quinta-feira, 21 de abril de 2016

Literatura muito prazer - Língua portuguesa



Muito se fala do poder da literatura – e de como a escola é um lugar privilegiado para estimular o gosto pela leitura. Infelizmente, porém, as salas de aula brasileiras estão longe de ser “celeiros de leitores”. Salvo exceções, o contato dos estudantes com os livros costuma seguir um roteiro no mínimo enfadonho: alguns títulos (quase sempre “clássicos”) são indicados (leia-se empurrados goela abaixo) e viram conteúdo avaliado (perguntas de interpretação de textos com uma única resposta correta). E só. A experiência que deveria ser desafiadora, vira uma tarefa burocrática e sem graça. Os jovens se formam sem entender os benefícios da leitura e acabam não lendo mais nada. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e o Instituto Pró-Livro mostra que 45% da população não lê nenhum exemplar por ano (desses, 53% dizem simplesmente “não ter interesse” e outros 42% admitem “ter dificuldade”). Mas, obviamente, é possível mudar esse quadro. Para começar, é preciso compreender que, antes de analisar e refletir sobre os aspectos formais da literatura (história, linguagem etc), os estudantes têm de gostar de ler. E isso só se faz de uma maneira: lendo, lendo, lendo. Porém, ninguém nasce sabendo. Cabe à escola dar acesso às obras e ensinar os chamados comportamentos leitores: “entrar” na aventura com os personagens, comentar sobre o enredo, buscar textos semelhantes, conhecer mais sobre o autor, trocar indicações literárias. Tudo pelo prazer que a literatura proporciona, de nos levar a outros lugares e épocas. Um percurso que idealmente começa na infância – mas que também pode ser iniciado mais tarde (nunca é tarde para abrir o primeiro livro). É nos anos iniciais do Ensino Fundamental que o aluno começa a construir sua autonomia como leitor. Para isso, é importante intercalar a leitura feita pelo professor com momentos em que todos devem ler sozinhos tanto na escola como em casa. Mas nada de resumos e questionários padronizados para testar os estudantes. Mais produtivo, para quem quer formar leitores, é organizar rodas para o compartilhamento de opiniões, propor trocas de livros entre os colegas e incentivá-los a seguir um autor ou outro tema de que gostem. Se os estudantes já estão habituados às rodas de leitura e têm contato com os livros, cabe ao professor do 1º ao 5º ano começar a colocá-los em contato com textos mais complexos para ampliar a familiaridade com a literatura. “Que tal selecionar um romance que prenda a atenção da turma e ler um capítulo por dia?”, sugere Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA. Numa fase da vida (e da escolarização) em que é preciso dar espaço para que as crianças ganhem autonomia e consigam ler sozinhas com mais facilidade, perder o medo dos livros maiores é fundamental – e o mesmo vale para os gêneros considerados mais difíceis, como a poesia. Do 1º ao 5º ano, é importante criar uma comunidade de leitores em classe – ou seja, espaços em que todos tenham a chance de participar e opinar. Em seus livros, Delia Lerner sugere “desenvolver, em cada ano escolar, atividades permanentes ou periódicas concebidas de tal modo que cada um dos estudantes tenha a possibilidade de ler uma história para os demais ou escolher um poema para ler aos colegas”. Outra sugestão é incentivar os alunos a trocar livros e indicações de autores. Eleger um tema de interesse comum (piratas ou histórias de terror, por exemplo) e ler vários textos desse tipo também pode funcionar.
(Elisa Meirelles – Adaptado da Revista Nova Escola, agosto 2010)

                                                 Compreendendo o texto:

1. É correto afirmar que o objetivo geral do texto é
 apresentar, em relação ao ensino da leitura e literatura, algumas alternativas possíveis de serem desenvolvidas em sala de aula, do 1º ao 5º ano, para superar os problemas apresentados.

2.De acordo com o texto “Literatura, muito prazer”,
     *os parênteses, no primeiro parágrafo, possuem função explicativa em relação aos termos a que se referem.
 *os dados do Ibope e do Instituto Nacional do Livro são usados como argumento em prol da necessidade do trabalho com a leitura e literatura com os alunos.
 *exceto o primeiro parágrafo, os demais apontam alguma alternativa para o trabalho pedagógico com a leitura ou literatura com alunos do Ensino Fundamental.
*E as palavras “sua”, no terceiro parágrafo, e “colocá-los”, no quarto parágrafo, referem-se, respectivamente, a aluno e estudantes.

3. Pode-se afirmar que a expressão “esse quadro”, presente no  texto em negrito, refere-se
 * às várias críticas sobre o ensino de literatura e leitura em sala de aula e à pesquisa sobre a pouca leitura da população.

4. Em relação ao que entendemos do texto, é correto afirmar que
   * primeiramente, os estudantes devem gostar de ler e somente depois analisar e refletir sobre aspectos formais da literatura.   

5. Em relação ao texto,  

* Regina Scarpa e Delia Lerner propõem, respectivamente, a leitura de partes do texto aos alunos e a proposição de atividades de intercâmbio de leituras.
 * o quinto parágrafo apresenta algumas sugestões de atividades para o ensino da leitura e da literatura.
* as expressões “mudar esse quadro” e “ninguém nasce sabendo”, mencionados no segundo parágrafo, apontam para uma série de alternativas ao trabalho com a leitura e literatura em sala de aula.

* os dois últimos parágrafos apontam alternativas para o trabalho com leitura e literatura, objetivando alterar o quadro negativo mencionado no início do segundo parágrafo.

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