A Educação Infantil, pertencendo ao sistema de ensino e
fazendo parte da primeira etapa da educação básica, tem como objetivo
fundamental assegurar para todas as
crianças matriculadas, o direito de brincar, a proteção integral, o contato com
a natureza, a interação com crianças e adultos, um ambiente seguro e
estimulante, a expressão, o imaginário, a afetividade, a alimentação, a saúde e
a higiene. Na educação infantil para
crianças de 4 a 6 anos, o espaço da sala de aula funciona melhor para essa
faixa etária quando as crianças podem escolher as atividades e trabalhar em
pequenos grupos. A independência e a autonomia que as crianças dessa faixa
etária já adquiriram com relação ao adulto, permitem que trabalhem ou brinquem
em atividades diversificadas durante um longo período de tempo.
Podem-se organizar áreas ou cantos para
brincar ou trabalhar. Essas áreas podem conter materiais e objetos dispostos de
maneira coerente e acessível para as crianças desenvolverem projetos nas
diferentes linguagens e conhecimento. É
muito importante reservar um cantinho onde cada criança tenha seu território
marcado, identificado pelo nome, uma fotografia ou um desenho é a garantia de
que as creches existem para cada um e com cada um.
As crianças começam a exploração do meio a partir do adulto,
que precisa organizar espaços seguros para que elas possam conhecer a si mesmas
e ao ambiente em que estão. Sendo assim, no que se refere à organização dos
espaços e às necessidades da criança de 0 a 3 anos na educação infantil a higiene,
banho, troca de roupa, alimentação são atividades importantes nessa faixa
etária, em que as crianças dependem de um olhar, de muita comunicação, de um
espaço aconchegante, de esperar a vez. Assim,
a localização da pia, do chuveiro e do trocador precisa ser prevista de forma a
permitir que as profissionais mantenham-se próximas das crianças que esperam
sua vez ou que estão brincando ou descansando. O berço é um referencial seguro para os bebês.
Por isso, é importante que ele contenha
objetos ou brinquedos trazidos de casa ou escolhidos na creche, com valor
afetivo para a criança. Esses objetos podem funcionar como estímulos para a
atividade das crianças e lhes servem como pontos de referência. Fixar um espelho numa das paredes da sala, de
forma que as crianças possam se ver de corpo inteiro, é um instrumento básico
para que elas descubram, reconheçam e construam sua imagem.
Vygotsky considera o brinquedo uma importante fonte de
promoção de desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser o aspecto
predominante da infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento
infantil. Dessa maneira brincar para a
criança é principalmente estar presente no ambiente, se constituindo como
indivíduo e compartilhando significados. Brincar em um ambiente aconchegante,
que retrate a identidade da criança e de livre acesso ao mesmo, é fundamental
no seu desenvolvimento, visto que se estará promovendo a interação entre
criança / criança, criança / educador e até mesmo respeitando os momentos em
que a criança prefere brincar sozinha, pois só assim se respeitará a
individualidade dela. As brincadeiras
permitem que a criança desenvolva imaginação, afetos, competências cognitivas e
interativas, à medida que tem a oportunidade de vivenciar diferentes papéis. Ao
brincar, a criança expressa seus anseios, sua maneira de como está percebendo o
mundo que a cerca e principalmente está vivendo a sua infância. Tem também suas
necessidades satisfeitas que são: adquirir novos conhecimentos, habilidades,
pensamentos e entendimentos coerentes e lógicos.
Reconhecendo-se em um meio e
como parte do mesmo, ela cria sua própria brincadeira interagindo com todos que
a rodeiam.
A rotina diária é o desenvolvimento prático do planejamento
em relação à organização do tempo na educação infantil é alicerce básico para que o grupo construa
seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tarefas, assuma suas
responsabilidades para que a construção do conhecimento possa acontecer e é um aspecto importante para a criança.
Desenvolve o limite e faz com que ela entenda que as coisas não acontecem
somente do seu jeito e no seu momento. A
rotina representa a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou
seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. Ela deve
envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens
orientadas.
