sexta-feira, 29 de abril de 2016

Education as a practice of difference


Rationalism is the system that is to limit the man of reason itself within and empiricism is that it limits the scope of sense experience.


This does not mean that rationalism delete the sensitive experience,but this is only the occasion of knowledge and is subject to mistakes.

Conhecimentos Pedagógicos


Nilma Lino Gomes, no texto Diversidade Cultural, Currículo e Questão Racial, afirma o que segue. Apesar de reconhecermos, pelo menos no nível do discurso, que a construção social, cultural e histórica das diferenças, ou seja, a diversidade, é algo de belo e que dá sentido à nossa existência, sabemos que, na prática, no jogo das relações de poder, as diferenças socialmente construídas e que dizem respeito aos grupos sociais e étnico-raciais menos favorecidos foram naturalizados e transformados em desigualdades. ABRAMOWICZ, Anete; BARBOSA, Lucia Maria de A.; SILVÈRIO, Valter Roberto. Educação como prática da diferença. Campinas, SP. Armazém do Ipê, 2006.

A Escola tem a função precípua de educar, de orientar o aluno para que cresça e se assuma como pessoa e cidadão, conforme preceitua a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, levando em conta a realidade na qual vive de uma sociedade “com um histórico intenso de desigualdade, exclusão e discriminação”. Por isso, é absolutamente necessário que  o tempo de escola seja cumprido pelo aluno como um direito social, que garanta, dê espaço, discuta e explore, de forma democrática, a vivência da diversidade e para que  a Escola defina a base curricular atendendo ao disposto nos artigos 26A e 79B da LDB, criando as condições para as aprendizagens relativas à sociodiversidade.   A  escola construa e coloque em prática um projeto educativo que garanta uma educação igualitária e de qualidade para todos, respeitando todas as dimensões da diversidade.

O currículo é peça central para que a Escola cumpra sua função educadora. Nesse sentido, é preciso que, ao construí- lo, a instituição escolar observe alguns cuidados,  como indicar estratégias de enfrentamento e superação a todas as formas de racismo e discriminação.  Definir  meios de combate a todas as formas de naturalização e estigmatização das diferenças. Por   em discussão entre seus pares se o discurso da igualdade, de que muitos educadores são portadores (somos todos iguais), não mascara uma visão etnocêntrica do homem e da humanidade.    

Art. 1º - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996.

O processo formativo referido no artigo 1º da LDB ocorrerá no âmbito da unidade escolar quando, entre outros aspectos:

 A  Escola deve orientar manifestações culturais para serem vivenciadas dentro e além de seus limites físicos.
Para o acesso à informação, a Escola conta hoje com as TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação) que estão cada vez mais tomando conta não apenas dos ambientes empresariais, mas também de espaços familiares, sociais e educacionais, em termos de lazer, cultura e conhecimento. A Escola precisa estar atenta para a necessidade de adotar medidas para   promover ações de capacitação dos professores para que possam usar com eficácia as tecnologias disponíveis (computador, blog, site, hipertexto e outros) como ferramentas pedagógicas a serviço do processo ensino-aprendizagem.  Criar condições para a diversificação de experiências em sala de aula, como complementação dos conhecimentos obtidos por meio das TICs.  Adotar estratégias que estimulem a criatividade dos professores para que possam integrar as ferramentas tecnológicas fornecidas pelas TICs às metodologias adotadas.  

A Equipe Pedagógica, engajada e comprometida com a concepção contemporânea dos processos educativos e ciente do papel que a interatividade entre sujeito e objeto exerce sobre a efetivação das aprendizagens, tem de considerar como um dos nortes de sua ação para saber que  existem tecnologias que favorecem mais diretamente a expansão das condições de elaboração do conhecimento, otimizando a relação entre o usuário e as informações contidas nos softwares utilizados.  
A qualidade da educação está atrelada também à qualidade da informação. Nesse sentido a Equipe Pedagógica deve estar atenta e intervir, se necessário, no cotidiano escolar, para definir o padrão de qualidade do conhecimento a ser construído pela Escola.
  
Os conhecimentos escolares devem facilitar ao aluno ações conscientes e seguras no mundo imediato e, além disso, permitir que amplie seu universo cultural.  Para isso  os professores devem selecionar conhecimentos relevantes, que provoquem mudanças individuais e sociais, assim como formas de organização e distribuição dos conhecimentos escolares que possibilitem sua apreensão e sua crítica.
 Os conhecimentos de referência, para se tornarem conhecimentos escolares, precisam passar por um processo de descontextualização/recontextualização, de forma que se estabeleça uma ruptura entre o conhecimento de referência e o conhecimento escolar.  

A Escola deve preocupar-se não em fazer o possível, mas em fazer o melhor possível. Essa preocupação deve estar evidente no Projeto Político-Pedagógico (PPP), sobre o qual podemos fazer afirmações
 Três são os pilares que devem sustentar a construção do PPP: o ético-político-ideológico; o epistemológico e o didático-metodológico.   O PPP é o principal instrumento de autonomia da Escola.   O PPP, para ser executado, precisa ser desdobrado, respectivamente, na Proposta ou Plano Curricular, em Planos de Estudo por série ou nível e em Planos Didáticos .
As competências relativas à Equipe Pedagógica  deve  acompanhar e avaliar a programação de ensino desenvolvida pelas diferentes classes.   E propor condições para que os marcos de aprendizagem sejam alcançados.  

A Dr.ª Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima em um dos seus artigos – A Escola e seu Diretor: algumas reflexões – apresenta, entre várias evidências coletadas junto a diretores e literatura especializada, duas principais funções do Diretor de Escola: I – Do ponto de vista do microssistema, ou seja, da Unidade Escolar, o Diretor pode criar, permitir ou tolerar a abertura de novos espaços necessários à transformação do cotidiano escolar. II – Por ser líder pedagógico, o Diretor precisa estar bem informado e motivado a socializar o conhecimento, para levar o professor a desenvolver-se na dimensão profissional. Drª Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima é Doutora em Ciências da Educação pela Sorbonne/ Paris; Professora da Escola de Comunicação e Artes da USP, realizando pós- doutoramento pelo CNPq no Institute for the Study of Child Development University of New Jersey.

Uma ação que garante, com maior probabilidade de êxito, o favorecimento da execução das funções antes apontadas realização de reuniões periódicas e sistemáticas de planejamento e avaliação com a Equipe Pedagógica .

Segundo Cleonice Machado, o diretor de escola é uma figura importante enquanto líder e exerce uma função bastante ampla e complexa na comunidade escolar. No decorrer do desempenho de seu papel tem o poder de influenciar tanto de maneira positiva quanto negativa as pessoas que compõem a escola. Desse modo, deve desenvolver habilidades que venham a favorecer o desempenho do seu pessoal com o qual trabalha e consequentemente a qualidade da educação oferecida pelo estabelecimento de ensino que representa. Cleonice Machado é Pedagoga e Tutora em Educação a Distância pela Universidade Estadual do Maranhão, Especialista em Administração e Supervisão Escolar pela Faculdade Integrada de Amparo. Escritora.

Com base nas considerações da autora antes referida, é possível afirmar-se que as habilidades que o diretor venha a desenvolver devem concorrer para o exercício de competências exclusivas a seguir especificadas.   Dirigir a instituição escolar e orientar a execução dos trabalhos, visando a favorecer um clima adequado para a aprendizagem  e estimular a inovação e a qualificação de seus liderados, dentro e fora da escola.  

