sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

INSTRUTOR DE LIBRAS

 A Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002 dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outras providências, define  a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

E reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados e determina a garantia, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Pessoa surda é aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.  Deficiência auditiva: a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. 

A LIBRAS deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.  Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.

Os primeiros educadores de surdos surgiram na Europa, no século XVI, criando diferentes metodologias de ensino, as quais se utilizavam da língua auditiva-oral nativa, língua de sinais, datilologia (representação manual do alfabeto) e outros códigos visuais. Com o decorrer dos anos filosofias e práticas referentes à educação de surdos foram se alternando cada uma com suas características próprias. Podemos afirmar sobre essas correntes que o oralismo baseia-se na crença que a modalidade oral é a única forma desejável de comunicação e começou a ganhar forma a partir da segunda metade do século XIX, época em que a língua de sinais chegou a ser proibida.  Na década de 60, a língua dos sinais tornou a ressurgir associada à forma oral, e nessa época surgiram novas correntes.  A Comunicação Total defende a utilização de todos os recursos linguísticos, orais ou visuais, simultaneamente, privilegiando a comunicação, e não apenas a língua.  O Bilinguismo defende que o surdo deve adquirir a língua dos sinais como língua materna, com a qual poderá desenvolver-se e comunicar-se com a comunidade de surdos, e a língua oficial de seu país como segunda língua.  Atualmente a língua dos sinais é bastante difundida, atingindo grande êxito do ponto de vista qualitativo e quantitativo, permitindo que os surdos lutem e conquistem sua cidadania.

 As épocas e eventos relevantes referentes à educação das pessoas com necessidades especiais no Brasil até a primeira metade do século XX,  e o atendimento às pessoas com deficiência teve início logo após a Proclamação da República, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro.

Dentre as políticas educacionais referentes ao atendimento às pessoas com deficiências constantes do documento Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva podemos citar, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, que preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades.  Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, com vistas a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do atendimento educacional especializado e à garantia da acessibilidade.  A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados-Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para garantir que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao Ensino Fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem. 

A declaração de Salamanca  por muito tempo perdurou o entendimento de que a Educação Especial, organizada de forma paralela à educação comum, seria a forma mais apropriada para o atendimento de alunos que apresentavam deficiência ou que não se adequassem à estrutura rígida dos sistemas de ensino. Em 1994, o conceito de necessidades educacionais especiais passa a ser amplamente disseminado a partir de um evento cuja conclusão apresentou novas propostas tendo como princípio orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras”.  A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.

O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais.  O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, e outros conhecimentos. A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor, a Língua de Sinais constitui, no caso de alunos com surdez, um poderoso instrumento para garantir a efetiva comunicação professor-aluno. Diante disso, torna-se imprescindível um ambiente adequado, rico em solicitações, capaz de favorecer e propiciar as trocas simbólicas entre o sujeito e o meio físico e social a que pertence. A escola pode e deve constituir-se nesse lugar, oferecendo um espaço privilegiado para o surdo desenvolver-se, favorecendo a criança a expressar seus pensamentos através de diferentes recursos (desenho, escrita, gestos, dramatização, LIBRAS, e outros), a promoção de um ambiente de jogo em que as crianças possam se expressar com sucesso com o uso da linguagem gestual e a participação efetiva dos alunos por meio de questionamentos que levam ao exercício da atividade representativa (por quê, quando, como, para quê, de quem, em que lugar, desde quando, etc.), o aluno a se manifestar e conhecer a opinião dos outros provocando nele a descontração.

Para amenizar os efeitos provocados pela surdez é fundamental o papel representado pela escola. Dentre os requisitos básicos para se desenvolver bem um trabalho pedagógico com o aluno com surdez e prepará-lo para a cidadania são: comunicar-se com o aluno surdo por meio do instrumento simbólico que ele domina (LIBRAS, mímica, fala, figuras, e outras).  E oferecer um modelo de mundo ao aluno vinculado à sua idade cronológica e intelectual. engajar o aluno no diálogo e na argumentação com outras pessoas, levar o aluno a compreender o significado das sentenças e oferecer condições para o aluno construir sentenças que exprimam seus próprios pensamentos e desejos, usar a linguagem para uma variedade de propósitos conforme seu nível de desenvolvimento cognitivo e social.

