Educação
Infantil
-O documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a
Educação Infantil (Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Básica. 2006. vol 2) discorre sobre a infraestrutura das instituições de
Educação Infantil.
Tais instituições:
1. Devem propiciar as
interações entre as crianças e entre elas e os adultos.
2. Devem ser
construídas e organizadas para atender às necessidades de saúde, alimentação,
proteção, descanso, interação, conforto, higiene e aconchego das crianças
matriculadas.
3. O mobiliário, os materiais e os equipamentos devem ser
organizados para tornar os diferentes espaços mais aconchegantes e
confortáveis.
4. Precisam instigar, provocar, desafiar a curiosidade, a
imaginação e a aprendizagem das crianças.
- Vários
pesquisadores apontam conflitos na relação entre famílias e profissionais de
creche. Considerando que conflitos são inerentes à vida social e psíquica:
1. Compartilhar
cuidados implica o encontro de famílias e profissionais que podem ter
perspectivas diferentes sobre desenvolvimento e necessidades infantis.
2. É preciso que haja
constante negociação entre pais e professores.
3. É preciso considerar a perspectiva da criança, foco do
cuidado e, ao mesmo tempo, participante ativa da relação entre sua família e os
profissionais de educação infantil.
- Segundo a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996),
a Educação Infantil poderá ser ofertada em:
1. creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até
três anos de idade.
2. pré-escolas, para as crianças de 4 a 5 anos de idade.
- O registro é ainda um tema bastante debatido na Educação
Infantil. Sobre este assunto, segundo
estudos recentes:
1. Constitui-se num espaço de reflexões sistemáticas,
constantes, onde o professor documenta o percurso de sua classe.
2. Humaniza o educador, colocando-o de frente com suas
incertezas, dúvidas, limites, erros, contribuindo para seu autoconhecimento.
3. É marca de cada professor, é uma atividade reflexiva, por
isto não depende de regras ou padrões para ser desenvolvido.
- A educação infantil, primeira etapa da educação básica,
tem como finalidade:
1. o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
2. complementar a ação da família e da comunidade .
- As bases epistemológicas que atualmente embasam uma
pedagogia voltada para a infância compreende a criança como:
1. Sujeito social e histórico que está inserido em uma
sociedade na qual partilha de uma determinada cultura.
- Os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas
instituições de Educação Infantil são professoras e professores de Educação
Infantil. Podemos considerar como papel desses profissionais:
1. Assegurar que
bebês e crianças sejam atendidos em suas necessidades de saúde: nutrição,
higiene, descanso e movimentação.
2. Encaminhar a seus superiores, e estes aos serviços
específicos, os casos de crianças vítimas de violência ou maus-tratos.
3. Alternar brincadeiras de livre escolha das crianças com
aquelas propostas pelos professores, bem como intercalar momentos mais agitados
com outros mais calmos, atividades ao ar livre com as desenvolvidas em salas e
as desenvolvidas individualmente com as realizadas em grupos.
4. Possibilitar que bebês e crianças expressem com
tranquilidade sentimentos e pensamentos.
- De acordo com o artigo 20 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996), as instituições
privadas podem ou não ter finalidade lucrativa e se enquadram nas seguintes
categorias: particulares, comunitárias, confessionais e
filantrópicas.
- Por muitos anos a criança foi vista apenas como um ser que
ainda não é adulto, ou adulto em miniatura. Os novos paradigmas englobam e transcendem a
história, a antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma
perspectiva que define a criança como:
1.ser competente para interagir e produzir cultura no meio
em que se encontra.
2. um ser humano
único, completo, e, ao mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento.
- No documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a
Educação Infantil (BRASIL. MEC/SEB, 2006) são destacados alguns direitos da
criança, quais sejam:
1. à dignidade e ao respeito.
2. à autonomia e participação.
3. à felicidade, ao prazer e à alegria
4. a profissionais com formação específica.
5. ao conhecimento e à educação.
- É recomendado na Política Nacional de Educação: pelo
direito das crianças de 0 a 6 anos à educação (BRASIL, 2006) que:
1. Estados e municípios elaborem ou adequem seus planos de
educação em consonância com a Política Nacional de Educação Infantil.
2. A prática pedagógica considere os saberes produzidos no
cotidiano por todos os sujeitos envolvidos no processo: crianças, professoras e
professores, pais, comunidade e outros profissionais.
3. Os profissionais da instituição, as famílias, a
comunidade e as crianças participem da elaboração, da implementação e da
avaliação das políticas públicas.
4. A reflexão coletiva sobre a prática pedagógica, com base
nos conhecimentos historicamente produzidos, tanto pelas ciências quanto pela
arte e pelos movimentos sociais, norteie as propostas de formação.
- Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (Brasília: MEC SEB, 2010), os princípios que devem compor as
propostas pedagógicas das instituições de educação Infantil são: Éticos, Políticos e Estéticos.
- São algumas diretrizes da Política Nacional de Educação
Infantil:
1. A Educação Infantil tem função diferenciada e
complementar à ação da família, o que implica uma profunda, permanente e
articulada comunicação entre elas.
2. O processo pedagógico deve considerar as crianças em sua
totalidade, observando suas especificidades, as diferenças entre elas e sua
forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar.
3. As políticas voltadas para a Educação Infantil devem contribuir
em âmbito nacional, estadual e municipal para uma política para a infância.
4. A qualidade na Educação Infantil deve ser assegurada por
meio do estabelecimento de parâmetros de qualidade.
- De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (Brasília: MEC/ SEB, 2010), garantir a oferta de Educação
Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção, é dever: do Estado.
- A respeito do
planejamento na Educação Infantil:
1. O planejamento,
para ser viável, deve ter como base o conhecimento a respeito de a quem vamos
dirigir nossa ação educativa.
2. O planejamento deve ser entendido como hipótese, um
parâmetro flexível em busca de resultados eficazes.
3. Um dos primeiros passos para um bom planejamento é
conhecer as crianças, suas potencialidades e suas limitações, bem como a
realidade em que vivem e seus conhecimentos prévios.
- A trajetória histórica da Educação Infantil é permeada por
grande lutas por direitos. Alguns aspectos importantes dessa trajetória são:
1. Pressão dos movimentos sociais organizados pela expansão
e qualificação do atendimento às crianças pequenas.
2. A demanda por
espaços adequados para as crianças pequenas passou a aumentar à medida que
crescia a inserção feminina no mercado de trabalho.
3. Desde suas origens, as modalidades de educação das
crianças eram criadas e organizadas para atender a objetivos e a camadas
sociais diferenciadas: as creches concentravam-se predominantemente na educação
da população de baixo poder econômico, enquanto as pré-escolas eram
organizadas, principalmente, para os filhos das classes média e alta.
- Gestoras, gestores, professoras e professores,
profissionais de apoio e especialistas das instituições de Educação Infantil
precisam estabelecer entre si uma relação de confiança e colaboração recíproca,
devendo:
1. Elaborar e/ou receber informações sobre a proposta
pedagógica da instituição de Educação Infantil antes de nela começar a
trabalhar.
2. Promover e/ou participar de encontros coletivos
periódicos.
3. Participar ativamente da implementação e da avaliação da
proposta pedagógica e da gestão da instituição.
4. Disponibilizar entre si informações relevantes para a
realização de suas funções.
5. Respeitar as
regras estabelecidas nas instituições às quais estão vinculados.
- Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das
crianças de zero a seis anos à Educação (BRASIL, 2006). A política de Educação
Infantil em âmbito nacional, estadual e municipal deve se articular com as de: Ensino fundamental , Médio e Superior, bem
como com as modalidades de ,Educação Especial e de Jovens e Adultos, para garantir a
integração entre os níveis de ensino, a formação dos profissionais que atuam na
Educação Infantil, bem como o atendimento às crianças com necessidades
especiais.
- “Enquanto a escola tem como sujeito o aluno, e como objeto
fundamental o ensino nas diferentes áreas, através da aula, a creche e a pré-escola tem como objeto as
relações educativas travadas num espaço de convívio coletivo e tem como sujeito a criança de 0 a 6
anos de idade (ou até o momento em que entra na escola).” ROCHA, 1999. apud
Brasil. MEC/SEB. 2006.
- A brincadeira e as interações devem nortear as práticas
pedagógicas na Educação Infantil, garantindo experiências que:
1. possam proporcionar a interação e o conhecimento pelas
crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras.
2. ampliem a confiança e a participação das crianças nas
atividades individuais e coletivas.
3. incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo
físico e social, ao tempo e à natureza.
De acordo com Resolução no
5, de 17 de dezembro de 2009, a Educação Infantil é a primeira etapa da
Educação Básica., e pode ser oferecida em
creches e pré-escolas, as quais se caracterizam
como espaços institucionais não domésticos. As instituições de Educação Infantil constituem estabelecimentos educacionais públicos
ou privados que educam e cuidam de crianças
de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em
jornada integral ou parcial. E são reguladas e supervisionadas por órgão competente do sistema de ensino e submetidas a
controle social.
As crianças, desde que nascem, são cidadãos de direitos, seres sociais e históricos, indivíduos únicos, singulares e seres competentes, produtores de cultura. ( Parâmetros Nacionais de
Qualidade para a Educação Infantil (BRASIL. MEC/SEB,
2006).
As práticas pedagógicas
na Educação Infantil, deve ter como eixos norteadores interações e brincadeiras. (Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil (Brasília: MEC SEB, 2010).
A criança é um sujeito histórico e de direitos
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
individual e coletiva. A criança é questionadora, e constrói sentido
sobre a natureza e a sociedade, produzindo
cultura.
Para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças é necessário apoiar a organização em pequenos grupos
estimulando as trocas entre os parceiros e incentivar a brincadeira, oferecer diferentes tipos de materiais em função dos objetivos que se tem em mente. Organizar o tempo e o espaço de modo
flexível, dar-lhes tempo para desenvolver temas de
trabalho a partir de propostas prévias.
A Educação Infantil destinam-se às crianças, brasileiras e estrangeiras, sem distinção de gênero, cor, etnia,
proveniência social, credo político ou religioso,
com ou sem necessidades especiais.
Cabe às gestoras e aos gestores das instituições de Educação Infantil permitir a matrícula
ao longo de todo o ano letivo, sempre que
houver vaga disponível.
Os professores e os demais profissionais que
atuam nas instituições de Educação Infantil devem, valorizar igualmente atividades de alimentação, leitura de histórias, jogos coletivos, brincadeiras, desenho, música, banho, troca de fraldas,
sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças.
A ação docente na Educação Infantil deve
ter um caráter educacional, que promova o
desenvolvimento integral da criança, em suas
diferentes e complementares perspectivas.
E deve considerar a criança como um ser pensante e ativo.
O atendimento à criança deve ser no mínimo,
4 horas diárias para o turno parcial e de
7 horas para a jornada integral, a avaliação será mediante acompanhamento
e registro do desenvolvimento das crianças,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o
acesso ao ensino fundamental, sua carga horária mínima anual será de
800 horas, distribuída por um mínimo de
200 dias de trabalho educacional, o controle de frequência pela instituição de
educação pré-escolar, exigida a frequência
mínima de 60% do total de horas, a expedição de documentação que permita
atestar os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança.
A rotina proporciona momentos para estreitar o contato interativo com a criança, nas
conversas, nas brincadeiras, acolhendo-a nos
braços, tocando seu corpo, embalando-a, ajudamos uma criança a tomar banho, vestir-se,
alimentar-se, estabelecendo com ela uma boa
relação afetiva, desenvolvemos ações voltadas à satisfação
das necessidades básicas de alimentação,
repouso e higiene da criança mantendo a
afetividade.