Os fatos apresentados a seguir caracterizam-se como situações que podem exigir competência no gerenciamento da sala de aula, de modo a buscar a harmonização do clima organizacional.   Incidência significativa de problemas disciplinares, que causam impacto sobre a eficácia do processo ensino aprendizagem.  Tomada de decisões consistentes para resolução de problemas.

As oficinas pedagógicas, como estratégias de formação, constituem espaço de transformação na prática docente. Caracterizam-se pela interação entre professores experientes e interessados em determinados assuntos, para aprofundar uma compreensão e analisar situações-problema; buscar soluções para um problema. Segundo Anastasious (2003), as oficinas são reuniões de um número pequeno de pessoas com interesses comuns que têm o objetivo de estudar e trabalhar com o conhecimento ou aprofundar um tema, sob orientação de um especialista. Caracterizam-se “como uma estratégia do fazer pedagógico, em que o espaço de construção e reconstrução do conhecimento é uma das principais ênfases. É lugar de pensar, descobrir, reinventar, criar e recriar, favorecido pela forma horizontal, na qual a relação humana se dá” (p.96). In: ANASTASIOUS, L.G.C.; ALVES, L.P. Processo de ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univille, 2003.

Na qualificação da atividade docente, a  situação em que  a Direção e/ou a Equipe Pedagógica podem contribuir para que o professor desenvolva habilidades e competências, explorando as oficinas pedagógicas  ocorre quando os valores da Escola convergirem para o desenvolvimento construtivo e cooperativo do conhecimento.  

Nas sociedades de todos os tempos, a educação, mesmo com um caráter informal, tem tido o papel de socialização/conservação/transformação da cultura, do conhecimento e dos valores. Tem, portanto, como todas as instâncias da vida social, uma dimensão moral, com a intenção de se realizar uma educação na perspectiva do desenvolvimento da capacidade de autonomia das crianças e jovens e, também uma dimensão ética cuja presença deve contribuir para que os alunos possam tomar parte na construção de princípios e valores, serem livres e autônomos para pensar e julgar e para problematizar constantemente o viver pessoal e coletivo. Desafios, nas dimensões moral e ética, apresentam-se à Escola para o alcance do perfil de saída de seus alunos.

Ser a diversidade muito mais que um conjunto de diferenças. ( ) Ser preciso que professores, gestores e demais profissionais da educação efetivem um conjunto de práticas transgressoras, assegurando o direito à diferença e a construção pelo aluno das identidades pessoal, social e nacional.
Ajudar os alunos a desenvolverem habilidades e competências para que possam intervir e transformar a comunidade da qual fazem parte.

Segundo Edgar Morin, “Uma civilização ao ser definida pelo conjunto de seus constituintes materiais, técnicos, cognitivos, científicos, suas carências e suas perversões são tanto mais difíceis de serem compreendidas, visto não sabermos efetivamente que os confortos, o bem-estar, a elevação do nível de vida, o aumento da duração de vida, as proteções sociais, os progressos de higiene, as liberdades, os lazeres da vida privada, os banheiros, as geladeiras, televisões, aviões são conquistas da nossa civilização aspiradas por aqueles que são desprovidos. Nós vemos os excluídos, as periferias contaminadas, os guetos, os bidonvilles, as áreas de insegurança nas nossas cidades mais modernas, e doravante os desempregados, mas acreditamos que nossa civilização poderá progressivamente incluí-los, e não imaginamos que eles sofram de maneira intensificada as conseqüências desta civilização. De todas as maneiras, cada civilização comporta zonas marginais, de anomia, seus subsolos de violência, delinqüência ou crime, e podemos pensar que se trata de um fenômeno sociológico de caráter geral, e não de um problema específico da nossa civilização civilizada e urbanizada. [...] “Desse modo, o problema de nossa civilização é uma extrema complexidade, de um lado porque esta civilização comporta ao mesmo tempo traços excepcionalmente positivos e traços excepcionalmente negativos, dos quais não podemos prever quais se tornarão predominantes; por outro lado porque ela constitui um conjunto inter-relacionado em círculo, onde cada elemento é ao mesmo tempo produto e produtor, causa e efeito, e onde não podemos isolar um determinante, em última instância, que permitiria encontrar uma palavra-chave para explicar tudo isso, e além de encontrar facilmente uma solução simples. Consequentemente, aquilo que está em causa ultrapassa a nossa ideia de modernidade, é ao mesmo tempo ideia de civilização e nossa ideia de desenvolvimento”. MORIN, Edgar & SAMI, Nair. Uma Política de Civilização. Paris, 1997. Tradução livre de Nurimar Falci. São Paulo, 2001. Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, nasceu em Paris, em 8 de julho de 1921, é sociólogo e filósofo. Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. É considerado um dos principais pensadores sobre a complexidade. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método (6 volumes), Introdução ao pensamento complexo, Ciências com consciência e Os seis saberes necessários para a educação do futuro. Durante a Segunda Guerra Mundial participou da Resistência Francesa. É considerado um dos pensadores mais importantes dos séculos XX e XXI.

Considerando o conteúdo do texto na perspectiva da cidadania no mundo globalizado, um dos papéis importantes a serem desempenhados pela Escola é de executar, sob a coordenação da Direção e da Equipe Pedagógica, programas e projetos que oportunizem a cada aluno a visão multifacetada da realidade em que se encontra, identificando as variáveis facilitadoras de mudanças e as restritoras intervenientes e realizando ações para melhorar as condições de vida própria e da comunidade.
Com base no texto de Morin, é possível tecer considerações sobre o papel da Escola na busca de solução de problemas provocados pelo contexto civilizatório contemporâneo. A relação entre escola e contexto civilizatório contemporâneo .
Os marginalizados não poderão ser incluídos no contexto social, nos atuais cenários de desenvolvimento, se a Escola, e somente a Escola, desenvolver programas e projetos de enfrentamento às condições adversas.

Art. 22 – A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Número significativo de escolas vem demonstrando dificuldade em conciliar o conhecer os temas próprios de ensino da língua, das matemáticas, das ciências, da natureza socioeconômica e política da humanidade e das artes, com conhecimentos outros que fundamentam o ser humano como sujeito singular, com necessidades básicas que transcendem o saber pelo saber.

São ações que poderiam e deveriam ser realizadas no âmbito da Escola que oferece Educação Básica, para viabilizar a continuidade de estudos e a progressão no trabalho  a construção e a execução de programas e projetos educativos com a efetiva participação dos pais, professores, corpo técnico e Direção.  A  qualificação e a permanente atualização de professores e o corpo técnico em temas relativos às ciências sociais e ciências da natureza.   E  a oferta a todos os alunos, nos diferentes níveis e séries, de conhecimentos relativos às oportunidades de mercado e das políticas públicas de sustentabilidade social e econômica vigentes no país.  

O Plano de Curso deve informar sobre duração, objetivos, conteúdos programáticos, procedimentos metodológicos,instrumentos de avaliação . Para sua elaboração concorrem muitos fatores tais como orientação da escola,habilidades do professor,recursos disponíveis entre outros  e deve estar relacionado com o Plano Curricular da Escola.  Envolver temas que se constituam meios para alcançar os objetivos estabelecidos.   Viabilizar a eficácia da avaliação do processo de aprendizagem.

Há pressupostos que podem e devem ser observados pelos professores, quando se trata do processo ensino aprendizagem.
  