A organização do espaço na educação infantil, deve ser pensada tendo como princípio oferecer
um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, isto é, um lugar onde as
crianças possam brincar, criar e recriar suas brincadeiras, sentindo-se assim
estimuladas e independentes pois os espaços devem ser organizados de forma a
desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e motor, oportunizando a
criança de andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim a
criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo. Um ambiente que estimule
os sentidos das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente
externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo preparados, sentindo a brisa
do vento, o calor do sol, o ruído da chuva, experimentando também diferentes
texturas: liso, áspero, duro, macio, quente, frio. O espaço criado na educação infantil deverá
estar organizado de acordo com a faixa etária da criança, isto é, propondo
desafios cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de suas
potencialidades. E deve estar povoado de objetos que retratem a
cultura e o meio social em que a criança está inserida.
O processo de desenvolvimento da linguagem é longo e tem
início com o balbucio por volta dos três a quatro meses que se estende até os
dez/doze meses, quando se inicia o período conhecido como enunciado de uma
palavra. Por volta dos quinze meses, inicia o estágio chamado enunciado de duas
palavras, que vai até mais ou menos três anos. Caráter telegráfico da fala (as
preposições, conjunções, artigos, verbos auxiliares e as flexões são omitidos).
Conforme Barbosa
(2006), a rotina nas creches e pré-escolas deve manter certa regularidade, mas
com flexibilidade de horários e alternância entre os diversos tipos de
atividades, cuja duração deve variar de acordo com as necessidades das
crianças.
Piaget, Vygotsky e Wallon, destacam a importância da ação,
do envolvimento e da interação da criança com o objeto a ser conhecido e com a
realidade.
O brincar envolve o corpo e a linguagem da criança,
que elabora o mundo vivido e expressa-se, através da
imaginação e do faz de conta, os sentidos que atribui
aos códigos sociais partilhados pela cultura. Através
do brincar, passamos, nós adultos, a perceber como as
crianças constroem suas culturas e se “autorregulam”
como grupo social” O brincar deve compor as ações pedagógicas,
em especial na Educação Infantil e em boa
parte do Ensino Fundamental. Entendendo que no Brasil toda a pessoa até 12 anos
incompletos é considerada criança.
A Resolução CNE/CP no
2, de 22/12/2017 – Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), no seu artigo 5o
diz que “A BNCC é referência nacional para os sistemas
de ensino e para as instituições ou redes escolares
públicas e privadas da Educação Básica, dos sistemas
federal, estaduais, distrital e municipais, para construírem ou revisarem os seus currículos.” Todas as unidades educativas formais do Brasil
devem desenvolver o prescrito na BNCC. Mudanças tecnológicas e comunicacionais têm
exigido que a escola promova a educação científica e
tecnológica para análise crítica da informação.
São ações pedagógicas que auxiliam neste processo: promover conhecimento que permita às
crianças e aos adolescentes o uso responsável
das redes sociais. problematizar informação, oferecendo base
cientifica, filosófica e artística para apropriação conceitual, incorporar diversidade textual, incluindo as
diversas mídias para análise crítica.
As instituições de Educação Infantil ofereçam,
no mínimo, 4 horas diárias de atendimento
educacional, ampliando progressivamente para
tempo integral, considerando a demanda real e
as características da comunidade atendida nos
seus aspectos socioeconômicos e culturais.
As crianças e os adolescentes devem ter garantia de poder viver infância e adolescência como
períodos peculiares de seus desenvolvimentos
mediadas pela proteção, promoção e garantia
dos seus direitos em interação com suas vidas
privadas.
Os direitos das crianças e dos adolescentes
deverão ser assegurados com prioridade
absoluta, em detrimento a qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. É dever de todos os profissionais da educação
zelar pela proteção das crianças e dos adolescentes nas unidades educativas, independentemente de ser seu aluno ou não. Quando uma criança está sendo ríspida
com outra, é dever do profissional intervir,
mediando para fomentar relações respeitosas
no ambiente educativo.
