domingo, 1 de maio de 2016

Estudo da Linguística

  
No âmbito de estudo da linguística, os linguistas descrevem a língua em todos os seus aspectos, sem prescrever regras de correção.
Os linguistas se interessam no que é dito e não no que alguns acham que deveria ser dito.
Os linguistas observam sem preconceitos todas as formas de expressão a fim de compreender a natureza da linguagem.
 Os linguistas não querem saber apenas, por exemplo, como o latim gerou o português, o francês ou o italiano. Seu interesse se concentra em descobrir os mecanismos universais que regem a mudança linguística.


A língua é para Saussure (1975) um sistema de signos, um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo.
A fala é um ato individual, resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua.

A prescrição normativa tradição gramatical que não descreve a língua dos falantes comuns, dos trabalhadores, mas, sim, daquela usada por um grupo pequeno de intelectuais, predominante em obras literárias e textos científicos e elege as regras dessa modalidade como o padrão a ser imposto a todos os membros daquela comunidade lingüística.  

A linguagem humana não funciona de forma a dar primazia à escrita, como infelizmente alguns autores afirmam. Naturalmente muitas práticas sociais do nosso mundo são práticas de letramento, fortemente ligadas à produção escrita. Outras tantas são práticas de oralidade e se vinculam à língua falada. No entanto, não é possível separar a fala da escrita já que ambas podem se inserir em práticas de letramento e oralidade.

O gênero ‘bilhete’, por exemplo, embora pertença à modalidade escrita, se aproxima mais das práticas de: oralidade do que de letramento.
Chomsky (1957) propôs uma verdadeira reformulação quanto ao objeto da linguística. Da mesma forma que Saussure, Chomsky continuou a considerar a língua como objeto específico da linguística.  Entretanto, a criatividade desaprovava o estruturalismo por não levar em conta uma característica essencial da linguagem.
“A relevância dos estudos de Chomsky (1957) residiu justamente em demonstrar que um falante é capaz de produzir orações absolutamente inéditas, da mesma forma que também tem competência  para entender enunciados nunca antes ouvidos.”
As definições de competência linguística e competência comunicativa, é a capacidade que o falante tem de produzir, a partir de um número finito de regras, um número infinito de frases. / A capacidade de usar a língua de acordo com a situação. 

Cada uma das dicotomias propostas por Saussure (1975) refere-se a dois conceitos que devem ser definidos individualmente, de modo que um conceito só faz sentido em relação ao outro. Existem quatro dicotomias em Saussure.

Língua x fala
 Sincronia x diacronia      
Paradigma x sintagma
 Significante x significado


Para Saussure (1975), a linguística deveria restringirse ao estudo da língua, uma vez que essa deveria ser definida como um sistema de signos e de regras. Considerando a linguagem como um fenômeno, Saussure a dividiu em dois aspectos – a língua (= langue ) e o discurso (=parole).
A partir daí, e apesar de reconhecer a interdependência entre o discurso e a língua, privilegiou o estudo da língua, definindo-a, pela primeira vez, como o objeto específico da linguística.


 O estudo do português do Brasil no momento atual.  Estudo sincrônico

A análise das semelhanças e diferenças das línguas de origem latina entre o século XIX e os tempos atuais.  Estudo diacrônico

O levantamento das características da língua tupi no início do século XIX.  Estudo sincrônico

Acerca das características principais do signo linguístico, segundo Ferdinand de Saussure (1975). Uma das características do signo linguístico é o seu arbitrário. Não existe uma razão para que um objeto esteja associado a um conceito. Isso explica o fato de que cada língua usa significantes (som) diferentes para um mesmo significado (conceito). Os componentes que integram um dado signo seguem uma linearidade, ou seja, se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita.

Segundo Saussure (1975), apresentando algo em comum o signo linguístico pode ser associado a outros signos, por, pelo menos três modos: por meio do significado, do significante e por meio de outros signos, em processos morfológicos comuns.
Segundo essa premissa, por meio do significado, pode-se associar, por exemplo, o signo ENSINAMENTO a  aprendizagem. Por meio de seu significante, pode-se associar esse signo a elemento.  E  por meio de outros signos, em processos morfológicos comuns, esse mesmo signo associa-se a ensinar.
 A Estilística oferece várias maneiras para tornar os discursos (falados ou escritos) mais expressivos e elegantes, como, por exemplo: as figuras de linguagem.

O estruturalismo e o gerativismo não incluíram em suas análises a variação linguística a qual engloba a realização da língua e suas diversas manifestações. A Socio- linguística preencheu esse vazio deixado pelo gerativismo que considerou apenas o aspecto interior das línguas e a competência linguística. Essa nova corrente da linguística priorizou os fatores sociais, culturais e psíquicos que interagem na linguagem. Esses fatores são cruciais para o estudo linguístico porque o homem adquire a linguagem dentro de uma comunidade de fala, tendo como objetivos a comunicação com os indivíduos e o impacto sobre os interlocutores.

Nem sempre os vocábulos apresentam apenas um único significado, podendo apresentar uma variedade deles de acordo com o contexto em que são empregados. Observe os exemplos abaixo: Nas frases acima, a expressão ‘soltaram os cachorros’ foi empregada, respectivamente, com sentido:

Os donos soltaram os cachorros para que eles pudessem passear na fazenda.  Denotativo

Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram enganados!  Conotativo


A análise linguística inclui diferentes áreas de investigação, sintaxe, fonologia,pragmática, semântica.
Com a evolução da linguística gerativa no início dos anos 1980, a ideia de competência linguística como um sistema de regras específicas cedeu lugar à hipótese da Gramática Universal – GU. Por GU deve-se entender: o conjunto de propriedades gramaticais comuns compartilhadas por todas as línguas naturais, bem como as diferenças entre elas.

A acepção semântica se distingue do sentido pragmático: a primeira corresponde ao significado literal de um enunciado, como, por exemplo, “ .”, o qual se refere à alta temperatura no aposento em questão; o segundo relaciona-se com o uso em contexto desse enunciado que serve para criar um determinado efeito. Nessa situação os ouvintes do enunciado em pauta poderiam interpretá-lo como um pedido para ligar o ar condicionado.

Um dialeto é uma variedade de uma língua, falada em uma parte de um país ou por pessoas pertencentes a uma dada classe social, a qual é diferente de outras formas dessa língua em algumas palavras, na gramática, e/ou na pronúncia .
A conversação é regida pelo princípio da cooperação que requer que a contribuição dos falantes seja, no momento em que ela ocorre, tal como requeira o objetivo ou a direção aceita da troca verbal em curso. Esse princípio abrange quatro máximas conversacionais propostas por Grice (1975): a da quantidade, a da qualidade, a da pertinência (= relação) e a da maneira como essas contribuições são formuladas.


Diálogo I: A: Estou sem gasolina.
B: Há um posto na esquina.         Pertinência

Diálogo II: A: Sou eu.      Quantidade

B: Estou vendo.  

     

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