A aprendizagem é dinâmica, uma vez que implica relação entre o sujeito que aprende e o objeto estudado, e o ensino deve ser gradual, avançando por níveis cada vez mais complexo de dificuldades.  Pois a  aprendizagem é pessoal e intransferível, uma vez que uma pessoa não pode aprender por outra; o ensino deve ser aberto para permitir a comunicação pedagógica entre as partes.  A aprendizagem é integral, pois o homem aprende com todo o seu ser; o ensino é intencional, pois o professor deve saber aonde pretende chegar com sua prática de ensino.

 A criança e o adolescente com deficiência (e os que se encontram em situação de risco social) têm o direito de serem incluídos na Escola Básica. É importante partir do princípio de que a inclusão de TODOS na escola, independentemente do seu talento ou de sua deficiência, reverte-se em benefícios para os alunos, para os professores e para a sociedade em geral, segundo Maria Elisa Caputo. Ferreira & Marly Guimarães (Educação Inclusiva, Ed DP&A, 2003).

 A verdadeira inclusão nas instituições escolares  baseada nos princípios de equidade, é um processo moroso, porque requer a consciência da mudança de antigos para novos paradigmas.  Na escola inclusiva, precisa haver planejamento individualizado e suporte psicoeducacional para atendimento às excepcionalidades daqueles que fogem aos padrões estabelecidos.   A inclusão é uma força cultural para a renovação da escola, que, para ter sucesso, precisa que as instituições se tornem comunidades conscientes das diversidades existentes na coletividade local e no seu interior.

Art. 14 – Os sistemas de ensino definrão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas particularidades, conforme os seguintes princípios... II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados que têm como pressuposto o exercício do poder, pela participação das “comunidades escolar e local”. Não falam pelos dirigentes, mas aos dirigentes em nome da sociedade. O Conselho Escolar deve ser a voz e o voto dos diferentes atores da Escola, internos e externos, desde os diferentes pontos de vista. Para tanto, exerce as funções deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora.

No exercício da função deliberativa, cabe ao Conselho Escolar  aprovar o Regimento Escolar e o Projeto Político-Pedagógico, contribuindo para a criação de um novo cotidiano escolar e convoca assembleias gerais da comunidade escolar.  
No cumprimento da função fiscalizadora, é competência do Conselho Escolar  acompanhar a execução da programação financeira, supervisionar o funcionamento dos diferentes setores da Escola.

Tal como os Conselhos Escolares, os Conselhos de Educação situam-se como órgãos de deliberação coletiva, porém atuando na estrutura da gestão dos sistemas de ensino federal, estaduais, municipais e distrital.

Como órgão de deliberação, cabe ao Conselho Estadual de Educação  definir normas para o respectivo sistema de ensino, expedindo resoluções, pareceres, indicações.  
 No exercício de função consultiva, cabe ao Conselho Municipal de Educação  emitir parecer sobre questões de ensino encaminhadas a sua consideração.

De acordo com o Ministério da Educação, na avaliação é preciso considerar, além do produto, expresso em notas/menções dos estudantes, o processo no qual se deu essa aprendizagem. Esse processo é revelado nas condições da escola e na ação do professor, entre outros. É preciso ter uma visão global da escola e, nela, situar o desempenho do estudante. Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.

Na avaliação das práticas educativas, podemos tomar como indicadores que sinalizam a qualidade do que foi proposto aos alunos e realizado por eles   as programações de ensino, as ferramentas tecnológicas, os planos de estudos, os livros didáticos e paradidáticos.  De acordo com a literatura atual sobre avaliação da aprendizagem, esta pode se dar de diferentes maneiras. Os autores costumam separar as abordagens em dois grandes paradigmas: Avaliação Tradicional e Avaliação Formativa.
Em julho de 2006, foi publicado o Decreto n. 5.840 que instituiu, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Este decreto determina que  as instituições de ensino ofertantes de cursos e programas do Proeja serão responsáveis pela estruturação dos cursos oferecidos e pela expedição de certificados e diplomas.

Poucas situações são tão desafiadoras para o professor como realizar o processo de avaliação que permita a cada aluno identificar o que realmente aprendeu, reconhecer sua principal dificuldade e visualizar formas de sanar as dificuldades.
 Provas, verificações ou exames finais ou de recuperação vêm sendo objeto de uma série de acusações, porque  provocam situações de ansiedade e de estresse.  Reduzem-se geralmente ao controle sobre a quantidade de informação retida pelo aluno, deixando de lado outras dimensões.  Consomem demasiado tempo do professor e do aluno, sem que isso signifique qualidade.  

Os instrumentos de avaliação não devem se converter em protagonistas, são apenas meios para alcançar diferentes finalidades. SANMARTÍ, Neus. Avaliar para Aprender. Porto Alegre, ArtMed,2009.

São alguns dos instrumentos de avaliação que podem ser utilizados em classe:   diários de classe que permitem aos alunos explicitarem suas idéias sobre o que aprenderam, quais são suas dificuldades e, também, registrarem suas percepções sobre o trabalho em desenvolvimento; contratos de trabalho que registram o que ficou acordado entre professor e aluno ou grupo de alunos para a realização de um trabalho.   professores; brincadeiras estilo RPG.   
As informações produzidas pelo processo avaliativo  devem interessar às equipes gestora e pedagógica, a fim de que possam planejar e executar ações de intervenção administrativa e/ou pedagógica, se necessário.   Devem ser relevantes ao professor, para que possa replanejar atividades, visando à melhoria ou correção do processo.   Devem permitir aos pais acompanhar o desempenho dos filhos em termos de atitudes, posturas, conhecimentos, relações humanas.  A mudança pedagógica se faz mudando o caminho do processo ensino e aprendizagem e uma das alternativas para se trilhar novos caminhos na área da educação pode se iniciar pela prática do planejamento, uma vez que planejar é transformar a realidade em uma determinada direção escolhida, portanto intencional. De acordo com Libâneo (2013) há diferentes níveis de planejamento e características e propósitos específicos para cada tipo de planejamento.
  
Francisco Imbernón afirma que a formação permanente do professorado deve incidir nas suas situações problemáticas, desenvolver a colaboração, potencializar a identidade docente, criar comunidades formativas, ser introduzida no desenvolvimento do pensamento da complexidade, levar em conta o desenvolvimento atitudinal e emocional do professorado. IMBERNÓN, Francisco. Formação Permanente do Professor: novas tendências. São Paulo: Cortez, 2009.

Entender o mundo a partir de sua complexidade significa compreender as relações entre os diversos fenômenos e, por sua vez, entender cada elemento em si mesmo.   Na construção de um programa de formação permanente deve ser levada em consideração a complexidade das interações da realidade, os estilos de liderança escolar, as relações e a compreensão por parte da comunidade escolar.   A complexidade existente no mundo contemporâneo exige que a formação inicial tanto quanto a continuada seja superadora dos interesses estritamente técnicos aplicados ao conhecimento profissional.  

 Na concepção de Imbernón, é fundamental que os programas de formação ofereçam ao professorado a oportunidade de desenvolver a colaboração.   O aprender de forma colaborativa e dialógica constitui uma oportunidade de analisar, testar, avaliar e modificar, a partir de uma análise e posicionamento de grupo, situações consideradas não satisfatórias.  O trabalho colaborativo desenvolve habilidades individuais e grupais de intercâmbio e diálogo, com base na análise e discussão conjunta no momento de explorar novos conceitos para conhecer, compartilhar e ampliar metas de ensino e as informações de cada um sobre determinado assunto.  A colaboração é um processo que pode ajudar a entender a complexidade do trabalho educativo e dar melhores respostas às situações problemáticas da prática.
  

