De acordo com Émile Durkheim, é regra
fundamental da sociologia considerar os fatos sociais como coisas.
Segundo Max Weber (1995) “a ciência coloca
naturalmente à nossa disposição certo número de conhecimentos que nos permitem
dominar tecnicamente a vida por meio da previsão, tanto no que se refere à
esfera das coisas exteriores como ao campo da atividade dos homens”. O domínio
da vida por meio da previsão corresponderia na interpretação de Weber ao processo de racionalização, em que à
ciência não cabe o papel de julgar entre valores culturais conflitantes ou
explicar o sentido da vida.
De acordo com Karl Marx (1985) o capital “tem
de revolucionar as condições técnicas e sociais do processo de trabalho,
portanto o próprio modo de produção, a fim de aumentar a força produtiva do
trabalho, mediante o aumento da força produtiva do trabalho reduzir o valor da
força de trabalho, e assim encurtar parte da jornada de trabalho necessária
para a reprodução deste valor”. A redução do valor da força de trabalho
mediante o aumento da força produtiva de trabalho corresponderia: À mais-valia relativa, forma mais avançada de
exploração do capital sobre o trabalho.
Ao tratar sobre a divisão social do trabalho,
Marx afirma que “em seu impulso cego, desmedido, em sua voracidade por
mais-trabalho, o capital atropela não apenas os limites máximos morais, mas
também os puramente físicos da jornada de trabalho”
(MARX, Karl. O capital –
Crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. V. 1 cap. VIII.
P. 211-212).
Logo um dos
desdobramentos da divisão social do trabalho no capitalismo, segundo Marx, é a
conversão da força de trabalho humano em mercadoria explorada pelo capital e o
surgimento de uma classe social que vive exclusivamente da venda da sua força
de trabalho: o proletariado.
Sobre o carisma, Max Weber afirmou que “ele
força a sujeição interna sob aquilo que nunca antes existiu, sob o
absolutamente singular, e por isso divino”
(WEBER, Max. Economia e sociedade.
Brasília: Ed. UnB, 1991. p. 161).
Assim, para Weber, a dominação carismática
pode exercer na sociedade e na história o papel da mudança social. espécie
de acontecimento que atesta a superioridade do conteúdo em relação à forma .
De acordo com Pierre Bourdieu, o habitus
corresponderia, Às estruturas
estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, ou seja,
como princípio gerador e estruturador das práticas e das representações que
podem ser objetivamente reguladas e regulares sem ser o produto da obediência a
regras.
Segundo Levi-Strauss (1987) “A atitude mais
antiga e que repousa, sem dúvida, sobre fundamentos psicológicos sólidos, pois
que tende a reaparecer em cada um de nós quando somos colocados numa situação
inesperada, consiste em repudiar pura e simplesmente as formas culturais,
morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas daquelas com que nos
identificamos. "Costumes de selvagem", "isso não é nosso",
"não deveríamos permitir isso", etc., um sem número de reações
grosseiras que traduzem este mesmo calafrio, esta mesma repulsa, em presença de
maneiras de viver, de crer ou de pensar que nos são estranhas”. O repúdio às
formas culturais afastadas daquelas que nos identificamos mencionado pelo autor
corresponde: Ao etnocentrismo.
“Se os anos 40 e 50 podem ser considerados
como momentos de incipiência de uma sociedade de consumo, as décadas de 60 e 70
se definem pela consolidação de um mercado de bens culturais” (ORTIZ, Renato. A
moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 113). Assim, explorando
os processos e contradições da indústria cultural brasileira, Ortiz estabelece
o modo pelo qual, na segunda metade do século XX, as empresas de comunicação
abriram grande espaço para a cultura estrangeira.
“Cultura é o resultado de uma seleção e de uma
combinação, sempre renovada, de suas fontes. Dito de outra forma: é produto de
uma encenação, na qual se escolhe e se adapta o que vai ser representado, de
acordo com o que os receptores podem escutar, ver e compreender.” (CANCLINI,
Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade.
São Paulo: EDUSP, 1997p. 200-201). Assim: O hibridismo cultural expõe claramente como a
relação entre as manifestações culturais e o mercado – via indústria cultural –
tornou-se cada vez mais frequentes ao longo dos últimos anos.
Ao debater historicamente as relações
étnico-raciais no Brasil, Gilberto Freyre aponta que: “Por esse seu dinamismo
cultural - que não fecha a cultura europeia a outras influencias; pela
valorização no homem, o mais possível, de qualidades autênticas, independentes
de cor, de posição, de sucesso econômico; pela igualdade – tanto quanto
possível - de oportunidades sociais e de cultura para os homens de origens
diversas.” (FREYRE, Gilberto. Conferências na Europa. Rio de Janeiro,
Ministério da Educação e Saúde. 1938, p. 8). Logo a adesão à integração racial defendida
por Freyre deve levar em consideração o contexto de ascensão dos regimes
fascistas no mundo, sendo uma visão contrária aos discursos de raças puras e
superiores.
Para Sarmento (2005) Longe de ser meramente
constituída por fatores biológicos, a infância é concebida como uma categoria
social do tipo geracional através da qual se revelam as possibilidades e
constrangimentos da estrutura social. Com base nessa perspectiva, pode-se
afirmar que: A concepção de infância é um construto social,
uma vez que não existe uma infância, mas infâncias no plural, fato que implica
pensar na classe social, etnia, raça, gênero e o contexto cultural em que vivem
as crianças.