Acerca da Educação Infantil na perspectiva histórica, a partir dos anos 1920 e 1930, a educação
escolar da infância passa a ser objeto de
grande atenção por parte da sociedade.
Nesse período o país estava se modernizando
havendo, entre outras coisas, um crescimento
na demanda da mão de obra feminina no
mercado de trabalho. Com a chegada dos imigrantes europeus no
Brasil, os movimentos operários ganharam
força e começaram a se organizar nos centros
urbanos industriais para reivindicar melhores
condições de trabalho, dentre elas, a criação
de instituições de educação e cuidados para
seus filhos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
4.024 de 1961 estabeleceu que crianças com
idade inferior a 7 anos receberiam educação
em escolas maternais ou jardins de infância.
Porém, a referida lei continuou estimulando
empresas e indústrias a manter instituições do
gênero para os filhos dos seus trabalhadores,
enfatizando assim o caráter assistencialista no
que diz respeito ao atendimento às crianças. O Movimento de Luta por Creches, a partir
da década de 1970, marca o crescimento das
reivindicações por instituições de educação
infantil no Brasil. No Brasil, somente com a Constituição de
1988 as creches e pré-escolas passaram a
compor os sistemas educacionais. Essa determinação constitucional ganha estatuto legal
mais definindo apenas oito anos depois, com
a LDB 9.394/96, quando esta reconhece as
instituições de atendimento às crianças como
parte do sistema educacional.
As primeiras experiências de atender à infância brasileira foram marcadas pelas iniciativas
assistenciais e filantrópicas articuladas aos
interesses jurídicos, empresariais, políticos,
médicos, pedagógicos e religiosos. Ao longo da história, a intenção de proteger a
infância impulsionou a criação de várias associações e instituições para atendê-la nos mais
diversos aspectos como saúde e sobrevivência, direitos sociais e educação. Uma das instituições que mais tempo perdurou
no atendimento à infância pobre no Brasil foi a
Roda dos Expostos ou a Roda dos Excluídos.
Os documentos oficiais destacam que, com a
Constituição de 1988, os direitos das crianças ganharam força por meio de lutas e conquistas de diferentes
atores sociais do país e, com o amparo desse importante instrumento constitucional, as crianças são tratadas como prioridade absoluta.
Nas últimas décadas tem se intensificado o
debate acerca da necessidade de as instituições de
educação infantil trabalharem de modo articulado com as ações voltadas ao cuidado e
à educação das crianças.
Vigotsky, defende a importância
da imitação no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano e com uma atitude mais consciente, intencional e
reflexiva em relação à prática docente, considerando
as interações e a brincadeira, os princípios éticos, políticos e estéticos, tendo a criança como ser integral que se relaciona
com o mundo por meio do seu corpo em
vivências concretas com diferentes parceiros e
em distintas linguagens.
Para a Teoria Histórico-Cultural, a brincadeira é uma atividade
fundamental no processo de desenvolvimento das
crianças, na Educação
Infantil os direitos das crianças precisam ser reconhecidos indistintamente pela vida cotidiana e a tarefa
das instituições educativas é a de assumir sua função social de complementaridade às ações das famílias, considerando sempre a transitividade e o lugar social das crianças
e suas culturas familiares.
O desenvolvimento integral da criança até os
cinco anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social.
Com o documento intitulado Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, o Ministério
da Educação pretende delimitar parâmetros de qualidade suficientemente amplos, flexíveis e específicos
para favorecer a criação de uma base nacional.
Os Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil dão destaque para questões específicas
e polêmicas da realidade brasileira tais como período de funcionamento das instituições, respeito à diversidade, regime de colaboração e responsabilidade dos sistemas estaduais com
a Educação Infantil nos municípios onde não
existe sistema de ensino.