   É um cuidado a ser observado no planejamento e desenvolvimento de um programa de formação   voltada para um sujeito com capacidade para processar informações.  

Conforme Appel (2002), “sempre existe uma política do conhecimento oficial, uma política que exprime o conflito em torno daquilo que alguns veem simplesmente como descrições neutras do mundo e outros, como concepções de elite que privilegiam determinados grupos e marginalizam outros” (A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional?). Tal reflexão está na base das teorias críticas de currículo.
Em julho de 2006, foi publicado o Decreto n. 5.840 que instituiu, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Este decreto determina que as instituições de ensino ofertantes de cursos e programas do Proeja serão responsáveis pela estruturação dos cursos oferecidos e pela expedição de certificados e diplomas.

Com base no Art. 46 das diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação básica (resolução CNE/CEB n. 04/2010), “a avaliação no ambiente educacional compreende 3 (três) dimensões básicas: I- avaliação da aprendizagem; II- avaliação institucional interna e externa; III- avaliação de redes de Educação Básica. No tocante à dimensão I- avaliação da aprendizagem, no ensino fundamental e no ensino médio, tem caráter formativo e deve predominar sobre o quantitativo e classificatório.

A legislação educacional vigente no Brasil estabelece que a Educação Básica possa ser organizada em etapas, fases e modalidades. Assim, corresponde a uma modalidade a Educação de Jovens e Adultos.

Segundo Sacristán (Saberes e incertezas sobre o currículo), o currículo deixa de ser um plano proposto quando é interpretado e adotado pelos professores. Nesta perspectiva, o autor está se referindo ao currículo real.

De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi. (Educação Escolar: políticas, estrutura e organização), as tendências relacionadas às funções da escola apresentam-se hoje bastante difusas, no âmbito tanto da investigação quanto da prática escolar. Contra o modelo de escola tradicional, geralmente criticado pela maioria dos educadores e intelectuais, desenvolveu-se a ideia de uma escola.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Chancela para a ignorância - Língua Portuguesa



 Lya Luft 

Esse título me foi dado por Alexandre Garcia, no programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo: ele certamente não se importará com esse pequeno "furto" de seu talento. Referia-se ao tema que, mais do que me preocupar, me causa escândalo e assombro. Um livro didático aprovado pelo Ministério da Educação e incluído entre os livros comprados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que consagra muitas obras didáticas no país, promove o não ensino da língua-padrão, que todos os brasileiros, dos mais simples aos mais sofisticados, têm direito de conhecer e usar. O livro e a ideia que o fundamenta começam a merecer críticas de entidades como a Academia Brasileira de Letras e de centenas de estudiosos. Eu o vejo como o coroamento do descaso, da omissão, da ignorância quanto à língua e de algum laivo ideológico torto, que não consigo entender bem. Pois uma das ideias seria não submeter os alunos menos informados - isto é, os que devem aprender, como todos nós - a nenhum "preconceito" porque falam e escrevem errado. Portanto, nada de ensinar nada a ninguém, ou ele se sentirá humilhado em vez de estimulado a melhorar. O mais indicado seria poupar o dinheiro e fechar as escolas. Se devemos permanecer como somos, a escola será supérflua. Essa minha dedução não é maldosa nem ficcional: é apenas natural. Educar é ajudar a crescer. A educação se divide em duas grandes salas ligadas por muitas portas. Uma das salas se chama formação. A outra, informação. A formação ajuda o indivíduo de qualquer idade a moldar seu caráter e sua visão de mundo, a se desenvolver como ser humano. A cultivar valores; a observar e buscar entender e respeitar o mundo e a natureza, o outro e a si mesmo; a construir o seu lugar na terra, por mais simples que ele seja. A discernir entre certo e errado, bom e mau, e a curtir o belo e o bom que devem ser buscados, dentro das condições de cada um; a dar um sentido a sua vida, seu trabalho, seu convívio. A colaborar, com esse aperfeiçoamento pessoal para que sua família, a comunidade, o país se tornem um pouco melhores. A outra sala do complexo Educação é a informação: é onde adquirimos conhecimentos sob ciências, arte, história, geografia, matemática, idiomas estrangeiros e, em primeiro lugar, aprendemos a usar melhor nosso próprio idioma, pois esse é nosso melhor cartão de visita, nossa apresentação, e o que nos distingue como mais ou menos preparados. É natural usarmos roupas e modos diferentes quando estamos em ambientes diversos, com a turma na escola ou na balada, buscando emprego numa entrevista ou pedindo um empréstimo num banco. Não vamos de cueca ao cinema, não entramos de camisola no avião. Da mesma forma, não escrevemos um trabalho escolar com a linguagem válida nos torpedos ou na internet. Essa variedade se chama adequação, é essencial, é natural e enriquece a língua. Mas querer que a escola ignore que existe uma língua-padrão, que todos temos o direito de conhecer, é nivelar por baixo, como se o menos informado fosse incapaz. É mais uma vez discriminar quem não pôde desenvolver plenamente suas capacidades. E, esta sim, uma postura preconceituosa: os menos privilegiados que fiquem como estão. Com o tempo isso tornará a escola dispensável, pois se ela não deve colocar à nossa disposição o melhor conhecimento em todos os campos, como direito de todos, poderá ser fechada sem maior problema. Talvez a adoção desse livro e dessa teoria no MEC nem tenha sido percebida, na montanha de trabalhos que ali se empilham. Imagino que, dando-se conta do havido, as autoridades tomem as providências urgentes que saltam aos olhos de qualquer pessoa minimamente racional e nos livrem de mais esse pesadelo para quem ainda acredita um pouco em educação. Ou, coroada a ignorância, as futuras gerações, livres da escola e do dever de crescer, escreverão e falarão sempre achando naturais e boas coisas como "os home espera", "nós achemo", "as mulher precisa". (Ou "percisa" seria melhor?) LUFT, Lya. Chancela para a ignorância. Veja. São Paulo: Abril, ed.2218, n.21. p. 26, 25/04/2016.

                                                

                                          Compreendendo o texto



De acordo com o texto devemos  ignorar a língua culta é o mesmo que concordar com a alienação dos menos favorecidos  e é  possível utilizar-se das variedades da língua, mas é preciso conhecer a língua-padrão para poder adequar-se a diversas situações.  

Substitui o título do texto: “Chancela para a ignorância” sem prejuízo ao mesmo  -  Aprovação do desconhecimento.

 Na frase: “...algum laivo ideológico torto, que não consigo entender bem.”, a palavra em destaque tem como sinônimo:   Vestígio.

 “É mais uma vez discriminar quem não pôde desenvolver plenamente suas capacidades.” A palavra destacada é parônima de “descriminar”.  Proscrição: eliminação, Inserto: inserido, Augurar: pressagiar,  Auferir: colher.

 Na frase: “Portanto, nada de ensinar nada a ninguém, ou ele se sentirá humilhado em vez de estimulado a melhorar.”, o termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo ao texto, por:   Por conseguinte.