Ao interagir com uma pessoa surda. Focalize o rosto do usuário da LIBRAS, não as mãos. Como usuário da LIBRAS, você aprenderá a ampliar seu campo visual. Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em LIBRAS. Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de aprendizagem. Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor. Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais, como: campainha luminosa para início e término de qualquer atividade. Fale de lado ou com a cabeça baixa evitando que o surdo leia seus lábios enquanto fala, para não constrangê-lo pela deficiência.

Os Natissurdos ou pré -linguais são os que ficaram surdos antes de aprender a falar (têm muita dificuldade em aprender a falar).  Os Ensurdecidos ou pós-linguais são aqueles que ficaram surdos após terem adquirido a linguagem falada, a surdez leve permite distinguir a linguagem falada, a surdez média permite distinguir barulhos.

Um aluno que apresenta perda de audição de 73 decibéis tem sua surdez classificada como severa.

A perda de audição com média entre 40 e 70 dB (decibéis) é considerada média.

A perda auditiva com média acima de 90 dB é considerada profunda.

Surdos e ouvintes encontram-se normalmente, no mesmo espaço físico, e partilham de uma cultura ditada pela maioria ouvinte e ambos compartilham uma série de atitudes, costumes e hábitos, ou seja, aspectos próprios da cultura ouvinte, fato que torna os surdos indivíduos multiculturais.  A cultura dos surdos está intimamente ligada à sua construção de identidade e a Língua de Sinais apresenta-se como um dos principais aspectos de construção da identidade.  As comunidades surdas se configuram num espaço que possibilita aos surdos momentos de discussão sobre o trabalho, a vida, as questões pessoais, educação e outras.  As comunidades surdas possuem características próprias, produzem peças de teatro que abordam questões de relacionamento, educação e visão de mundo das pessoas surdas.  O surdo tem um modo próprio de ver o mundo, onde eles utilizam as expressões faciais e corporais, como o surdo “fala” com as mãos, evita usá-las desnecessariamente e, quando as usa, possui agilidade e leveza.

A palavra cultura possui inúmeros significados e relacionando essa palavra ao contexto de pessoas surdas, ela mostra a identidade dessas pessoas, pois se pode afirmar que os surdos têm uma forma própria de apreender o mundo que os identifica como surdos.  A comunidade surda é um grupo de pessoas que convive em um determinado lugar onde compartilham as necessidades comuns de seus membros e, de várias formas, trabalham para minimizá-las. Em uma comunidade surda, podem existir ouvintes e surdos que não seguem a cultura da comunidade.  A cultura da pessoa surda é mais fechada do que sua comunidade.  Membros de uma cultura surda comportam-se como as pessoas surdas, usam a língua das pessoas surdas e compartilham as crenças das pessoas surdas entre si e com outras pessoas que não são surdas. Uma comunidade surda é um ponto de apoio político e social porque, cada vez mais, os surdos se organizam nesses espaços na condição de minoria linguística que luta por seus direitos linguísticos e de cidadania, lutando não pela deficiência, mas pela diferença.  O surdo é diferente do ouvinte não só porque não ouve e, por isso, às vezes não fala, mas também por ter uma visão de mundo diferente, por ter sua própria língua e praticá-la dentro de sua comunidade ou com outras pessoas. 

A cultura surda tem seus locais onde as identidades surdas se constituem. Observando as interferências da família, da escola, das associações e outras veremos constituições diversas. Um espaço importante se refere à escola x cultura surda. A identidade surda é uma construção, um efeito, um processo e é crucial a adoção de uma teoria pedagógica que descreva e explique o processo de construção de identidade e diferença. Favorecem essas circunstâncias a escola como espaço de identificação que opta pela presença de professores surdos, não para que eles sejam identificados como modelo de comportamento, mas como espaço ou marco de identificação cultural.  A escolha de um currículo no qual é inserida a abordagem da diferença cultural – no caso surdo –, a língua, a história, o jeito surdo de ensinar e leva em conta precisamente as contribuições da teoria cultural recente. 

