e guiar essa tomada de consciência social que
leva à cidadania para que o indivíduo exerça sua responsabilidade.
Para
o pensador, os saberes tradicionais foram submetidos a um processo reducionista
que acarretou a perda das noções de multiplicidade e diversidade. A
simplificação, de acordo com Morin, está a serviço de uma falsa racionalidade,
que passa por cima da desordem e das contradições existentes em todos os fenômenos
e nas relações entre eles.
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