De acordo com os dispositivos constitucionais e
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
a responsabilidade pela Educação Infantil cabe aos municípios, a criança é um sujeito social e histórico que está inserido
em uma sociedade na qual partilha de uma
determinada cultura. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve,
mas também contribui com ele, a interação social torna-se o espaço de
constituição e desenvolvimento da consciência do ser
humano desde que nasce.
Ao propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil, é fundamental considerar que as crianças,
desde que nascem, são cidadãos de direitos, indivíduos únicos, singulares, seres sociais e históricos e
indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.
De acordo com o artigo 4o
das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (2209):
As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, como Centro do planejamento curricular é sujeito histórico e de direitos que,
nas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
De acordo com o artigo 3o
da Lei no
9.394, de 20 de
dezembro de 1996-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber, igualdade de condições para o acesso e a
permanência na escola, pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas, consideração com a diversidade étnico-racial e garantia de padrão de qualidade. O acesso à educação básica obrigatória
é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade
de classe ou outra legalmente constituída e,
ainda, o Ministério Público, acionar o poder
público para exigi-lo. De acordo com o artigo 9o
da Resolução no
4, de
13 de julho de 2010 que define Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica, a escola de
qualidade social adota como centralidade o estudante
e a aprendizagem, o que pressupõe atendimento aos
seguintes requisitos revisão das referências conceituais quanto
aos diferentes espaços e tempos educativos,
abrangendo espaços sociais na escola e fora
dela, consideração sobre a inclusão, a valorização
das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e
respeitando as várias manifestações de cada
comunidade, foco no projeto político-pedagógico, no gosto
pela aprendizagem e na avaliação das aprendizagens como instrumento de contínua progressão dos estudantes.
A Resolução CNE/CP no
2, de 22/12/2017 – Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) no seu artigo 3o
,
define competências como a mobilização de conhecimentos (conceitos
e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e sócio emocionais), atitudes e valores,
para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho.
“Está explicitado no ECA, em seu artigo 3o
, que: A
criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade. “ De acordo com a Lei no
17.292/2017, em
seu artigo 13, sobre a incumbência da Administração
Pública Estadual Direta, Indireta e Fundacional é oferecer cursos periódicos de Libras, em diferentes níveis, para surdos e seus familiares,
professores de educação especial, professores
do ensino regular e comunidade em geral. Manter em suas repartições o atendimento
aos surdos, utilizando profissionais intérpretes
da Libras. Incentivar as empresas concessionárias de serviços públicos, bem como as empresas privadas
em geral, a apoiar e difundir o uso da Libras.
Todas as crianças recém-nascidas com Síndrome de Down, devem ser submetidas ao exame de ecocardiograma.
Sobre a inclusão da Libras de acordo
com a Lei no
17.292/2017, nos currículos da rede pública estadual de
ensino de cursos de nível médio e superior
nas áreas de ciências humanas, médicas e
educacionais, conteúdo obrigatório nos cursos de estudos
adicionais na área de surdez em nível médio e
superior.
Sala de recursos multifuncionais é um espaço do AEE da Escola Comum. As instituições de ensino privadas, submetidas às normas gerais da educação nacional,
deverão efetivar a matrícula do estudante
com transtorno do espectro autista no ensino
regular e garantir o atendimento às necessidades educacionais específicas. O custo desse atendimento integrará a planilha de custos da instituição de ensino, não
cabendo o repasse de despesas decorrentes
da educação especial à família do estudante.
Os professores das classes comuns e os do
AEE devem manter interlocução permanente
com o objetivo de garantir a efetivação da
acessibilidade ao currículo, com vistas à plena
participação de todos. O aluno com necessidades educacionais especiais no AEE tem sua matrícula condicionada à matricula no ensino regular.
Uscher é uma doença hereditária caracterizada pela deficiência auditiva e
perda progressiva da visão.
A educação para as crianças, jovens e adultos com
necessidades educativas especiais, preconizadas na
Convenção de Salamanca (1994), deve ocorrer no quadro do sistema regular de educação.
O Atendimento Educacional Especializado, criado
para atender aos alunos que possuem necessidades
educacionais especiais durante sua vida escolar, é um serviço da educação especial.
Quanto aos preceitos assegurados na Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU
(2016), as pessoas com deficiência têm o direito de adquirir nacionalidade e
mudar de nacionalidade e há um destaque nos artigos 6 e 7, respectivamente, para mulheres e crianças com deficiência, além de comunicação, língua, discriminação por motivo
de deficiência, adaptação razoável, e desenho
universal.
A Lei no
17.292/2017/artigo 30) preconiza que a
pessoa com deficiência é beneficiária do processo de
reabilitação qualquer que seja sua natureza, agente causal
ou grau de severidade.
O auxiliar da educação infantil deve atuar nas atividades de locomoção, cuidados
pessoais (higiene) e alimentação dos alunos
com deficiência, de acordo com as especificidades de cada um. Auxiliar os alunos com deficiência ou com
transtorno do espectro autista na resolução
de tarefas funcionais, ampliando suas habilidades em busca de uma vida independente e
autônoma.
De acordo com a Lei no
17.292/2017, em seu
artigo 23, são diretrizes da Política Estadual de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista, a intersetorialidade no desenvolvimento das
ações e das políticas de atendimento à pessoa
com Transtorno do Espectro Autista e a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas às pessoas
com Transtorno do Espectro Autista, bem
como o controle social da sua implantação,
acompanhamento e avaliação.
A digitação do aluno com dificuldade motora é facilitada com o
uso do teclado com colmeia, um dos recursos acessíveis de tecnologia assistiva.
Uma Pedagogia comprometida com a infância necessita definir as bases para um projeto
educacional-pedagógico para além da aplicação de modelos e métodos para desenvolver
um programa e exige conhecer as crianças, os determinantes
que constituem sua existência e seu complexo acervo linguístico, intelectual, expressivo, emocional, etc., enfim, as bases culturais
que as constituem como tal. A Pedagogia da Infância exige dar atenção às
duas dimensões que constituem sua experiência social, o entorno social e as experiências
das crianças como agentes e como receptores
de outras instâncias sociais, definidas, portanto, no contexto das relações com os outros.
A Educação Infantil, como primeira etapa da
educação básica, cuja função se sustenta no
respeito aos direitos fundamentais das crianças e na garantia de uma formação integral
orientada para as diferentes dimensões humanas (linguística, intelectual, expressiva, emocional, corporal, social e cultural), realizando-
-se através de uma ação intencional orientada
de forma a contemplar cada uma destas
dimensões como núcleos da ação pedagógica e cabe aos profissionais que atuam com as
crianças, mediante o processo de planejamento, observação, registro, avaliação e replanejamento, estruturar o cotidiano, tendo em
conta toda a riqueza que o compõe. Na Educação Infantil a Tendência Renovadora Progressiva caracteriza-se por se centralizar no aluno, considerado como ser ativo e curioso. Dispõe da ideia
de que ele só irá aprender fazendo. Valorizam-
-se as tentativas experimentais, a pesquisa, a
descoberta, o estudo do meio natural e social. A Tendência Renovadora não diretiva é um
método centrado no aluno. A escola tem o
papel de formadora de atitudes. A Tendência Libertária procura a transformação da personalidade num sentido libertário e
autogestionário. Parte do pressuposto de que
somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso
o saber sistematizado só terá relevância se for
possível seu uso prático. Enfoca a livre expressão, o contexto cultural, a educação estética. A Tendência Crítico-social dos conteúdos
ou Histórico-Crítica acentua a prioridade de
focar os conteúdos no seu confronto com as
realidades sociais, sendo necessário enfatizar
o conhecimento histórico. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno. Os conhecimentos são construídos pela experiência
pessoal e subjetiva.
Ao estudar a formação conceitual, Vigotski (2001)
chegou à conclusão de que o processo de desenvolvimento do pensamento envolve vários momentos,
aos quais ele chamou de periodização do desenvolvimento do pensamento.
Tais momentos abarcam o pensamento, sincrético e por complexos.
Os estudos da Teoria Histórico-Cultural apontam
que cada momento do desenvolvimento do psiquismo
humano é caracterizado por uma relação explícita entre
a criança e a realidade principal naquele momento
e por um tipo preciso e dominante de atividade. De
acordo com esse pressuposto, a passagem de um
momento ao outro incide sobre a mudança do tipo
principal de atividade na relação dominante da
criança com a realidade.
A atividade principal da criança é caracterizada pelas seguintes
particularidades, ela é a atividade em cuja forma surgem outros
tipos de atividade e dentro da qual eles
são diferenciados. Por exemplo, a instrução,
no sentido mais estreito do termo, que se
desenvolve em primeiro lugar já na infância
pré-escolar, surge inicialmente no brinquedo,
isto é, precisamente na atividade principal
desse estágio do desenvolvimento. A criança
começa a aprender de brincadeira. A atividade principal é aquela na qual processos psíquicos particulares tomam forma
ou são reorganizados. Os processos infantis
da imaginação ativa, por exemplo, são inicialmente moldados no brinquedo e os processos
de pensamento abstrato, nos estudos e a atividade principal é a atividade da qual
dependem, de forma íntima, as principais
mudanças psicológicas na personalidade
infantil, observadas em certo período de
desenvolvimento.
A Educação das Relações Étnico-Raciais traz no
seu bojo um conjunto de interações e políticas educacionais pautadas nas seguintes dimensões, Histórica,. Institucional, Filosófica, Cultural, Antropológica, Sociopolítica, Pedagógica. As propostas pedagógicas da educação infantil devem ser:
Estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
Éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao
meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
Políticos dos direitos de cidadania, do exercício da
criticidade e do respeito à ordem democrática.
Oferecendo condições e recursos para que as
crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais.
Possibilitando tanto a convivência entre
crianças e entre adultos e crianças quanto a
ampliação de saberes e conhecimentos de
diferentes naturezas, promovendo a igualdade de oportunidades
educacionais entre as crianças de diferentes
classes sociais no que se refere ao acesso a
bens culturais e às possibilidades de vivência
da infância, construindo novas formas de sociabilidade e
de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do
planeta e com o rompimento de relações de
dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
A indivisibilidade das dimensões expressivo-
-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética,
estética e sociocultural da criança, a participação, o diálogo e a escuta cotidiana
das famílias, o respeito e a valorização de suas
formas de organização, e a acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
brinquedos e instruções para as crianças com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas,
afrodescendentes, asiáticos, europeus e de
outros países da América e o reconhecimento, a valorização, o respeito e
a interação das crianças com as histórias e as
culturas africanas, afro-brasileiras, bem como
o combate ao racismo e à discriminação.
Educação Infantil das crianças filhas de agricultores
familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária,
quilombolas, caiçaras, povos da floresta devem reconhecer os modos próprios de vida no
campo como fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em
territórios rurais e ter vinculação inerente à realidade dessas
populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente
sustentáveis.
Valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural e prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da comunidade.
Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as
interações e a brincadeira, garantindo experiências que ampliem a confiança e a participação das
crianças nas atividades individuais e coletivas. Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por
elas de vários gêneros e formas de expressão:
gestual, verbal, plástica, dramática e musical e possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes
suportes e gêneros textuais orais e escritos, promovam o conhecimento de si e do mundo
por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem
movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos
da criança.
É na discussão da teoria vivida/vivenciada no
processo de formação das pessoas envolvidas
com a atividade de ensino que se constitui a
possibilidade de planejamento da ação pedagógica compartilhada. A docência compartilhada consiste em uma
ação docente compartilhada entre dois professores em sala de aula e em um planejamento também compartilhado e a docência compartilhada estabelece, de
maneira silenciosa, mas certamente significativa, o contrato pedagógico entre os
professores e a relação entre a teoria, o cotidiano e ação
pedagógica vivida no espaço de docência
compartilhada se traduz na possibilidade de
pensar o viés da práxis docente. A docência compartilhada consiste em um
permanente processo de desconstrução/reinvenção da identidade docente.
