segunda-feira, 25 de abril de 2016

Língua Portuguesa

    




A genialidade das plantas


Conheça a inteligência mais menosprezada do planeta: a dos vegetais. [...] Imagine que você está dando uma festa no seu apartamento. Já são duas da manhã e seus convidados não vão embora de jeito nenhum, mas você só quer descansar. O que você faz para não parecer grosseiro? Uma boa estratégia é aumentar o som da vitrola e puxar uma pista de dança no meio da sala, na esperança de que os vizinhos comecem a reclamar. Não dá outra: cinco minutos depois, toca o interfone e a síndica bate na porta ameaçando chamar a polícia. Constrangidos, seus amigos vão embora e você pode finalmente dormir – não sem antes se parabenizar pela própria esperteza. O plano acima para encerrar a festa uniu planejamento, estratégia, antecipação de intenções e previsão a médio prazo. Só poderia ter sido bolado por alguém inteligente, certo? Pois é exatamente a mesma coisa que fazem algumas espécies de milho e feijão para se proteger. Quando uma de suas plantações é atacada por taturanas, essas plantas liberam uma substância no ar que atrai vespas. As vespas se aproximam e as taturanas – que morrem de medo delas – se vão. Pronto, a plantação está salva. [...] Você pode nunca ter reparado, mas as plantas se comunicam, traçam estratégias de guerra, resolvem problemas, guardam memória, traçam planos para o futuro e elaboram jogos de sedução para se reproduzir. Difícil dizer que não são seres inteligentes. [...] A nossa maior dificuldade está em reconhecer que a inteligência das plantas se manifesta de forma diferente da nossa. Temos a tendência de querer extrapolar nossas características nas outras espécies e tentar reconhecer comportamentos parecidos nelas. Em animais, até dá para fazer isso. Mas com as plantas não funciona assim. Para entender o brilhantismo vegetal, é mais eficiente tentar enxergá-las como alienígenas que, por acaso, habitam o mesmo planeta que nós. Elas tiveram um caminho evolutivo completamente distinto do nosso e optaram por soluções de sobrevivência mais lentas e econômicas. Se tivessem olhos, provavelmente enxergariam a gente e os outros animais como estranhos seres hiperativos que gastam energia demais para ir de um lugar a outro e se alimentar. A principal diferença está na fonte de energia. Animais precisam se alimentar de outros seres vivos para sobreviver – sejam eles animais, sejam vegetais. Para isso, aperfeiçoaram suas técnicas de locomoção em busca de comida para seus músculos, cérebros e outros órgãos, que demandam muita energia. Já as plantas não precisam de nada disso. Capazes de realizar a fotossíntese, tudo que elas precisam é de luz solar. Assim, focaram sua evolução em estratégias que garantam o máximo de luz, gastando o mínimo de energia possível. Para que se mover, se o sol, de onde tiram toda a energia para sobreviver, aparece no céu todos os dias? Essa imobilidade ajuda a entender como a inteligência das plantas foi sendo construída diferentemente da nossa. [...] Charles Darwin foi um dos primeiros a reconhecer que de bobas as plantas não tinham nada. [...] (Fonte: Revista Supe
r Interessante, p. 47-48, ed. 358, março 2016. Adaptado.)
                                                                                      

                                                                   Compreensão do texto:

1- Por que a inteligência dos vegetais é menosprezada pelo ser humano?   
 Devido ao fato de a inteligência do ser humano não se manifestar da mesma maneira nos vegetais.   

  2-As frases a seguir se  refere ao texto I.
 As estratégias utilizadas pelo ser humano, no texto, são as mesmas de alguns tipos de feijão e milho, para espantar as taturanas através das vespas.
  Tanto os animais quanto os vegetais fazem uso de energia.
  A energia dos animais é extraída do seu alimento, e a energia das plantas, da luz solar.


 3-As inteligências do homem e da planta são distintas porque evoluíram diferentemente.
  Há espécies de feijão e milho que liberam substâncias para atrair vespas, que espantam taturanas.
 As plantas são capazes de realizar fotossíntese.  

 4-Com base no texto, por que as plantas são consideradas inteligentes?
   Comunicam-se, planejam, resolvem problemas e gastam pouca energia.

5=A  alternativa que melhor traduz o reconhecimento de Charles Darwin sobre o fato de as plantas não serem bobas em nada.    Os vegetais são seres inteligentes.   

 6-A palavra “alienígenas” empregada no texto (linha 20) possui o mesmo significado de   estranhas.

7- A palavra “bolado” (linha 8), no contexto em que foi empregada, pode ser substituída por várias palavras com o mesmo significado, planejado, criado, inventado.

8- Por que as plantas não se locomovem?  Buscam energia no sol, que está no céu todos os dias, logo não precisam se deslocar.  

9- No fragmento “O plano acima para encerrar a festa uniu planejamento [...]” (linhas 7-8), o verbo destacado possui o significado contrário de:  Iniciar.  

10- No fragmento “Se tivessem olhos, provavelmente enxergariam a gente e os outros animais como estranhos seres hiperativos [...]” (linhas 22-23), o termo destacado dá a ideia de  hipótese.  

 11-A palavra “só”, empregada em “[...] mas você só quer descansar.” (linha 3), possui o mesmo significado de   apenas.  


12-Palavra grafada corretamente: –ch,
chácara, chaminé, cachê.  Cachecol, chiclete, chuva, chave.  Choupana, chipanzé, chicote, rechaço.  Chuchu



13-A  letra –x de todas as palavras possui o mesmo som que em “táxi”?    tóxico, látex, axila, sexo. 

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