A História, como
experiência humana do passado, permite indagar se, com o que se aprende acerca
do passado, é possível encontrar e reconhecer certos padrões na estrutura do
desenvolvimento dessas sociedades em consonância com acontecimentos
contemporâneos.
Pode-se enunciar certas leis mais gerais que
não se aplicam somente à história de outras sociedades, mas também à evolução
geral da espécie humana.
A partir da análise dos modos como as
sociedades passadas se comportavam e se relacionavam com outras sociedades,
podem-se levantar informações importantes acerca da atividade comunicacional do
homem, por exemplo.
Como disciplina que discorre acerca dos
processos de conhecimento do passado, a História tem uma tradição rica que,
desde cedo, estabeleceu raízes profundas em várias civilizações.
Pode-se dizer que as grandes navegações foram um conjunto de viagens marítimas
que ampliaram os limites do mundo conhecido desde então. Nessa época, durante
os séculos XV e XVI, portugueses e
espanhóis lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico para descobrir
um novo caminho para as Índias e encontrar novas terras.
Muita coisa passou a ser descoberta
pelos europeus nesse período. Crenças de que havia animais gigantescos
habitando o oceano ou de que a terra acabaria bem no meio do oceano, abrindo um
buraco enorme foram atribuídas e desmentidas.
O século XV ficou marcado pelas grandes viagens marítimas em
busca de novas rotas, mercados e produtos comerciais. Portugal possuía
hegemonia no assunto e dispunha de uma tecnologia bastante desenvolvida para a
navegação da época. Os navegadores portugueses eram considerados os melhores.
Através do resumo das grandes
navegações, serão explicados mais detalhadamente os motivos da sua realização.
• O déficit em relação ao comércio com o
Oriente: os países europeus precisavam de açúcar,
ouro, sedas, porcelanas, pedras preciosas, condimentos como pimenta e cravo
entre outras coisas consideradas como riquezas. Essas mercadorias vinham da Itália e o canal de comunicação e transporte
desses produtos provenientes do Oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos
italianos. Na tentativa de quebrar esse monopólio marítimo, as monarquias
europeias sentiram a necessidade de ter acesso direto às fontes orientais, para
também lucrar com o comércio;
“Para o conjunto da economia europeia, no século
XVI, caracterizada pela produção em crescimento e pelo aumento das transações
mercantis, ao lado de um novo crescimento de sua população, o efeito mais
importante dos grandes descobrimentos foi a alta geral dos preços...’’pelo
grande afluxo de metais preciosos. O afluxo de metais preciosos aumentou
consideravelmente com as descobertas de novas minas, principalmente no
continente americano, uma das principais consequências das grandes navegações.
Para se compreender historicamente o contexto
em que se iniciou as práticas de navegações europeias que resultaram no que
ficou conhecido como as Grandes
Navegações, o autor do texto Grandes Navegações diz que é
necessário fazer a associação entre algumas situações históricas...”
As situações históricas apontadas na letra b
foram cruciais para as grandes navegações, já que o reavivamento comercial do
último período da Idade Média criou a necessidade de ampliação dos mercados, o
que seria possível apenas com o financiamento do Estado, única instituição
capaz de reunir forças econômicas para as expedições. A ascensão social da
burguesia também foi de suma importância, já que não era de interesse econômico
da nobreza a intensificação das trocas mercantis.
O Tratado de Tordesilhas foi um acordo
firmado em 1494 na cidade espanhola de Tordesilhas, entre Portugal e Espanha
e com mediação do Vaticano, para garantir a partilha e dominação das novas
terras descobertas a partir das Grandes Navegações. O tratado estabelecia que
as terras que ficassem até a uma distância de 370 léguas a oeste da ilha de Cabo
Verde seria de dominação portuguesa. A partir desta distância o domínio
pertenceria à Espanha.
A contestação ocorreu principalmente pelo
fato de que os demais países ficavam de fora da partilha dos novos territórios,
que garantiam grandes lucros às nações em decorrência do comércio, da
exploração dos novos territórios e das minas de metais preciosos que poderiam
ser encontradas.
Sobre as características
das Grandes Navegações do século XV, em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o Cabo do Borjador,
abrindo portas para a conquista lusitana sobre o litoral africano.
Desde o século XII, a
entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos
comerciantes italianos e árabes no Mar Mediterrâneo. Com o objetivo de superar
a dependência para com esses atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar
uma rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do
Oriente.
Como consequência das várias expedições realizadas pelos
portugueses na costa ocidental do continente africano, o navegador Vasco da
Gama conseguiu chegar à cidade indiana de Calicute em 1498, e voltou a Portugal
com uma embarcação cheia de especiarias.
A rivalidade entre
Portugal e Espanha pela exploração das novas terras descobertas levou ambos os
reinos a assinarem tratados definidores das regiões a serem dominadas por cada
um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de
Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou
o alargamento das fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde, instituindo o
Tratado de Tordesilhas.
A Espanha só conseguiu se dedicar à expansão
marítima após o fim das Guerras de Reconquista contra os mouros na Península
Ibérica. Os conflitos impossibilitaram uma unificação dos reinos ibéricos e a
destinação de recursos financeiros para o financiamento das expedições no
oceano Atlântico.
Aliança entre burguesia e os reis: para que as
grandes viagens marítimas pudessem acontecer, era preciso navios, homens e
armas. Porém, isso só seria possível com o apoio do Estado e da capital
burguesa. No decorrer dos acontecimentos, os reis também ficaram interessados,
tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos. O pensamento
era simples: com o crescimento do comércio, aumentaria a arrecadação de
impostos para os seus reinos. Ou seja, quanto mais dinheiro, mais poder. Como
consequência desse processo, os Estados Nacionais seriam fortalecidos e
facilitariam a submissão da sociedade aos reis.
No entanto, navegar naquela época era
uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares que nunca
haviam sidos navegados. Devido à desinformação e ao medo do desconhecido, os
europeus tomaram algumas providências. Quais são elas? Abaixo será exposto,
através de tópicos, o resumo das grandes navegações no que se refere ao seu
planejamento.
Os
instrumentos: a tecnologia indispensável para a navegação foi obtida com a
utilização da pólvora e da bússola,
além do astrolábio e a balhestilha. Estes dois últimos serviam para dar a
localização dos astros como pontos de referência.
As caravelas: meio de transporte rápido e
resistente que impulsionado pelo vento, dispensava muita de mão-de-obra na hora
de remar e era capaz de transportar grandes quantidades de mercadorias e
homens. Numa navegação, embarcavam marinheiros, médicos, padres, soldados e até
um escrivão, responsável por anotar tudo o que acontecia durante as viagens;
A
comunicação: a invenção da imprensa, por Gutenberg, e do papel popularizou os
conhecimentos antes restritos aos conventos. Em função disso, tornou-se possível a divulgação
dos acontecimentos sobre Geografia, Ciências e Navegações.
Os pioneiros e suas conquistas
Os dois primeiros países que tinham
condições para esse feito foram Portugal e Espanha. Os portugueses organizaram
sucessivas expedições que devassaram o litoral atlântico africano. Já os espanhóis
penetraram no Oceano Índico e navegaram até a Índia. Para finalizar o resumo
das grandes navegações, vão ser apresentadas informações dos seus
desbravamentos.
Portugal foi o pioneiro devido às
condições favoráveis encontradas no país. Dentre elas estão: a grande
experiência em navegações, principalmente pela pesca do bacalhau; a criação das
caravelas, o mais importante meio de transporte marítimo e comercial daquela época e os
investimentos de capital vindos da burguesia e da nobreza, interessadas na
geração de lucros. Os seus feitos principais foram:
A
conquista de Ceuta em 1415;
A conquista do litoral da África e Ilha da Madeira, Açores, Cabo Verde e Cabo Bojador, durante o século XV.
A chegada ao Sul da África, contornando o Cabo da Boa Esperança em 1488;
A chegada das caravelas às Índias, com o comando de Vasco da Gama em 1498;
A chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro em 1500.
A conquista do litoral da África e Ilha da Madeira, Açores, Cabo Verde e Cabo Bojador, durante o século XV.
A chegada ao Sul da África, contornando o Cabo da Boa Esperança em 1488;
A chegada das caravelas às Índias, com o comando de Vasco da Gama em 1498;
A chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro em 1500.
A Espanha também se destacou com as suas
conquistas durante esse período. Porém, começou a navegar um século mais tarde,
somente após conseguir expulsar os árabes de seu território. Os espanhóis
fizeram um caminho diferente dos portugueses: optaram por navegar na direção
oeste. Os feitos mais significativos foram:
A
chegada de Cristóvão Colombo ao que chamou de “Índias Ocidentais” em 1492;
A assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1949, que dividia o mundo entre os dois pioneiros das grandes navegações;
A descoberta das Antilhas, do Panamá e da América do Sul de 1492 até 1504.
A afirmação feita por Américo Vespúcio em 1504, de que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente.
A assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1949, que dividia o mundo entre os dois pioneiros das grandes navegações;
A descoberta das Antilhas, do Panamá e da América do Sul de 1492 até 1504.
A afirmação feita por Américo Vespúcio em 1504, de que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente.
Bibliografia:
-Navegações
e sua projeção na Ciência e na Cultura
Autor:
Albuquerque, Luis de
Editora:
Gradiva
-Navegações
portuguesas no Atlântico e no Índico
Autor:
Ferro,Caetano
Editora:
Teorema
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