domingo, 10 de abril de 2016

Dia do Índio

                                      


Cristóvão Colombo deu aos habitantes da América o nome de índios,porque pensou que havia chegado as Índias. Mesmo depois de os europeus perceberem o engano,essa denominação permaneceu.  Os contatos entre índios e brancos no início eram pacíficos e eles foram utilizados na extração do pau-brasil,em troca de bugigangas. Depois veio a escravidão na tentativa de fazê-los trabalhar nas lavouras de cana,suas terras foram tomadas e os que não se renderam,morreram lutando corajosamente por sua liberdade e pela terra e as relações tornaram-se conflituosas.

Pensava-se que os indígenas brasileiros pertenciam a um único grupo,isto é, o do tronco lingüístico tupi (tupinambá,tupi-niquim). Mas hoje sabe-se,de acordo com a classificação de Aryon Dall’lgna Rodrigues,que existem três troncos principais,o  tupi,o macro-jê e o aruaque,sendo que há famílias não classificadas em troncos,como tucano,nhambiquara,caraíba e outros.
A tribo é a organização básica dos índios: todos falam a mesma língua,têm os mesmos costumes e estão ligados uns aos outros por um forte sentimento de unidade,segundo Júlio César Mellati.

Há tribos com aldeias em forma de círculos,outras em forma de ferradura,e há,ainda,algumas cuja aldeia é formada por uma única habitação coletiva.
Os índios brasileiros praticam a caça,a pesca,a coleta e a agricultura.  Sabe-se também que há divisões de trabalhos de acordo com o sexo e a idade.
As formas de casamento variam de tribo para tribo. Algumas sociedades permitem a poligamia,isto é,vários parceiros.
Sabe-se que,na época do ‘descobrimento’,havia em nosso país,cerca de 5 milhões de indígenas. Hoje,esse número caiu para,aproximadamente, 200 mil.



Segundo a arqueóloga Lúcia Van Velthem,arte indígena não exista. O que existe são artes indígenas,feitas por 206 povos diferentes.  As obras indígenas,segundo Lúcia,não foram feitas para simples contemplação porque elas fazem parte da vida. Não há a noção de artista,a arte é para todos,e todos são artistas.

As artes indígenas podem ser caracterizadas como utilitárias e/ou representativas das tradições de cada comunidade. Para o índio,um objeto precisa ser o mais perfeito possível e, nessa perfeição,além da finalidade,encontra-se a noção indígena de beleza,isto é,sua perfeita realização.

                                                   Gastronomia

Na cultura indígena,a mulher fica com toda a responsabilidade do trabalho doméstico,incluindo cozinha,roçados,abastecimento de água e transporte de fardos.
Algumas técnicas da cozinha conhecidas das indígenas são: pisar,moquear,espremer,peneirar,ralar,curtir ou curar,conservar,fermentar,assar. Os assados sempre eram feitos enrolados em folhas (de bananeira,palmeira,etc.).
Os utensílios utilizados para preparar a alimentação são feitos manualmente e são usadas cerâmicas,urupemas,pilão,cuias,cabaças,balaios,alguidar,pote com água,etc.  Todos esses materiais são feitos com barro,madeira,casco de animal,casca de fruta,etc.


Cada tribo tem seu estilo e sua personalidade,variando,assim,a representação das tradições de cada comunidade. Podemos observar esse aspecto nos cocares.

O cocar guarani é somente símbolo de poder. Já o cocar caiapó representa sua aldeia.
Todos são peças delicadas,tendo como preocupação o colorido e a combinação de matizes. Geralmente,as penas são asas sobrepostas em camadas,exigindo uma cuidadosa execução.
Além das penas serem usadas nos cocares,elas também aparecem em colares,brincos,braceletes,diademas e mantas.

É bom lembrar que os adornos de plumas são usados somente em ocasiões especiais,como,por exemplo,durante a realização dos ritos.
As máscaras,para os índios,têm duplo caráter:ao mesmo tempo que são um artefato produzido pelo homem,são a figura viva do ser sobrenatural que representam. Geralmente são usadas em rituais e danças cerimoniais. Podem,ainda,ser feitas de cabaças,palhas de buriti ou troncos de árvores.

A celebração do Dia do Índio tem como propósito também a preservação da memória e a reflexão crítica nas universidades, escolas e demais instituições semelhantes sobre o passado da relação de dominação e conquista das civilizações europeias no continente americano.
No caso do Brasil, o Dia do Índio foi instituído via decreto-lei, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, que exercia o poder de forma autoritária no chamado Estado Novo.
Veja o texto do decreto-lei:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, e tendo em vista que o Primeira Congresso Indigenista Interamericano, reunido no México, em 1940, propôs aos países da América a adoção da data de 19 de abril para o "Dia do Índio",
DECRETA:
Art. 1º É considerada - "Dia do Índio" - a data de 19 de abril.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1943, 122º da Independência e 55º da República.”
GETÚLIO VARGAS
Vê-se que Vargas, bem como seu corpo de ministros, orientou-se diretamente pela resolução do Congresso Indigenista Interamericano. Havia também, no contexto do Estado Novo, a forte influência de sertanistas e estudiosos de comunidades indígenas, como o Marechal Cândido Rondon, que era também entusiasta do governo de Getúlio.

