sexta-feira, 22 de abril de 2016

Esopo


Esopo foi um fabulista grego, nascido na Trácia (região da Ásia Menor), do século VI a.C.. Personagem quase mítico, sabe-se que foi um escravo libertado pelo seu último senhor, o filósofo Janto (Xanto).
Considerado o maior representante do estilo literário "Fábulas", possuía o dom da palavra e a habilidade de contar histórias curtas retratando animais e a natureza e que invariavelmente terminavam com tiradas morais. As suas fábulas inspiraram Jean de La Fontaine e foram objeto de milhares de citações através da história (Heródoto, Aristófanes, Platão, além de diversos filósofos e autores gregos).
As primeiras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc. III d. C. Muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma versão que se possa afirmar ser mais próxima da original. Destaca-se, entre os estudiosos da obra esopiana, Émile Chambry, profundo conhecedor da língua e da cultura gregas. Em 1925 o escrito Chambry publicou, Aesopi - Fabulae (Fábulas de Esopo), contendo 358 fábulas atribuidas ao grande mestre das fábulas.
A Raposa e as Uvas é um exemplo dos mais conhecidos entre as centenas de fábulas que produziu.

                                           
                                              O rabo da raposa

Certa madrugada muito gelada, dona raposa tremendo de frio bebia água num furo, no gelo do rio.
         Distraída não notou que a ponta do seu rabo se molhou e se colou no gelo. A solução era fácil: dar um puxão, deixando algum pelo no gelo, mas ficando a salvo dos caçadores.
         "Mas estragar o lindo rabo? Oh não! Como perder a ponta dessa cauda fofa e sedosa?  Melhor é esperar pelo amanhecer _ quem sabe o sol derrete o gelo e a cauda solta?"
         A raposa espera enquanto o rabo gela e gruda mais. O dia amanhece mas o sol não aquece. E então ela ouve vozes. Parece que vem gente.
         Com grande medo ela quer fugir da situação e puxa o rabo.
         _" Ai! Que safanão! Que aflição!"
         A raposa se debate e pula, mas a cauda está grudada que a pobre não consegue nada...
         Por sorte, o lobo passa por ali.
         _ "Compadre" - grita ela. - " Salve-me, amigo! Não consigo soltar meu rabo!"
         O lobo diz:
         -"Como seu amigo vou lhe ajudar neste perigo. Aguenta! O meu dente é forte, vai lhe salvar da feia morte!" E - um, dois,três! -cortou-lhe o rabo, duma vez.
         A raposa esquece a vaidade, larga o rabo e corre para a toca, contente de estar viva , quase inteira.
                                                        
                                                          Tatiana Belinky. Confabulando. São Paulo, Vereda,1994.



                                      Entendendo o texto

Retire do 1º e do 2º parágrafo de O rabo da raposa alguns dos elementos que caracterizam o texto narrativo,respondendo as  perguntas a seguir:

                   O que aconteceu? O rabo da raposa congelou.
  
Aconteceu com quem? A raposa

 Quando isso ocorreu? De madrugada.

 Onde?  No rio.

 Por quê? Porque a raposa estava bebendo água de um furo,no gelo do rio distraída.

Esse texto é uma narrativa que conta uma história.

A fábula é uma das mais antigas maneiras de se contar histórias. Suas personagens,geralmente animais,falam,agem e sentem como seres humanos.
É uma narrativa que procura transmitir ensinamentos ou lições, sintetizados na forma de moral da história.

O texto que você acabou de ler é uma adaptação da fábula A raposa sem cauda,escrita originalmente por Esopo,no século Vl a.C.

Dizem que Esopo teria nascido numa região da Ásia Menor,sendo levado como escravo para a Grécia. Suas fábulas são consideradas as primeiras criações em prosa entre os gregos.


La Fontaine(francês) e Monteiro Lobato(brasileiro),foram escritores que recriaram muitas fábulas de Esopo.

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