As discussões que abarcam a docência na perspectiva de compartilhar as práticas, é possível estabelecer relação com as reflexões do educador
brasileiro Paulo Freire, quando pondera que é necessária a reflexão crítica sobre a prática, considerando
que a prática docente crítica envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer
e o pensar sobre o fazer.
A creche faz parte de um contexto histórico
que, por muito tempo, significou um lugar
para as mães deixarem seus filhos enquanto
trabalhavam. Nesse contexto, as ações limitavam-se ao assistencialismo e à pura conduta
de cuidado. A educação das crianças pequenas foi, por
muito tempo, considerada responsabilidade
única da família e do grupo social ao qual
pertenciam. Por um bom período da história da humanidade, nenhuma instituição incumbiu-se de
compartilhar a responsabilidade pela criança
com seus pais e com a comunidade da qual
esta fazia parte. Na atualidade, a relação creche-família é
mantida de maneira diversificada. O que
antes era de extrema responsabilidade da
família passou a ser compartilhada com as
instituições de Educação Infantil.
O termo docência partilhada foi utilizado inicialmente para elencar as ações estabelecidas
pelos dois profissionais docentes, auxiliar e
professor, na ação direta de cuidado e educação dos bebês e com as famílias. Posteriormente, outros estudos chamaram
atenção para o significado do termo semântico da palavra partilha, que se refere à divisão;
repartição; ato de dividir em partes ou porções.
Destarte sugerem o termo docência compartilhada como mais adequado para um contexto
em que um coletivo de pessoas, professores,
pais e demais profissionais da instituição, buscam compartilhar a responsabilidade para
com a educação e o cuidado das crianças. Compartilhar a docência não se trata de dividir ou atribuir responsabilidades delimitadas,
mas uma relação permeada de parceria. Compartilhar pressupõe: fazer parte de; tomar
uma posição em relação; dividir com. Ou seja,
é estar com, estar junto, numa relação de
compartilhamento. A atuação conjunta do auxiliar e do professor
de educação infantil caracteriza uma docência
compartilhada, a qual exige uma articulação
da ação com as crianças e uma cooperação
nas estratégias da ação pedagógica; portanto,
uma prática docente coletiva.
O desenvolvimento humano é consequência das
relações sociais e, portanto, torna-se fundamental a
intencionalidade na organização das condições para
que as relações entre as crianças ocorram no contexto
da educação infantil. A criação do novo, portanto,
será gerada pelas vivências organizadas, propostas e
complexificadas.
A condição essencial para esse desenvolvimento (em
que se incluem a fala, o pensamento, o movimento, a
imaginação, a memória, a atenção) das crianças tem
como um de seus impulsionadores que é a atividade do brincar.
Os responsáveis pela ação pedagógica precisam perceber a necessidade de conhecer as
crianças, observá-las e analisar suas manifestações para compreender o que já possuem,
suas possibilidades reais e suas necessidades
e aspirações e as novas exigências sociais que
se colocam para elas. A definição dos projetos educacionais exige
tomar as crianças como fonte permanente e
privilegiada da orientação da ação. Inserem-se, na docência da Educação Infantil,
ferramentas imprescindíveis da ação: a observação permanente e sistemática, o registro
e a documentação como forma de avaliar o
proposto, conhecer o vivido e replanejar os
âmbitos de experiências.
A brincadeira ocupa um lugar central no currículo, lugar esse já definido nas orientações
curriculares do município, que apresentam a
brincadeira como eixo estruturador e estruturante das propostas. A brincadeira de faz de conta é uma das atividades-guias da criança. A atividade é considerada guia porque ela
guia o desenvolvimento psicológico da criança, gerando neoformações.
O acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens. O direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à
convivência e à interação com outras crianças.
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