De acordo com Frigotto (1995), “a educação ao
ser apreendida no campo das determinações e relações sociais e, portanto, ela
mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se historicamente
como um campo da disputa hegemônica”. De acordo com essa perspectiva, a escola
tem como função social: Reproduzir, questionar e transformar a
estrutura social vigente.
A questão da técnica e sua participação na
sociedade contemporânea é objeto de análise da denominada Teoria Crítica e traz
contribuições valiosas para se pensar o processo educacional. De acordo com
essa perspectiva:
A Teoria Crítica
considera o pensamento cartesiano como a forma por excelência da Teoria
Tradicional.
As expressões indústria cultural, nas palavras
de Adorno e Horkheimer e sociedade unidimensional, em Marcuse, apontam para um
mundo dominado pelo princípio da indiferença.
A sociedade dominada
pela racionalidade da ciência e da técnica, isto é, pela ideologia do
progresso, é arquivamento do passado, é a-histórica.
A fetichização da
técnica é elemento central nas análises empreendidas pelos autores da
denominada Teoria Crítica.
Nos marcos da relação trabalho e educação a
Teoria do Capital Humano alcançou grande prestígio nas últimas décadas. Porém,
NÃO se relaciona diretamente com a referida Teoria o conceito de: Formação humana omnilateral.
Para Marx, é no seio das relações sociais de
produção que se encontra a gênese do Estado, designado por ele como
superestrutura jurídica e política. Assim,o Estado tem o direito de fazer uso
legal da violência (exército e polícia) para garantir o direito natural de
propriedade, sem interferir na vida econômica. legal -
jurídica e policial dos interesses de uma classe particular, a classe dos
proprietários dos meios de produção.
O termo neoliberalismo teve sua origem nas
décadas de 40-50 e reapareceu como propostas de governos nos anos 80. De acordo
com essa perspectiva: A liberdade econômica é tida como condição
para a existência das demais liberdades.
Gramsci (2001) afirma que a expressão
“consciência do objetivo” pode parecer pelo menos espirituosa a quem recordar a
frase de Taylor sobre o “gorila amestrado”. Com efeito, Taylor expressa com
brutal cinismo o objetivo da sociedade americana: desenvolver em grau máximo,
no trabalhador, os comportamentos maquinais e automáticos, quebrar a velha
conexão psicofísica do trabalho profissional qualificado, que exigia uma certa
participação ativa da inteligência e da fantasia, da iniciativa do trabalhador,
e reduzir as operações produtivas apenas ao aspecto físico maquinal.” O modo de
organização da produção e do trabalho a que o autor se refere seria o:
Taylorismo-fordismo, o qual tinha entre seus
objetivos criar uma classe trabalhadora adaptada a um sistema em que o
trabalhador submetia-se ao ritmo da máquina.
De acordo com Harry Braverman (1987) “a porção
feminina da população tornou-se o principal reservatório de trabalho. Em todos
os setores da classe trabalhadora, os que mais rapidamente crescem, são
constituídos, na maioria, de mulheres, e em alguns casos, a maioria esmagadora
dos trabalhadores. As mulheres constituem a reserva ideal de trabalho para as
novas ocupações maciças [ou seja, trabalho em escritório e o setor de
serviços]. A barreira que confina as mulheres nas escalas de pagamento mais
baixas é reforçada pelo vasto número em que estão disponíveis para o capital.
(...) Enquanto a população masculina, mesmo em suas épocas principais apresenta
um lento declínio de participação (o que não passa de uma forma oculta do
aumento de desemprego), as mulheres vêm participando no emprego numa taxa
rapidamente crescente por todo esse século. Para o capital, isto exprime o
movimento ascensional das ocupações mal pagas, domésticas e “suplementares””.
Sobre o texto do autor pode-se afirmar que: Trata-se de uma análise sociológica, pois não
explica o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho somente
pelo estudo das suas características particulares, mas pela análise da ação
sistêmica do capital em relação à classe trabalhadora, ou seja, a partir da
ação dos capitalistas para obterem mais lucros pelo uso do segmento de mão-de-obra
mais disponível e, portanto, mais barata.
Uma das características do processo de
reestruturação produtiva é o deslocamento dos suportes eletromecânicos para os
eletrônicos e uma das implicações desse deslocamento é: A exigência de uma força de trabalho
qualificada e polivalente.
Segundo Ricardo Antunes (2009): “Em São Paulo,
não é difícil localizar a degradação dos trabalhadores imigrantes, como os
bolivianos, subempregados nas empresas de confecção, com jornadas que atingem
até 17 horas diárias, configurando uma modalidade de trabalho no limite da
condição degradante. E os exemplos se esparramam por todas as partes do mundo:
chicanos (EUA), dekasseguis (Japão), gastarbeiters (Alemanha), lavoro nero
(Itália) etc. No Japão, jovens operários migram em busca de trabalho nas
cidades e dormem em cápsulas de vidro do tamanho de um caixão. Configuram o que
já chamei de operários encapsulados. Na América Latina, trabalhadoras
domésticas chegam a trabalhar 90 horas por semana, tendo não mais que um dia de
folga ao mês, conforme lembrou Mike Davis em seu Planeta Favela”. Nessa
perspectiva, são fatores característicos do mercado de trabalho no mundo
contemporâneo:
Superexploração do trabalho dos jovens e
precarização das condições de trabalho em escala mundial.
Permanência da superexploração da força de
trabalho feminina em comparação com outros períodos históricos, como nas
indústrias europeias do século XIX.
Superexploração da mão-de-obra imigrante e
proliferação dos empregos precários.
Formação de uma classe trabalhadora
internacional submetida às mesmas condições precárias de trabalho e
subsistência.
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