 “Eu o vejo como o coroamento do descaso, da omissão, da ignorância quanto à língua e de algum laivo ideológico torto, que não consigo entender bem.” Na frase anterior há ocorrência da crase. Em qual das assertivas abaixo a crase está sendo usada corretamente:  Avançamos rente à parede.


 “Imagino que, dando-se conta do havido...”. O verbo em destaque corresponde a:  Particípio do verbo Haver.
 Os termos  em negrito  no texto são, pela ordem em que aparecem, advérbios de:  Afirmação, modo, modo, dúvida e intensidade.  


Nas  frases  , o  vocábulo está  bem  utilizado:  
Os vereadores ratificaram a emenda.
 A polícia irá infligir aos motoristas as novas regras.
 O ladrão levou uma soma vultosa do cofre do banco.
 A cessão do terreno foi concedida à empresa.  


 A concordância verbal está  correta :  
Ouviam-se muitas vozes comandando a passeata.
 Paulo ou Antônio será o gerente.
 O padre, com dois coroinhas, iniciou solenemente a missa.

 Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.

Gramática Fácil


Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato.

1) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal.
Por Exemplo:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.
Por Exemplo:
pai (a = vogal, i = semivogal)
c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca.
Exemplos:
pai, série
d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.
Por Exemplo:
mãe

2) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:
Paraguai - Tritongo oral
quão - Tritongo nasal

3) Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba.

Por Exemplo:
saída (sa-í-da)poesia (po-e-si-a)
Saiba que:
- Na terminação -em em palavras como ninguém, também, porém e na terminação -am em palavras comoamaram, falaram ocorrem ditongos nasais decrescentes.
- É tradicional considerar hiato o encontro entre uma semivogal e uma vogal ou entre uma vogal e uma semivogal que pertencem a sílabas diferentes,  como em ge-lei-a, io-iô.
 

 Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem basicamente dois tipos:
- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra,  pla-no, a-tle-ta, cri-se... 
- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta...
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,psi-có-lo-go...

A-mor
A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em  cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais. 

Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas
1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba.
Exemplos: mãe, flor, lá, meu
2) Dissílabas: possuem duas sílabas.
Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por
3) Trissílabas: possuem três sílabas.
Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir
4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas.
Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta

Divisão Silábica

Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

a) Não se separam os ditongos e tritongos.


Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou
b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.


Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa
c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.


Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co
d) Separam-se as vogais dos hiatos.


Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de
e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc.


Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te
f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r.


Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car


                                               Exercícios

1-Classifique os encontros vocálicos:

Paraguai
aguentar
saguão
reeleito
circuito
caótico
artéria
apaziguei
quieto
triunfo
saguões
gratuito
iguaizinhos
propõe
orquídea
uruguaiense
pinguim
sequoia


2- Sublinhe a única palavra em que há ditongo nasal:

viajante- nogueira- mágoa- cantavam- hortência


3- Sublinhe as palavras em que ocorre hiato:

viúva - viu - coeso - ruivo - ruíra - cai - caí - lagoa - beato - sai - saíra - preencher -água- pajeú - rua - ruim - pais - país.





Conhecimentos Pedagógicos



Ao abordar o viver humano ético, pode-se observar que ele ocorre no espaço relacional, num conviver contínuo permeado por conversações. O conversar que permite ao observador ver e compreender o que ocorre, evocando o olhar reflexivo é o que Humberto Maturana e Ximena Yáñez chamam de conversar liberador. De acordo com essa abordagem, o olhar reflexivo do observador promove o conversar liberador.  
 Mario Sergio Cortella e Yves de La Taille discutem em suas obras que na sociedade atual permanece uma crise ética em relação a nossos valores de vida coletiva Não se pode identificar essa ética, que se expressa em nossas escolas de forma conflituosa, como uma  queixa em relação à conduta dos estudantes.

 Em Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire faz um alerta para a necessidade de uma postura que considere o respeito à autonomia e à dignidade de cada um como “um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceber uns aos outros”. O autor considera que a leitura verdadeira é aquela que compromete o leitor de imediato com o texto e cuja compreensão fundamental o torna também sujeito, de modo que se precisa,  manter a vigilância contra todas as práticas de desumanização.  Para  considerar a experiência formadora dos sujeitos ao longo da vida. E desenvolver nas práticas educativas a curiosidade epistemológica.

 Ao trabalhar em ambientes institucionais com gestão de pessoas, permanentemente se trabalha com a gestão de conflitos e com as dificuldades de convivência. Pode-se observar as dificuldades de comunicação e de diálogo entre as pessoas. Segundo Bohm (2005:65), o objetivo do diálogo “[...] não é analisar as coisas, ganhar discussões ou trocar opiniões. Seu propósito é suspender as opiniões e observá-las – ouvir os pontos de vista de todos, suspendê-los e a seguir perceber o que tudo isso significa.” Seguindo essa perspectiva,  os significados compartilhados garantem a coesão social  e  as pessoas suspendem os seus pressupostos e julgamentos  pois  as pessoas observam como o pensamento funciona.

 Ao abordar a didática na sala de aula ou a didática organizacional, depara-se com uma questão central, que é a avaliação. Os processos avaliativos, dependendo de sua intencionalidade, podem expressar-se em avaliações diagnósticas, avaliações de desempenho, avaliações de programas e avaliações institucionais, assim como podem utilizar abordagem quantitativa ou qualitativa e diferentes instrumentos para a coleta de informações. Em relação às várias práticas avaliativas, necessitam de um referencial teórico ou matriz conceitual.
  Suas funções são definidas a partir dos sujeitos envolvidos  e favorecem o processo de tomada de decisões após a análise dos dados.


 O projeto político pedagógico é um instrumento teórico metodológico que visa enfrentar os desafios do cotidiano da escola, ressignificando as ações e garantindo a memória do significado de todos os agentes da instituição educativa. De acordo com essa abordagem, o projeto político pedagógico não possui a  finalidade de legitimar as ações específicas em seus grupos de trabalho.  

 A elaboração do projeto político pedagógico ou do plano de desenvolvimento institucional de uma unidade educativa consiste numa estratégia para conduzir de forma articulada a ação, assim como uma estratégia de formação em serviço. De acordo com Celso Vasconcelos, nas etapas de elaboração do projeto ou plano, é necessário investir coletivamente em,  diagnóstico que identifica fatores dificultadores e facilitadores presentes na realidade institucional.
Pois é marco operativo que propõe ações para diminuir a distância entre a realidade da instituição e o ideal proposto  e  marco referencial que implica em explicitar onde se está, para onde se quer ir e qual o horizonte de ação.

 A evolução de diversos contextos organizacionais caminha para uma maior articulação profissional, de modo que trabalhar em equipe torna-se uma necessidade profissional que atende à realização do trabalho, assim como a formação permanente de seus membros. Para isso, não é necessário desenvolver capacidades associadas à   avaliação das condutas profissionais.  

  “Tudo o que é dito é dito por um observador a outro observador que pode ser ele ou ela mesma.” MATURANA, 2009:259. O autor faz um alerta, com esse trecho, afirmando que o ato de conhecer depende do nosso olhar, da forma como nos relacionamos com o objeto, com o outro ou com uma determinada situação. A partir dessa compreensão, pode-se afirmar que cotidianamente  explicamos nosso viver porque existimos num mundo de coerências estruturais independentes de nosso operar.
E  fazemos distinções como se os entes e relações existissem antes da operação de distinção com que os fazemos aparecer em nosso observar  e ao  percebemos como seres humanos que existimos operando como organismos num espaço relacional e  permanecemos desatentos para o processo relacional no qual operamos, fazendo distinções dos entes e das relações.  
  No cotidiano do campo profissional, o pedagogo enfrenta constantemente os deveres e os dilemas éticos da profissão, dentro ou fora do contexto profissional, o que implica em desenvolver uma competência que busque,   prevenir todo tipo de violência  e desenvolver o sentimento de justiça  para  evitar os preconceitos e as discriminações.  

