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A pedagogia ocupa-se das tarefas da formação humana em contextos espaciais e temporais e deixam de levar em consideração o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais.
A reflexão sobre os pressupostos filosóficos, políticos e sociais da educação deveria ser a contribuição principal para possibilitar ao indivíduo tomar consciência dos problemas de nossa época e, assim, assumir um compromisso diante dos mesmos.
O meio socioeconômico e cultural contribui fundamentalmente para o fracasso escolar e para o desenvolvimento global do ser humano pois nascem crianças dotadas para estudar, nascem crianças dotadas para trabalhos manuais (...). Trinta anos após o nascimento, muitos trabalham com as mãos apenas, outros cuidam do lar, alguns ascendem a postos de comando... Suas vidas são diferentes, suas maneiras de viver são mais diferentes ainda, então são inevitáveis as disparidades.
A prática educativa deve ter como ponto de partida as expectativas, as experiências e conhecimentos trazidos pelos sujeitos em seu processo de aprendizagem para conhecer, na dimensão humana que não é o ato através do qual um sujeito transformado em objeto recebe, dócil e passivamente, os conteúdos que o outro lhe dá ou impõe. O conhecimento, pelo contrário, exige uma presença curiosa do sujeito face ao mundo.
A lógica utilizada por um estudante para processar determinado conhecimento, nem sempre é igual ao de outro, assim como, possivelmente, eles obtiveram acesso a um tanto de conhecimentos diferentes entre eles, por isso utilizar um único material pedagógico e/ou livro didático nem sempre garante a aprendizagem dos estudantes. Isto porque a construção do conhecimento não pode ser vista como um processo linear, pois cada estudante tem sua história e suas experiências.
Segundo Vygotsky, para compreender adequadamente o desenvolvimento humano devemos considerar não apenas o nível de desenvolvimento real, mas também seu nível de desenvolvimento potencial. Normalmente, quando nos referimos ao desenvolvimento de uma pessoa, o que buscamos compreender é até onde ela já chegou, em termos de um percurso que, supomos, será percorrido por ela. Assim, a definição de objetivos deve ocorrer para uma determinada realidade escolar, respeitada a sua história, os valores sociais e culturais da comunidade onde está inserida, assim como as possibilidades e limites de cada cenário educativo pois metas e objetivos não delineiam pontos de chegada absolutos, mas pontos de passagem, rumos para continuidade do processo de aprendizagem.
Problematização busca estabelecer a contradição, o desequilíbrio, o conflito cognitivo, gerar a reflexão. Pesquisa a origem dos conceitos para localizar o problema então colocado (...) O questionamento que o aluno faz é justamente aquele capaz de provocar o interesse para o avanço do conhecimento. Na prática educativa, o ensino pela pesquisa permite o desenvolvimento de uma metodologia que leva o estudante à aprendizagem reflexiva e à vinculação constante entre teoria e prática na prática educativa, o ensino pela pesquisa permite pois só se aprende ciência, praticando a ciência; só se pratica a ciência, praticando a pesquisa e só se pratica a pesquisa, trabalhando o conhecimento a partir das fontes apropriadas a cada tipo de objeto, à coleta de dados na pesquisa documental, as principais técnicas utilizadas são: a entrevista coletiva nos locais de moradia ou de trabalho e a entrevista individual aplicada de modo aprofundado (...). Ao lado dessas técnicas, também são utilizados questionários (...). Diversas técnicas documentais permitem resgatar e analisar os conteúdos de arquivos ou jornais. Nessas pesquisas, as ações investigativas envolvem, fundamentalmente produção e circulação de informação, elucidação e tomada de decisões. O plano de aula deve prever sempre a existência de pensamentos divergentes dos ensinados pelo educador.
Na elaboração de um projeto sócio educacional é preciso fundamentalmente estabelecer o tema e/ou assunto a ser desenvolvido, definir os objetivos, determinar o público alvo, definir uma metodologia de trabalho. Em um planejamento participativo é preciso tomar alguns cuidados como não marginalizar nenhum membro do grupo.
Inclusão pode representar exclusão sempre que a avaliação for para classificar e não para promover. A exclusão é promovida quando as decisões levarem em conta parâmetros comparativos, e não as condições próprias de cada estudante e o princípio de favorecer-lhe oportunidade máxima de aprendizagem e de inserção na sociedade.
A Avaliação deve ser diagnóstica porque visa ajudar a localizar os problemas de aprendizagem.