A comunidade surda vem, ao longo dos anos, conseguindo várias conquistas, e o papel das organizações governamentais e não governamentais nesse contexto tornou-se fundamental, pois elas dão apoio, estrutura e organizam as comunidades surdas.  A FENEIS é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos com a finalidade sócio- cultural, assistencial e educacional que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da Comunidade Surda Brasileira. Atualmente são atendidos pela FENEIS além de surdos, familiares, professores, instituições, empresas, organizações governamentais e não governamentais, pesquisadores, linguistas, fonoaudiólogos, dentre outros profissionais.  O Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES é o órgão do Ministério da Educação que é um Centro de Referência Nacional na área da surdez, presta assessoria técnica nas áreas que envolvam questões tais como: prevenção à surdez, audiologia, fonoaudiologia, orientação familiar, orientação para o trabalho e qualificação profissional, artes plásticas, dança, biblioteca infantil, Língua de Sinais, informática educativa, etc. No Centro de Referência encontra-se o colégio de aplicação, onde são atendidos alunos surdos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. 

A língua de sinais não é universal. Nem mesmo a nível nacional existe uma padronização, ainda mais em um país de grandes dimensões como o nosso.  LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa comunidade. Como língua, ela é composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática semântica, sintaxe e outros elementos, preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerada instrumental linguístico de poder e força. Possui todos os elementos classificatórios identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. Pesquisas com filhos surdos de pais surdos estabelecem que a aquisição precoce da Língua de Sinais dentro do lar é um benefício e que esta aquisição contribui para o aprendizado da língua oral como segunda língua para os surdos. Grupos de surdos possuem sinais diferentes para uma mesma situação. 

A LIBRAS tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis linguísticos. Três são seus parâmetros principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s) - (CM), o Movimento - (M) e o Ponto de Articulação - (PA). A Configuração da mão (CM) é a forma que a mão assume durante a realização de um sinal. Pelas pesquisas linguísticas, foi comprovado que na LIBRAS existem 43 configurações das mãos, sendo que o alfabeto manual utiliza apenas 26 destas para representar as letras.

Além dos Parâmetros principais a LIBRAS tem Parâmetros secundários e outros componentes não manuais.  Orientação das mãos: direção da palma da mão durante a execução do sinal da LIBRAS, para cima, para baixo, para o lado, para a frente, e também pode ocorrer a mudança de orientação durante a execução de um sinal.  Região de contato: a mão entra em contato com o corpo através, por exemplo, do toque ou duplo toque, dentre outros.  Componentes não manuais: a expressão facial ou o movimento do corpo, muitas vezes podem definir ou diferenciar significados entre sinais e podem traduzir alegria, tristeza, raiva, amor, encantamento, etc., dando mais sentido a LIBRAS e, em alguns casos, determinando o significado de um sinal.

 No sistema de transcrição da LIBRAS, os sinais gráficos em LIBRAS são representados na Língua Portuguesa em letra maiúscula. Ex.: CASA, INSTRUTOR. A datilologia (alfabeto manual) usada para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal, é representada pelas palavras separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E. Os verbos são apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO. As frases obedecem à estrutura da LIBRAS, e não à do Português. Ex.: VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?) Os pronomes pessoais são representados pelo sistema de apontação. Apontar em LIBRAS é culturalmente e gramaticalmente aceito. A gíria é utilizada em LIBRAS, porém não pode ser traduzida para o português, pois o sinal a ser utilizado varia de acordo com o contexto em que ocorre.

A estrutura sintática a LIBRAS não pode ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, porque ela tem gramática diferenciada, independente da língua oral.  A ordem dos sinais na construção de um enunciado obedece a regras próprias que refletem a forma de o surdo processar suas ideias, com base em sua percepção visual espacial da realidade.  Constitui exemplo que demonstra a independência sintática: LIBRAS: EU IR CASA. (verbo direcional) – Português: " Eu irei para casa. "“ para” - não se usa em LIBRAS, porque está incorporado ao verbo.

Sobre o uso de pronomes em LIBRAS , os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar têm o mesmo sinal, sendo diferenciados no contexto, os pronomes possessivos não possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa possuída, como acontece em Português, os pronomes interrogativos QUE, QUEM e ONDE se caracterizam, essencialmente, pela expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao pronome.

