sexta-feira, 1 de abril de 2016

LÍNGUA PORTUGUESA

                                 LÍNGUA PORTUGUESA


                            Resultado de imagem para flores

  
                                                                 
                                                         Verdade ou mentira

Verdade ou mentira, o que eu vou contar aqui é meio esquisito e merece ser lido com alguma atenção. [...] Por mais impressionante que seja a história, procure controlar os nervos. [...] Houve uma mulher que amou um amor de verdade. Por mais estranho que pareça, foi isso que me contaram exatamente. Um dia ela conheceu um homem, então descobriu que seu amanhecer já não era o mesmo, e os dois trocaram juras eternas, e, o que é mais fantástico ainda, essa mulher, pelo que consta, amou mesmo esse homem, só a ele, muito e sempre. Parece que ele não era especialmente bonito, rico nem inteligente, era boa gente apenas e (segundo fontes seguras) tinha um sorriso engraçado. Ela também era uma pessoa normal (pelo menos aparentemente) e só apresentou esse comportamento estapafúrdio em toda a sua vida. Os motivos que levaram essa mulher a amar tanto esse tal homem, de forma tão descabida e excessiva, nunca ficaram provados. Primeiro levantaram a hipótese de um surto de loucura passageiro. (Um atestado de insanidade resolveria a questão sem a necessidade de uma análise mais apurada.) Não era. [...] O fato foi tomando proporções maiores à medida que o tempo passava e o amor daquela mulher não diminuía. [...] Houve quem apostasse que aquele amor todo era mentira da mulher, com a clara intenção de aparecer na mídia. [...] A mulher foi ficando meio assustada com aquela agonia de gente e de repórter, confere daqui, examina de lá, até que acabou fugindo, coitada. Aquilo já estava impossível. O homem ficou muito triste, é óbvio, por perder um amor assim tão interessante. Há quem garanta que até hoje ele passa o dia bebendo na esquina e chora constantemente. Dela, nunca mais se teve notícia.  Possivelmente se auto exilou em algum lugar ignorado.

Verdade ou mentira flashes FALCÃO, Adriana. São Paulo: Planeta, 2003. p. 43-44. (Fragmento)

Pode-se afirmar que a intenção da autora não é destacar aspectos individuais das personagens, mas sim chamar atenção do leitor para um comportamento que os destaca do conjunto de seres humanos, porque  o foco do texto está no fato, aparentemente inacreditável, de terem vivido um grande amor.


-Vários artigos foram utilizados para fazer referência às personagens do texto.
     Houve UMA mulher que amou um amor de verdade./ A mulher foi ficando meio assustada com aquela agonia de gente [...]
  [...] ela conheceu UM homem [...]/ O homem ficou muito triste é óbvio [...] Por que, em cada par transcrito, a autora usa diferentes artigos para se referir ao homem e à mulher?
 Em ambos os casos, a autora emprega, primeiramente, artigos indefinidos, porque se trata de seres ainda indeterminados; depois, usa os artigos definidos, para que o leitor possa fazer uma representação mais precisa de cada um deles.

-No período “[...] era boa gente apenas e (SEGUNDO fontes seguras) tinha um sorriso engraçado.” (§ 6), a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto, por:  conforme.

-A palavra destacada em “Verdade OU mentira [...]” exprime uma ideia de: alternância

-A função da linguagem predominante nesse texto literário,  é: poética.

-A figura de linguagem presente em “Houve uma mulher que amou um amor de verdade.” é: pleonasmo

-Quanto aos aspectos gramatical e sintático, a análise do período “Houve uma mulher que amou um amor de verdade.”, é: o pronome relativo QUE exerce a função sintática de sujeito da segunda oração.

-Em “Ela também era uma pessoa normal (PELO MENOS APARENTEMENTE) [...]” (§ 7) o trecho destacado está entre parênteses para indicar: comentário acessório.

-Em “Os motivos QUE levaram essa mulher a amar tanto esse tal homem [...]” (§ 8), o elemento em destaque retoma a palavra: motivos

-O complemento do verbo transitivo dos trechos transcritos foi, de acordo com a norma-padrão e com o contexto, substituído corretamente por um pronome oblíquo em: “[...] os dois trocaram JURAS ETERNAS [...]” / os dois trocaram-NAS.

-Considerando a estrutura da frase “Primeiro levantaram a hipótese de um surto de loucura passageiro. [...]”, pode-se afirmar que o sujeito é: indeterminado

-A forma correta do verbo, passado para o futuro do pretérito, se a frase “Houve uma mulher [...]” fosse flexionada no plural.  Haveria

-Dentro dos estudos de regência verbal e de acordo com o padrão culto da língua portuguesa, o verbo em destaque em “O homem FICOU muito triste [...]” é: de ligação

-Quanto à formação da p a l a v r a  destacada e m : “ P o r m a i s IMPRESSIONANTE que seja a história [...]” derivação sufixal.


-o termo destacado pertence à mesma classe gramatical do O em “Verdade ou mentira, O que eu vou contar aqui [...]”   “AQUILO já estava impossível.” (&12)

3 comentários: