sábado, 3 de outubro de 2020

Pedagogia Para Concursos

  Ao longo de anos, a organização do trabalho escolar tem-se dado por meio das disciplinas, cujo enfoque preserva a identidade, a autonomia e os objetivos próprios de cada uma delas. Assentados sobre a base ético-política do projeto escolar, e sobre o princípio da interdisciplinaridade, acredita-se que o currículo, como dimensão especificamente epistemológica e metodológica deste projeto, pode mobilizar intensamente os alunos, assim como os diversos recursos didáticos disponíveis e(ou) construídos coletivamente. Pressupomos, com isto, a possibilidade de se dinamizar o processo ensino-aprendizagem numa perspectiva dialética, em que o conhecimento é compreendido e apreendido como construções histórico-sociais.  A dimensão curricular apontada visa a integrar e articular conhecimentos, em processo permanente de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

Em relação aos objetivos das áreas de conhecimento organizadoras da educação básica, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, a área de Códigos e Linguagens pode ter como referência a construção do sujeito nas relações intersubjetivas e coletivas mediadas pelas linguagens.  Os estudos das Ciências da Natureza e da Matemática devem destacar a educação tecnológica básica e a compreensão do significado da Ciência.  A área de Ciências Humanas e Sociais assenta-se sobre a compreensão do processo histórico de transformação da sociedade e da cultura.

Na organização dos planos de estudo de forma interdisciplinar, sugere-se que o processo pedagógico tenha como base a investigação de problemas de ordem socioeconômica, do ponto de vista histórico, geográfico, sociológico, filosófico e político.

As instâncias centrais dos sistemas de ensino precisam entender que existe um espaço de decisão privativo da escola e do professor em sala de aula que resiste aos controles formais. A legitimidade e a eficácia de qualquer intervenção externa nesse espaço privativo dependem de convencer a todos do seu valor para a ação pedagógica. A proposta pedagógica não existe sem um forte protagonismo do professor e sem que este dela se aproprie. A proposta pedagógica deve expressar um acordo no qual as instâncias centrais serão parceiras facilitadoras do árduo exercício de explicitar, debater e formar consenso sobre objetivos, visando a potencializar recursos.  Os órgãos centrais exercem funções de formulação das diretrizes da política educacional e assessoramento à implementação dessas políticas.

Em relação à autonomia apregoada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), de onde decorrem os respectivos Parâmetros Curriculares Nacionais, a autonomia depende de qualificação permanente dos que trabalham na escola, em especial dos professores.

De acordo com a LDB, a etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidade a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

O significado de educação geral no nível médio, segundo o espírito da LDB, nada tem a ver com o ensino enciclopedista.

A Pedagogia Libertadora insistia na idéia de que todo ato educativo é um ato político e que o educador “humanista revolucionário”, “ombreado com os oprimidos”, deveria colocar sua ação político-pedagógica a serviço da transformação da sociedade e da criação do “homem novo”.

Educação bancária foi a designação dada pela Pedagogia Libertadora à educação convencional ,onde o  professor deixa clara a diferença entre a autoridade do conhecimento e a sua própria autoridade contrariando os princípios norteadores da educação bancária, a pedagogia Libertadora guarda em suas formulações teóricas o pensamento social cristão, fundamentado na atualização de doutrinas da Igreja Católica, onde os passos que sintetizam o processo pedagógico da Pedagogia Libertadora é a pesquisa.

A importância política da educação reside na sua função de socialização do conhecimento. É realizando-se na especificidade que lhe é própria que a educação cumpre sua função política. Daí ter eu afirmado que, ao se dissolver a especificidade da contribuição pedagógica, anula-se, em conseqüência , a sua importância política, considerado o desenvolvimento histórico das concepções pedagógicas no Brasil ,a política é uma relação de dominação alicerçada na dissuasão.

As relações entre educação e política dão-se na forma de autonomia relativa e dependência recíproca.

O ritual pedagógico é o funcionamento da formação pedagógica e possui uma hierarquização semelhante à existente em instituições globais. Ela abrange, além do pessoal, a organização burocrática, os programas, os controles e as provas.

 A organização burocrática da escola submete a atividade docente a normas de conformidade, calendários, horários e carga horária.

O ritual pedagógico no qual o saber é imposto aos alunos configura-se, na visão de Paulo Freire, em caminho de domesticação e manifesta as estruturas mais amplas que o condicionam e o geram.

Uma teoria de aprendizagem é uma construção humana para interpretar sistematicamente a área de conhecimento que chamamos aprendizagem. Representa o ponto de vista de um autor/pesquisador sobre como interpretar o tema aprendizagem, quais as variáveis independentes, dependentes e intervenientes.  A teoria de Piaget é uma teoria do desenvolvimento cognitivo, na qual a aprendizagem não é um conceito central.

Na perspectiva da teoria behaviorista,  Skinner ignora as variáveis intervenientes e concentra-se no controle e na predição das relações entre estímulos e respostas.

No processo ensino-aprendizagem na visão rogeriana o professor se limita a facilitar a comunicação do estudante consigo mesmo, a fim de que ele mesmo estruture seu comportamento experiencial.  O ensino consiste em um produto de personalidades únicas, respondendo a situações únicas, no contexto de um tipo especial de relação professor-aluno, as qualidades do professor podem ser sintetizadas em autenticidade, compreensão empática e aceitação e confiança em relação ao aluno.



Referências Bibliográficas:

Marco Antônio Moreira. Teorias de aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999

Carlos R. J. Cury. Educação e contradição: elementos metodológicos para uma teoria crítica do fenômeno educativo. 7.ª ed. São Paulo: Cortez, 2000 (com adaptações).

Demerval Saviani. Escola e democracia: teoria da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação política. 34.ª ed. C a m p i n a s , S P : A u t o r e s A s s o c i a d o s , 2 0 0 1 .

Paulo Ghiraldelli Júnior. História da educação. São Paulo: Cortez, 1990 .

Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

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