Um classificador (Cl) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na LIBRAS, os classificadores são formas representadas por configurações de mão que, substituindo o nome que as precedem, podem vir junto de verbos de movimento e de localização para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo.  Os classificadores na LIBRAS são marcadores de concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas.  Ajudam construir sua estrutura sintática, através de recursos corporais que possibilitam relações gramaticais altamente abstratas.  Muitos classificadores são icônicos em seu significado pela semelhança entre a sua forma ou tamanho do objeto a ser referido.  Às vezes o Classificador refere-se ao objeto ou ser como um todo, outras vezes se refere apenas a uma parte ou característica do ser.

Os classificadores obedecem a regras e são representados sempre por configurações de mãos específicas associadas a expressões faciais, corporais e a localização, portanto nada têm em comum com mímicas. Analise as características para identificar o classificador correspondente. É utilizado para descrever a aparência de um objeto, isto é, a forma, o tamanho, a textura ou o desenho de um objeto. Usualmente é produzido com ambas as mãos, para formas simétricas ou assimétricas. Exemplos: - a forma e o desenho de um vaso; - o desenho de papel de parede; - a altura e a largura de uma caixa. Não descreve posição ou movimento. As características são do classificador são CDL - Classificador descritivo.

 Sobre o emprego de adjetivos, artigos, pronomes e numerais na LIBRAS,  não apresentam flexão de gênero, apresentando-se em forma neutra representada pelo símbolo @. (Ex.: AMIG@).  Adjetivos são sinais que se apresentam na forma neutra, não havendo, portanto, nem marca para gênero (masculino e feminino) e nem para número (singular e plural).  Geralmente, aparecem na frase após o substantivo que qualificam.  A LIBRAS apresenta diferentes formas de sinalizar os numerais, dependendo da situação: os ordinais: do primeiro até o nono têm a mesma forma dos cardinais, mas os ordinais possuem movimento enquanto que os cardinais não possuem.  Os ordinais do 1 º ao 4 º têm movimentos para cima e para baixo e os ordinais do 5 º até o 9 º têm movimentos para os lados sendo que a partir do numeral dez não há mais diferenças.

Alfabeto Manual é a soletração de letras com as mãos.  É aconselhável soletrar devagar, formando as palavras com nitidez e entre as palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo, como se estivesse empurrando a palavra já soletrada para o lado pois normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc., e para os vocábulos não existentes na língua de sinais.

Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, possuem a mesma configuração de mão, com a letra Y.  A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.

Em Libras as horas são sinalizadas de formas diferentes dependendo do que se quer expressar. Para sinalizar as horas do relógio é importante saber que  não se sinaliza as horas com dois algarismos a partir das 13h até às 24h; acrescenta-se o substantivo manhã, tarde, noite e madrugada quando necessário, os números de 1 a 4 são sinalizados como cardinais de quantidade, as horas são sinalizadas como quantidade enquanto os minutos são sinalizados com cardinais como código representativo, para a fração 30 minutos a configuração varia de acordo com região da comunidade surda.

Na construção da identidade surda sempre impera a identidade cultural. As diferentes identidades surdas são bastante complexas e diversificadas. 

Identidades políticas - Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos e assumem um comportamento de pessoas surdas, passando aos outros surdos sua cultura, sua forma de ser diferente.

Identidades surdas híbridas -São os que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doença, acidente ou outras ocorrências os deixaram surdos.

Identidades surdas flutuantes - Demonstram resistência à língua de sinais, à cultura surda visto que isso, para eles, representa estereotipo.

Identidades surdas embaçadas - Não têm condições de usar a língua de sinais, não lhe foi ensinada, nem teve contato com a mesma.

Para produzirmos uma frase em LIBRAS nas formas afirmativa, exclamativa, interrogativa, negativa ou imperativa é necessário estarmos atentos às expressões faciais e corporais a serem realizadas simultaneamente as mesmas. 

Afirmativa: a expressão facial é neutra.

Interrogativa: sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça, inclinando-se para cima.

Exclamativa: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo.


BIBLIOGRAFIA:


Fonte: http://www.euamoensinar.blogspot.com/

Fonte: http://www.feneis.org.br/arquivos/As_Diferentes_Identidades_Surdas.pdf

http://www.surdo.com.br/surdos-brasil.html

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