Nos modelos tradicionais de currículo, o conhecimento existente é tomado como dado, como inquestionável (...). Como consequência, os modelos técnicos de currículo limitam-se à questão do “como” organizar o currículo. No entanto, na perspectiva de teóricos críticos, como Michael Apple, é importante que o educador faça alguns questionamentos ao elaborar uma proposta curricular, como por exemplo: Por que esses conhecimentos e não outros? Por que esse conhecimento é considerado importante e não outros? Quais interesses guiaram a seleção desse conhecimento particular? Devemos incorporar e/ou problematizar conhecimentos das classes menos favorecidas, mesmo sendo estes conhecimentos do senso comum?
“As pessoas de baixa renda não aprendem porque são fracas das ideias”. “A cultura das pessoas de baixa renda é pobre”. “Esta aluna não aprende porque é fraca da cabeça”. Nas teorias críticas do currículo, as afirmações preconceituosas acima são exemplos de como a escola funciona como mecanismo de exclusão, pois o currículo da maioria das escolas está baseado na cultura dominante, enquanto a cultura das classes dominadas têm sua cultura desvalorizada.
Nas teorias críticas curriculares, como nas análises de Henry Giroux, acredita-se que é possível desenvolver uma pedagogia e um currículo que seja crítico das crenças e dos arranjos sociais dominantes. Para esses teóricos, o currículo deve ser compreendido como espaço de emancipação e libertação.
Na formação do educador, é preciso que este exercite um diálogo verdadeiro, que significa saber ouvir o outro, procurar entendê-lo: é necessário ter sensibilidade para descobrir o código do outro antes de imediatamente catalogá-lo dentro de nossas categorias e, assim, rotulá-los e/ou julgá-los.
Temos vivenciado ao longo da história, em diferentes organizações sociais, guardadas suas especificidades culturais, um descompasso de direitos das mulheres em relação aos dos homens. Grande parte da nossa história foi contada pelos homens; a vida pública, o trabalho e as relações comerciais sempre foram vistos como o espaço masculino e às mulheres sobrou o espaço privado: administrar o lar e cuidar da família. Contrariamente, valorizar as diversas questões de identidade no fazer educativo significa ver o sujeito como um ser integral nas suas múltiplas dimensões, respeitando as singularidades de gênero, etnia, cultura e valores.
Foi apenas depois da “Declaração Universal dos Direitos das Crianças” (1959) e, no Brasil, com a promulgação da Lei no 8.069/1990 (ECA) que a criança obteve o reconhecimento de ser considerada sujeito de direitos.
Os negros apresentam o maior índice de analfabetismo no Brasil e o mais baixo índice de acesso à universidade. São também os trabalhadores que lideram os índices de desemprego e de trabalhos precários. Estes dados apontam, dentre outras questões, para um comportamento discriminatório da sociedade brasileira que impede a inserção social dos negros nos postos mais altos da hierarquia social.
Abandonar crianças é um fenômeno de todos os tempos, pelo menos no Ocidente. Variam apenas, no tempo, as motivações, as causas, as intensidades, as atitudes em face do fato amplamente praticado e aceito por muitos. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência (...) punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida (...) à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei.
A Constituição Federal brasileira, ao tratar dos Direitos Fundamentais, preceitua que ninguém será privado de liberdade ou de seus bens, sem o devido processo legal. Da mesma forma, esta questão se encontra presente no ECA, nos artigos que tratam das garantias processuais do adolescente como o direito de proteção por meio do Conselho Tutelar e Conselho de Direitos durante a fase final de um processo.
E direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Em relação à juventude, é preciso considerar que este momento é rico em manifestações de sociabilidade, sendo as dimensões expressivas muito mais fortes do que as orientações de caráter instrumental (...). Não ocorre por acaso, o fato de que o mundo da produção cultural e das artes, em especial, a música, a poesia, o teatro e a dança, ocupam grande parte do universo de interesse juvenil. Por isso, os educadores precisam se perguntar qual o tipo de experiência cultural que a escola oferece no âmbito da sociabilidade juvenil.
A Lei de Diretrizes e Bases (Lei no 9.394/96) prevê que os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), considera ações os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
O Estatuto do Idoso (Lei no 10.741/2003) dispõe que a integração do idoso na vida moderna é garantida pelo acesso a cursos especiais que incluem conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos.
A sociedade brasileira vive um momento de rápidas transformações econômicas e tecnológicas, ao mesmo tempo em que os avanços na cultura e na educação transcorrem de forma bastante lenta (...) A participação política de todos na definição de rumos que serão assumidos pela nação e que se expressa não apenas na escolha de representantes políticos e governantes, mas também na participação em movimentos sociais, no envolvimento com temas e questões da nação e em todos os níveis da vida cotidiana, é prática pouco desenvolvida entre nós... Constam do documento Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs e dizem respeito à educação e cidadania.
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