 Numa sala de aula é necessário construir um contrato pedagógico e didático que garanta as regras de funcionamento internas à classe.  A partir do contrato, o professor pode elaborar suas sequências didáticas compostas pelas diversas situações de aprendizagem. De acordo com Perrenoud, para isso o professor precisa desenvolver a competência de organizar e dirigir situações de aprendizagem, o que, por sua vez, não implica em   impedir os erros e os obstáculos a aprendizagem  e  traduzir os conteúdos em objetivos de aprendizagem.

 A escola é organizada para favorecer a progressão das aprendizagens dos alunos em relação aos conteúdos previstos ao final de cada ciclo de estudos. O gerenciamento da sala de aula implica também em administrar a progressão das aprendizagens, possibilitando a organização de novos ciclos de aprendizagem.
Em relação às atitudes que devem ser implementadas para aprimorar o gerenciamento da sala de aula  é necessário mudar de uma gestão de fluxos extensos para uma gestão baseada em fluxos reduzidos e  modificar a organização dos estudantes de agrupamentos fixos para agrupamentos flexíveis.  E  investir na definição dos objetivos mínimos estabelecidos com a condição de individualizar os percursos.
  
 A promessa do uso transformador da tecnologia nas salas de aula interage com as crenças pessoais dos professores sobre a inovação, que, segundo Sandholtz (1997) em seu livro clássico Ensinando com a Tecnologia, configuraram-se como estágios de evolução do processo de ensino aprendizagem. Sobre os estágios identificados e suas descrições.
  
Na apropriação o professor apresenta uma mudança de atitude em relação à tecnologia.

Na inovação  o  professor experimenta novos padrões de ensino-aprendizagem.

Na exposição o  professor preocupa-se em como manter o controle sobre a sala de aula.

Na adaptação o  professor utiliza a tecnologia para o gerenciamento da sala de aula.

Na adoção o  professor usa a tecnologia para apoiar os planos de ensino já existentes.  

 Em relação aos vários trabalhados de Juana Sancho que abordam desde os recursos educativos até as novas tecnologias de informação e comunicação e às discussões que têm se acumulado nesta década acerca do uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas,  o  uso de melhores recursos pedagógicos nas salas de aula não garante melhores aprendizagens.   O uso de inovações tecnológicas nas escolas não determina inovações pedagógicas e nem modifica as práticas docentes.  O uso das tecnologias de informação amplia os sistemas de armazenamento e acesso à informação.  

 A mediação pedagógica parte de uma concepção radicalmente oposta aos sistemas de instrução baseados na primazia do ensino como mera transferência de informação. Não interessa uma informação em si mesma, mas uma informação mediada pedagogicamente que possibilite a participação e a criatividade. Em relação aos aspectos que devem ser considerados, de acordo com esse ponto de vista, o  conteúdo deve estar acessível, claro e bem organizado, garantindo ao educando uma visão global do tema.  Os materiais propostos devem considerar o seu interlocutor, favorecendo o processo de aprendizagem.   As relações pedagógicas devem se pautar pelo diálogo, garantindo o desenvolvimento da autonomia dos educandos.
  
 Competências necessárias para a organização e gestão da sala de aula

Perrenoud considera que a abordagem central dos programas de formação inicial e continuada de professores deveria torná-los capazes de organizar e gerenciar situações de aprendizagem. Em Formando Professores Profissionais (2001), o autor apresenta o que um professor profissional deve ser capaz de fazer e como deve ser sua formação articulada à prática.

As competências profissionais descritas por Perrenoud são compostas por um conjunto diversificado de   saberes, esquemas de ação e posturas.

 Sobre o que o profissional em educação deve ser capaz de fazer, no dia a dia do trabalho em sala de aula, analisar as situações complexas.  Escolher técnicas e instrumentos.  Analisar suas ações e resultados.  
Em relação ao que é necessário analisar para realizar um diagnóstico organizacional ao elaborar o processo de formação dos profissionais de uma determinada instituição.

O contexto e seus sujeitos.
 A dinâmica do trabalho.
O clima organizacional

A educação corporativa supera a visão de um setor de treinamento e busca desenvolver uma visão mais abrangente e estratégica.  O setor de treinamento e desenvolvimento foca o aprimoramento de habilidades mais técnicas e funcionais, já a universidade corporativa foca a aprendizagem organizacional gerando o desenvolvimento das pessoas e da cultura organizacional.

Pode-se observar que o crescimento da educação corporativa no Brasil não se deve à  necessidade de investir na formação inicial dos profissionais.
  
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior define a educação corporativa como uma prática coordenada de gestão de pessoas e de gestão do conhecimento, tendo como orientação a estratégia de longo prazo de uma organização.
Sua prática pedagógica busca articular as competências individuais e organizacionais no contexto mais amplo da instituição, de modo a garantir processos inovadores. De acordo com esse posicionamento,  a educação corporativa  viabiliza a aprendizagem organizacional.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Psicologia da Educação e da Aprendizagem





Jean Piaget (1896-1980) foi um dos investigadores mais influentes do século XX na área da Psicologia do desenvolvimento. Ele acreditava que o que distingue o homem dos outros animais é sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato.
- Para Piaget (1978), a representação do espaço para a criança pode ser definida como uma construção internalizada que se dá por meio das ações e da manipulação dos ambientes em que vive o espaço físico é o local onde a criança estabelece relações entre o mundo e as pessoas. Nessa relação de transformação, são também introduzidas as emoções.

O Construtivismo pode ser caracterizado como uma corrente de pensamento que ganhou espaço, especialmente no campo das teorias pedagógicas, inspirada na obra do biólogo suíço reconhecido por dedicar sua obra ao entendimento dos processos de aquisição do conhecimento humano.

Segundo Piaget (1989), o principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas, e não repetir simplesmente o que outras gerações fizeram - homens criativos, inventivos e descobridores. Com base nas ideias do autor, a educação deve viabilizar condições para que as crianças possam desenvolver as suas capacidades físicas, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e, também, inserção social. O Referencial Curricular para a Educação Infantil (RECNEI, 1998), apresenta os objetivos da educação infantil. 
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em sua capacidade e percepção de suas limitações.  Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo a sua auto estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação interação social.  Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, sua potencialidade e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar.

Para Piaget, os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos, e a inteligência humana deve ser entendida como um sistema cognitivo aberto porque se alimenta através da ação e da percepção do sujeito extraído do meio social e físico; e fechado porque o sistema é dotado de capacidade de organização.  Para Piaget, a inteligência é uma das formas que assumiu a adaptação do homem ao mundo exterior, que se dá de forma progressiva e resulta da equilibração majorante de estruturas. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório motores e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento.

Privilegia a maturação biológica, por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos; postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.