É importante que o professor perceba quando
é necessário fazer mudanças em seu planejamento. Por exemplo, ao surgirem outros interesses das crianças, o professor quando planeja aprende a observar o grupo de crianças de modo que consegue perceber suas necessidades, problemas e,
consequentemente, buscar suas origens.
Os registros são importantes fontes para a
avaliação e devem ser os mais variados possível, como escrita, gravações de falas e diálogos,
foto, vídeo, atividades das crianças, etc. A avaliação tem como objetivo melhorar a
mediação do professor para que o processo
de aprendizagem alcance níveis sempre mais
elevados, a avaliação será sempre da criança em relação a ela mesma, seus avanços e dificuldades,
nunca de modo comparativo com as demais
crianças.
Como instrumento de trabalho, o registro
vem associado ao planejamento e à avaliação. O olhar atento alimenta o registro do
educador, não basta contar o que aconteceu, mas deve-se
tentar compreender o acontecido e analisá-lo
para poder aprender com o vivido. O registro é uma espécie de “convite” a ver o
que de bom já sabemos fazer e o que ainda
não sabemos e precisamos aprender.
Para o funcionamento adequado das instituições de educação infantil é necessário espaço interno, com iluminação, insolação,
ventilação, visão para o espaço externo, rede
elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário. Instalações sanitárias e para a higiene pessoal
das crianças. Instalações para preparo e/ou serviço de
alimentação. Mobiliário, equipamentos e materiais
pedagógicos. Adequação às características das crianças com
necessidades educacionais especiais.
Quanto à caracterização as instituições de Educação Infantil no Brasil: podem funcionar em creches, pré-escolas,
centros ou núcleos de Educação Infantil como
também em salas anexas a escolas de Ensino
Fundamental. São gratuitas, laicas e apolíticas, ou seja não
professam credo religioso e político-partidário.
As instituições privadas, sem fins lucrativos,
podem se manter por meio de convênios com
as prefeituras municipais, com os governos dos
estados ou com o governo federal, com empresas privadas ou ainda com recursos próprios.
A habilitação exigida para atuar na Educação
Infantil é em nível Superior, pedagogia ou
modalidade normal, admitindo-se, como
formação mínima, a modalidade normal, em
nível Médio. Professoras e professores de Educação Infantil
das instituições públicas são selecionados (as)
por meio de concurso público para o cargo de
professor de Educação Infantil. Professores sem a formação mínima exigida
por lei que exercem funções de professora ou
professor de Educação Infantil, quer sejam titulares ou auxiliares, obterão a formação exigida
com o apoio da instituição onde trabalham. A substituição eventual ou no período de
férias/afastamento de um professor ou professora de Educação Infantil só poderá ser feita
por outro profissional que tenha a formação
exigida para atuar na área.
Na Constituição Federal de 1988, a educação
das crianças de 0 a 6 anos, concebida, muitas
vezes, como amparo e assistência, passou a
figurar como direito do cidadão e dever do
Estado. Em 1990, no Estatuto da Criança e do
Adolescente foram reafirmados os direitos
da criança, ao mesmo tempo em que foram
estabelecidos mecanismos de participação e
controle social na formulação e na implementação de políticas para a infância. Nas décadas de 1970 e 1980, o processo de
urbanização do país, cada vez mais intenso,
somado a uma maior participação da mulher
no mercado de trabalho e à pressão dos movimentos sociais, levou a uma expansão do
atendimento educacional. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional evidenciou a importância
da Educação Infantil, que passou a ser considerada como primeira etapa da Educação Básica.
Bibliografia:
( Parâmetros Nacionais de
Qualidade para a Educação Infantil (BRASIL. MEC/SEB,
2006)
(Brasil. Ministério
da Educação. Secretaria de Educação Básica. 2006.vol 2)
Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei 9.394 de 20 de dezembro
de 1996)
Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010)
Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil (Brasília: MEC SEB, 2010)
Resolução no
5, de 17 de dezembro de 2009
(BRASIL. MEC/SEB,
2006)
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