Esopo
foi um fabulista grego, nascido na Trácia (região da Ásia Menor), do século VI
a.C.. Personagem quase mítico, sabe-se que foi um escravo libertado pelo seu
último senhor, o filósofo Janto (Xanto).
Considerado o maior representante do estilo literário
"Fábulas", possuía o dom da palavra e a habilidade de contar
histórias curtas retratando animais e a natureza e que invariavelmente
terminavam com tiradas morais. As suas fábulas inspiraram Jean de La Fontaine e
foram objeto de milhares de citações através da história (Heródoto,
Aristófanes, Platão, além de diversos filósofos e autores gregos).
As primeiras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc.
III d. C. Muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma
versão que se possa afirmar ser mais próxima da original. Destaca-se, entre os
estudiosos da obra esopiana, Émile Chambry, profundo conhecedor da língua e da
cultura gregas. Em 1925 o escrito Chambry publicou, Aesopi - Fabulae (Fábulas
de Esopo), contendo 358 fábulas atribuidas ao grande mestre das fábulas.
A Raposa e as Uvas é um exemplo dos mais conhecidos entre as
centenas de fábulas que produziu.
O
rabo da raposa
Certa madrugada muito gelada, dona raposa tremendo de frio
bebia água num furo, no gelo do rio.
Distraída não notou que a ponta do seu rabo
se molhou e se colou no gelo. A solução era fácil: dar um puxão, deixando algum
pelo no gelo, mas ficando a salvo dos caçadores.
"Mas estragar o lindo rabo? Oh não! Como
perder a ponta dessa cauda fofa e sedosa? Melhor é esperar pelo amanhecer
_ quem sabe o sol derrete o gelo e a cauda solta?"
A raposa espera enquanto o rabo gela e gruda
mais. O dia amanhece mas o sol não aquece. E então ela ouve vozes. Parece que
vem gente.
Com grande medo ela quer fugir da situação e
puxa o rabo.
_" Ai! Que safanão! Que aflição!"
A raposa se debate e pula, mas a cauda está
grudada que a pobre não consegue nada...
Por sorte, o lobo passa por ali.
_ "Compadre" - grita ela. - "
Salve-me, amigo! Não consigo soltar meu rabo!"
O lobo diz:
-"Como seu amigo vou lhe ajudar neste
perigo. Aguenta! O meu dente é forte, vai lhe salvar da feia morte!" E -
um, dois,três! -cortou-lhe o rabo, duma vez.
A raposa esquece a vaidade, larga o rabo e
corre para a toca, contente de estar viva , quase inteira.
Tatiana Belinky. Confabulando.
São Paulo, Vereda,1994.
Entendendo o texto
Retire do 1º e do 2º parágrafo de O rabo da raposa alguns dos
elementos que caracterizam o texto narrativo,respondendo as perguntas a seguir:
O que
aconteceu? O rabo da raposa congelou.
Aconteceu com quem? A raposa
Quando isso ocorreu? De madrugada.
Onde? No rio.
Por quê? Porque a raposa estava
bebendo água de um furo,no gelo do rio distraída.
Esse texto é uma narrativa que
conta uma história.
A fábula é uma das mais antigas
maneiras de se contar histórias. Suas personagens,geralmente animais,falam,agem
e sentem como seres humanos.
É uma narrativa que procura
transmitir ensinamentos ou lições, sintetizados na forma de moral da história.
O texto que você acabou de ler é
uma adaptação da fábula A raposa sem cauda,escrita originalmente por Esopo,no
século Vl a.C.
Dizem que Esopo teria nascido numa
região da Ásia Menor,sendo levado como escravo para a Grécia. Suas fábulas são
consideradas as primeiras criações em prosa entre os gregos.
La Fontaine(francês) e Monteiro
Lobato(brasileiro),foram escritores que recriaram muitas fábulas de Esopo.
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