A concepção de que o ser humano nasce pré-determinado biologicamente, que o ambiente tem pouca influência no seu desenvolvimento e que, devido a esses aspectos, a educação exerce um papel limitado,  são princípios da concepção inatista de desenvolvimento. 
As bases psicológicas da aprendizagem, da relação professor e aluno, bem como da educação de adultos, a concepção de que o ser humano nasce pré-determinado biologicamente, que o ambiente tem pouca influência no seu desenvolvimento e que, devido a esses aspectos, a educação exerce um papel limitado, são princípios da concepção inatista de desenvolvimento.  O educador Paulo Freire afirma, a respeito da educação de adultos, que a promoção da cultura e do diálogo dos aprendizes é a base do processo de aprendizagem.  Os termos professor/estudante e estudantes/professores, formulados por Paulo Freire, significam que todos, no processo de ensino e de aprendizagem, tornam-se sujeitos cognitivos.
Determinados conteúdos a serem trabalhados em cada ano escolar podem ser selecionados com base em critérios como o contexto social, a capacidade cognitiva dos alunos e as determinações das secretarias de educação.
O planejamento da ação docente deve ser articulado com o planejamento escolar e institucional.

A escola tecnicista valoriza as técnicas de ensino e concebe o professor e o aluno como cumpridores de tarefas.  Por meio do planejamento de ensino, o professor direciona suas ações para alcançar metas específicas, define estratégias e recursos necessários para atingir os objetivos e propõe meios de se avaliar os resultados obtidos.
O método possibilita a unificação e a ordenação dos saberes em construção, e pode variar em função das teorias educacionais adotadas.



O primeiro momento do desenvolvimento lógico é denominado sensório‐motor porque nele se verifica uma coordenação sensório‐motora de ação baseada na evolução da percepção e da motricidade.  Do nascimento ao aparecimento da linguagem, isto é, do zero mês até por volta dos dois anos. Nesta fase, rápida embora importante, Piaget situa a origem de um comportamento inteligente.  A partir dos quatro anos, o tipo dominante de raciocínio é denominado intuição. O raciocínio intuitivo, embora seja bastante rápido, é ainda pré‐lógico e fundamenta‐se exclusivamente na percepção.  De cinco anos e meio a aproximadamente sete anos aparecem as regulações representativas articuladas. A fase é intermediária entre a não conservação e a conservação, e marca o início das ligações entre estados e transformações, tornando possível pensá‐las sob forma semirreversível.

Aprender é uma interpretação pessoal do mundo, ou seja, é uma atividade individualizada, um processo ativo no qual o significado é desenvolvido com base em experiências. Neste caso, o papel do professor é então, aquele de criar situações compatíveis com o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno, em atividades que possam desafiar os alunos.  O professor deve provocar o desequilíbrio na mente do aluno para que ele, buscando então o reequilíbrio, tenha a oportunidade de agir e interagir. Quando houver situações que gere grande desequilíbrio mental, o professor dever adotar passos intermediários para adequá‐los às estruturas mentais da fase de desenvolvimento do aluno.   Piaget é apontado como o primeiro pesquisador na área de ciências humanas a utilizar o termo construtivismo quando formulou sua teoria da epistemologia genética, a fim de indicar o papel ativo do sujeito na construção de seu mundo.  Na entrevista de anamnese, são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da família nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar.

A história vital permitirá detectar o grau de individualização que a criança tem com relação à mãe e a conservação de sua história nela, assim é importante iniciar a entrevista falando sobre a gravidez, pré‐natal, concepção.  É uma entrevista, com foco mais específico, que visa colher dados significativos sobre a história do sujeito na família, integrando passado, presente e projeções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influência das gerações passadas neste núcleo e no próprio. 

A interação se dá entre duas realidades previamente constituídas – sujeito e objeto do conhecimento, pois é ela que permite a constituição de um e outro polo, através, inicialmente, da construção do conhecimento sobre as características da própria relação estabelecida entre eles.    O desenvolvimento cognitivo é processo sequencial marcado por etapas caracterizadas por estruturas mentais diferenciadas. Em cada uma dessas etapas a maneira de compreender os problemas e resolvê‐los é dependente da estrutura mental que a criança apresenta no momento.  Uma aprendizagem compreensiva requer que o professor conheça o processo de pensamento do aprendiz, apresente problemas que lhe pareçam interessantes e para os quais ele possa oferecer respostas.

O educador Paulo Freire afirma, a respeito da educação de adultos, que a promoção da cultura e do diálogo dos aprendizes é a base do processo de aprendizagem. 

 Os termos professor/estudante e estudantes/professores, formulados por Paulo Freire, significam que todos, no processo de ensino e de aprendizagem, tornam-se sujeitos cognitivos.

Para se analisar os vários conceitos que envolvem o processo ensino-aprendizagem, é necessário ter em mente as diferentes épocas nas quais estes se desenvolveram, como também compreender sua mudança no decorrer da história de produção do saber do homem.

O conceito de aprendizagem emergiu das investigações empiristas em psicologia, ou seja, de investigações levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento provém da experiência.

 A psicologia genética leva a uma concepção de aprendizagem a partir do confronto e da colaboração entre os conhecimentos do empirismo, do behaviorismo e da gestalt.

A aprendizagem incidental é aquela que ocorre sem que haja a intenção de aprender.

-Para Jean Piaget (1994), as regras de conduta de uma criança em estado de anomia são determinadas por:  necessidades básicas.  

-Sobre o conceito de “esquema” na teoria piagetiana    é definido como um conjunto de ações interiorizadas generalizáveis.  

Na sucessão dos estágios de desenvolvimento intelectual na teoria de Jean Piaget, as estruturas cognitivas construídas em uma determinada idade virão a ser integradas nas estruturas da idade seguinte.

-O método montessoriano de ensino tem como ênfase o  inatismo da aprendizagem.  

De acordo com Michael Foucault (1977), a partir do s é c u l o  X I X  ocorreram  transformações      socioeconômicas e políticas que tornaram possível o surgimento das instituições dirigidas à infância. As principais características dessa “nova sociedade” institucional eram:   disciplina e vigilância.   

Os debates contemporâneos sobre aprendizagem, identificam-na como um processo  inventivo.  

Ao afirmar que as práticas educacionais são instituições, M. Foucault relaciona o conceito de instituições a:    regularização de comportamentos.  

A Pedagogia Institucional relaciona saber e poder como categorias necessariamente inseparáveis. Nessa perspectiva, a concepção de poder pode ser caracterizada como:  relacional e sem locus privilegiado.

Na perspectiva de Philippe Ariés, a infância e a adolescência são consideradas categorias:  historicamente construídas.   

As ideias materializadas nas práticas pedagógicas cotidianas como: a correspondência entre escolas, os jornais de classe, o texto livre, a cooperativa escolar, o contato frequente com os pais e os planos de trabalho são características do seguinte autor em Pedagogia Célestin Freinet.  

“A distância entre o nível de desenvolvimento, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinando através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou de companheiros mais capazes”, é chamado por Vygotsky (1989) de:  
 zona de desenvolvimento proximal.   

A crítica do educador Rubem Alves (2011) aos métodos avaliativos nas escolas se referem, prioritariamente, à  submissão da atitude do professor e da aplicação dos conteúdos à lógica do vestibular.

 Para Jaques Lacan (1967), a transmissão da aprendizagem é um processo invariavelmente:  incompleto.

 “O que podemos pensar de um médico que sempre se contenta em ver 25% de seus pacientes morrerem? 

Um educador tampouco é técnico de um time de futebol. 

Ele não deve simplesmente convocar os 11 melhores, mas obter 100% de aprovação daqueles que lhe são confiados.” . 