Todo dia é dia de índio?
Sim, pois não adianta somente lembrar dos índios apenas um dia.
Eles fazem parte de nossa história e têm muito a nos ensinar.
Mas, justamente por serem importantes, foi reservada uma data no calendário anual para comemorar o Dia do Índio, que é 19 de abril.
Quer saber porque esse dia? Bem, é que nessa data, no ano de 1940, foi realizado o I Congresso Indígena da América Latina, no México, com objetivo de divulgar a cultura indígena em toda a América e também para que os governos criassem normas em relação à qualidade de vida dos povos indígenas, que ainda sofriam com a discriminação do homem branco.

Onde estão os índios brasileiros?
Vivem em áreas espalhadas por todos os Estados, mas a maior parte das terras e da população indígena está mesmo é na Amazônia.
Como vivem os índios?
Quando observamos uma aldeia indígena na televisão ou em revistas podemos perceber que o modo de vida dos índios é bem diferente do nosso, não é mesmo? Pois realmente é, mas com aspectos interessantes que valem a pena conhecer!
Os índios vivem de forma muito organizada e harmônica. Cada tribo tem um cacique, que é o chefe e um pajé, que é uma espécie de médico para eles. Os pajés conhecem tudo sobre males do corpo e do espírito e também quais as plantas e ervas que podem ser utilizadas em cada caso.
A aldeia onde vivem é chamada de taba e nela existem dois tipos de casas: as simples, onde vivem apenas uma família e são chamadas de ocas e as casas coletivas, que são chamadas de malocas.
As casas são construídas com uma mistura de barro e sua estrutura é sustentada por pedaços de madeira. Para fazer os telhados, os índios utilizam palha trançada ou grandes folhas de árvores.
Esta forma de construção é barata e segura para algumas regiões sem muitas variações climáticas, por isso é utilizada em alguns locais do Brasil, principalmente no Nordeste e na Amazônia. São as casas de pau-a-pique.
Armas
Os índios sempre foram valentes! Eles utilizam vários tipos de armas, confeccionadas pelos homens da tribo e que não tem apenas a finalidade de guerrear, mas também são utilizadas para a caça. As armas indígenas são bem diferentes das que conhecemos, pois não utilizam metais e sim materiais disponíveis na natureza, como madeira, ossos e principalmente pedras. Vamos conhecer algumas armas indígenas?
ARCO E FLECHA  É a principal arma dos indíos. Devido à sua cultura, as atividade de caça são constantes entre os homens que, desde a infância, treinam com os arcos e adquirem grande habilidade em seu manejo. Os arcos são de madeira e o alcance da flecha pode atingir 30 metros.
BORDUNA  Esta é uma arma importante para a guerra e só é usada nessas ocasiões, sendo muito diferente do arco e flecha que tem utilização diária. A borduna é uma arma muito simples: um pau pesado em uma extremidade, que causava danos pelo impacto direto.
LANÇA  A lança é uma arma menos utilizada e tem também a função específica na caça e pesca. Existem lanças de uso a pé ou a cavalo.


Utensílios domésticos
Existem algumas coisas que utilizamos em nosso cotidiano que nem damos mais muita importância, não é mesmo? Um colar, um pente ou mesmo uma vasilha para colocar o arroz. Quem se lembra desses utensílios com frequência e guarda como se fossem os únicos?
Pois os índios confeccionam todos esses objetos e dão muito valor a eles. Os índios acreditam que não são eles que produzem esses utensílios, mas uma força superior, que “comanda” as mãos deles durante a confecção. Assim eles dão muito valor a tudo que fazem, principalmente o que é usado nos rituais.

Veja quantos utensílios diferentes os índios produzem:
Cerâmicas  feitas pelas mulheres, que usam barro adequado, muitas vezes misturam argila, grânulos diversos ou cacos velhos bem triturados. São utilizados para buscar, guardar e servir água, para preparar e servir bebidas fermentadas de milho e mandioca, para armazenar produtos e cozinhar os alimentos.
Ferramentas  como machados, feitos em pedras que servem para a derrubada do mato.
Adornos* feitos com dentes, penas e unhas de animais ou com rodelas de casca de caramujos.
Como é a língua indígena?
Você acha que os índios falam outra língua?
Não é bem assim!!! Os povos que habitavam o litoral do Brasil usavam principalmente a língua Tupi e muitas palavras da língua portuguesa tem origem no tupi-guarani. 
Quer conhcer algumas? Veja só: arara, capim, catapora, cipó, cuia, cumbuca, cupim, jabuti, jacaré, jibóia, jururu, mandioca, mingau, minhoca, paçoca, peteca, pindaíba, pipoca, preá, sarará, tamanduá, tapera, taquara, toca, traíra, xará… 


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