Segundo os autores da denominada “pedagogia do sucesso”, no Brasil, a responsabilidade sob fracasso escolar está no  próprio sistema de ensino e avaliação.  

 Na perspectiva da Cultura de Paz, o conceito que fundamenta as ações que visam articular a escola e o ambiente à sua volta é o de:  responsabilidade social.  

 Segundo o educador Rubem Alves, o papel do professor deveria ser o de:   promover a alegria de pensar.   

De acordo com Luckesi (1998), a avaliação da aprendizagem vem se tornando um instrumento de ameaça ao invés de servir a seu propósito fundamental, que seria o de:   diagnóstico do próprio sistema de ensino.

No que se refere às propostas curriculares decorrentes da reforma do ensino superior, Moreira (1995) critica a função educativa da Universidade vista como:   preparação para o mercado de trabalho.  

Segundo os conceitos da Análise Institucional, um gestor que deseje trabalhar com grupos deve realizá-lo segundo o princípio da:   autogestão.    

Para Freud (1905), a vontade de saber é advinda da(o):  curiosidade sexual da criança.


 Como movimento, a Cultura de Paz iniciou-se oficialmente pela Unesco em 1999 e empenha-se em prevenir situações que possam ameaçar a paz e a segurança. De acordo com David Adams, a cultura de paz tem como base oito pilares, dentre eles:   igualdade de gênero. 

Segundo a perspectiva Walloniana do desenvolvimento humano a maturação neurológica e a sociogênese (a incorporação da experiência social e cultural) constituem elementos mutuamente determinantes deste processo.

Wallon diz que a razão nasce da emoção, pois a emoção garante o vínculo imediato com o ambiente social e o consequente acesso ao universo simbólico da cultura e aos instrumentos de que se vale a atividade cognitiva.

Sobre a questão da autonomia intelectual dos sujeitos nas teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon.

 Para Wallon, a autonomia possível ao sujeito oscila entre os limites colocados pela biologia e aqueles construídos pela história humana, fonte dos conteúdos da mente. 

V. Vygotsky estabelece que a autonomia intelectual é resultado da apropriação pelo sujeito das formas de funcionamento psicológico dadas culturalmente.

Para Piaget a autonomia intelectual está relacionada à construção da razão pelo próprio sujeito, obra que ninguém pode fazer por ele e cujos resultados traduzem as potencialidades nele inscritos.

 Acerca da relação entre o afetivo e o cognitivo na teoria de Piaget ,a relação entre afetividade e cognição é determinante do desenvolvimento do juízo moral.

A prática de pesquisa de Clark dedicou-se à investigação da distribuição de características psicológicas nas populações e grupos e contribuiu, ao lado do desenvolvimento dos testes mentais, para a institucionalização da psicologia como ciência independente nos Estados Unidos.

A prática de pesquisa da Primeira Escola de Leipzig, fundamentada nos trabalhos de Wundt e de seus discípulos, não sobreviveu à prática de pesquisa da Segunda Escola de Leipzig, fundamentada nos trabalhos de Felix Krueger (1874-1948) e Friedrich Sander (1889- 1971), discípulos de Theodor Lipps (1851-1914). A Segunda Escola de Leipzig defendeu um retorno às comunidades (Gemeinschaften), como a família, os grupos de jovens, o povo, bem como uma psicologia da totalidade que pregava a eliminação de qualquer coisa que fosse estranha ao que era caracterizado como totalidade.

Da perspectiva da epistemologia unitária, conclui-se que, por não alcançar unidade, a psicologia não se constitui como ciência e, consequentemente, que não se pode fazer, quer epistemologia da ciência psicológica, quer história da ciência psicológica.

A psicologia empírica de Wundt se baseia no princípio dos resultantes criativos: “em todas as combinações psíquicas o produto não é a mera soma dos elementos que compõem tais combinações, mas representa uma nova criação” (Wundt, 1973, p. 164).

O desenvolvimento e a aprendizagem estão relacionados desde o nascimento da criança. O desenvolvimento não é um processo previsível, universal ou linear, ao contrário, ele é construído no contexto, na interação com a aprendizagem. A aprendizagem promove o desenvolvimento atuando sobre a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, transformando o desenvolvimento potencial em desenvolvimento real.

O entendimento de que o desenvolvimento humano independe da aprendizagem desconsidera as determinações históricas, não se constituindo, ainda, a compreensão da totalidade do ser humano (Vygotsky, 1991). A crítica também se estende à psicologia construtivista de Piaget que, embora considere a interação entre o biológico e o social, prioriza a maturação, entendendo que a aprendizagem deve aguardar pelo desenvolvimento real, compreendendo o sujeito como abstrato e universal, inserido em uma sociedade estruturada harmonicamente. A concepção de desenvolvimento humano/ apropriação do conhecimento na psicologia histórico-cultural apresenta várias vertentes e abordagens com o passar dos anos e suas experiências.

O construtivismo é uma abordagem psicológica desenvolvida a partir da teoria da epistemologia genética, elaborada por Jean Piaget. Nesta teoria, o indivíduo aprende a partir da interação entre ele e o meio em que ele vive, sendo que, o professor é visto como um mediador do conhecimento.

Pesquisa sobre a Psicogêneses da língua escrita, constataram que as crianças ou os adultos analfabetos passavam por diferentes fases que vão da escrita pré-silábica, silábica e silábica alfabética.  A criança não começa a aprender a escrita apenas quando entra para escola.  O aprendizado não consiste em uma simples imitação mecânica da escrita utilizada por adultos.  O desenvolvimento da aprendizagem é uma construção progressiva. O desenvolvimento da aprendizagem é imediato e independente do adulto.

Pré-silábico: A criança pensa e só pode ler em desenhos, gravuras ou fotos, ou seja, ela valoriza as imagens gráficas. Usa o desenho para representar a escrita. A criança não entende que a escrita representa a fala, mais percebe que as palavras diferentes devem ser escritas de maneiras diferentes.  

Silábico: A criança tenta dar valor sonoro para a silaba, as letras não tem valor sonoro estável. Ela faz um vínculo entre a pronúncia e a escrita, associa a sílaba com uma letra. A criança considera que a escrita representa as partes sonoras da fala. Cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafia.  

Alfabética: As crianças fazem associações corretas entre a letra e o som (valor sonoro convencional). À medida que a criança entra em conflito, elas vão avançando dentro das suas hipóteses. Ao chegar nesta fase, a criança compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba. Realiza, sistematicamente, a análise sonora dos fonemas das palavras que necessita escrever.

Jean Piaget (1896-1980) foi um dos investigadores mais influentes do século XX na área da psicologia do desenvolvimento.
Acreditava que a maturação biológica estabelece as precondições para o desenvolvimento cognitivo.  Descreveu dois processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação e acreditava que o que distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato.

A criança não é um adulto em miniatura. Ao contrário, ela apresenta características próprias de sua idade. Compreender isso é compreender a importância do estudo do desenvolvimento humano. Estudos e pesquisas de Jean Piaget demonstraram que existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária, isto é, existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica uma acomodação das estruturas mentais a um novo dado do mundo exterior. Esse autor divide os períodos do desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento o que, por sua vez, interfere no desenvolvimento global, os períodos são: sensório-motor / pré-operatório / operações concretas / operações formais.

 (Glasersfeld, 1998; Castañon, 2005.)


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