terça-feira, 29 de março de 2016

Sociologia e Filosofia da Educação- EAD

            Sociologia e Filosofia da Educação- EAD

 A Sociologia discute a natureza dos fatos sociais buscando refletir como eles se explicam, pois os fenômenos sociais não são considerados casuais ou aleatórios, mas como portadores de regularidades e previsão, podendo se constituir como objetos de estudos científicos, em que comportam generalizações, teorias e princípios. As influências do pensamento de Marx e Weber e as discussões propostas por Bourdieu contribuíram, sistematicamente, para a ampliação de uma leitura crítica acerca do papel da educação na sociedade.
“A sociologia tem uma importante contribuição a dar no entendimento da organização da educação. A análise da educação ou do modo de ser desta, de acordo com os parâmetros do conhecimento sociológico, envolve questionamentos amplos a respeito de concepções sobre a natureza humana e a natureza da sociedade e das formas de justificação e legitimação de ações e política educacionais, o que inclui discutir o direito universal à educação e aos benefícios da produção cultural, assim como os mecanismos de transmissão e assimilação de conhecimentos e os diferentes processos de socialização. Durkheim, Marx e Weber, pensadores nascidos na Europa do séc. XIX – o centro das decisões e do dinamismo político. (...) Estudiosos profundamente inseridos na vida social e política de seu tempo e preocupados com o entendimento da vida social e das relações indivíduo e sociedade. Cada um a seu modo e de acordo com suas concepções e projetos de sociedade construíram teorias explicativas que, no conjunto, se apoiaram em estudos históricos e análises culturais” (p. 07-08). TURA, Mª de Lourdes (org). Sociologia para Educadores. Rio de Janeiro: Quartet, 2004.
As influências do pensamento de Marx e Weber e as discussões propostas por Bourdieu contribuíram, sistematicamente, para a ampliação de uma leitura crítica acerca do papel da educação na sociedade. Diante disso, podemos afirmar que: Pierre Bourdieu formulou o conceito de capital cultural, como esquema explicativo, para dar conta da desigualdade de desempenho escolar de crianças oriundas de diferentes classes sociais, procurando relacionar o “sucesso escolar” com a distribuição desse capital específico entre as classes ou frações de classe.  Para Bourdieu, a escola tem um papel ativo no processo social de reprodução das desigualdades sociais,ao dissimular as bases sociais e convertê-las em diferenças acadêmicas e cognitivas,relacionadas aos méritos e dons individuais.  Através de processos de inculcação e legitimação de determinados tipos de conduta e de certos bens culturais, Weber, em sua obra, demonstra como se estabelece o processo de manutenção e de reprodução de modelos reinantes na estrutura social.  Para Marx, o homem é um sujeito ativo e criativo, que existe se modificando, se superando, e só podemos nos aproximar dele através do que ele faz. O trabalho é a forma inicial – e persistente – da capacidade de os homens agirem como homens.   Marx não escreveu especificamente sobre educação, extraiu as conseqüências da sua concepção do homem e da sua concepção da história para os socialistas enfrentarem os problemas da área da educação. Algumas conclusões, entretanto, nos parecem claras a respeito dos desdobramentos das suas idéias nas batalhas travadas pelos educadores socialistas.   Para Bourdieu, o conceito de habitus se constitui num sistema de disposições duráveis e transponíveis que, integrando todas as experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de apreciações e de ações. Além disso, torna possível a realização de tarefas infinitamente diferenciadas, graças às transferências analógicas de esquemas.
Segundo Luckesi (1994), a Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, sobre o educador e para onde esses elementos podem caminhar. As tendências filosófico-políticas servem para que possamos compreender o papel da educação. São filosóficas, por nos indicar o seu sentido; e políticas, por constituir o direcionamento e a intenção da ação pedagógica.  Tendência Reprodutora pode ser denominada de “crítica” tanto na medida em que não cede ao ilusório otimismo quanto na medida em que interpreta a educação dimensionada dentro dos determinantes sociais, com possibilidades de agir estrategicamente.
A Filosofia da Educação apresenta três tendências filosófico-políticas que influenciam acerca do valor e do sentido da educação na e para a sociedade. Essas correntes são denominadas de redentora, reprodutora e transformadora.
Filosofia e educação são áreas que apresentam correlações em todas as sociedades, vinculadas no tempo e no espaço. Partindo dessa premissa, é correto afirmar que a Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre as concepções que fundamentam a função da escola, do ensino e da docência. A filosofia da educação desempenha papel relevante na formação do docente no sentido de fundamentar a sua práxis, contribuindo para que ele possa refletir criticamente sobre as diversas formas de pensar a realidade educacional. Nesse sentido, a filosofia da educação possibilita ao professor:  acompanhar reflexiva e criticamente a atividade educacional para explicitar os seus fundamentos.  Refletir sobre escolhas, objetivos e finalidades educativas, tornando a ação pedagógica mais coerente com o fim que se deseja atingir.  Fundamentar teoricamente a sua prática, no preparo técnico e na fundamentação filosófica de sua atividade.
Na tradição filosófica, além das análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas, a filosofia apresenta função interdisciplinar na busca de integrar o conhecimento. Na filosofia, a análise axiológica da educação contribui significativamente para pensarmos o homem como sujeito reflexivo, que age intencionalmente em função de finalidades a atingir. A axiologia preocupa-se em  versar sobre os valores e sua natureza, supondo a intersubjetividade dos indivíduos nas suas ações sócio-históricas e dialéticas .

 Criador da sociologia da educação, autor de uma teoria que se opõe vivamente ao idealismo, corrente segundo a qual a sociedade é formada pelo ‘espírito’ ou ‘consciência’ humana, Durkheim acreditava que a educação exerce um papel fundamental na construção social do humano, ao permitir que os indivíduos assimilem uma série de normas e princípios elaborados coletivamente para orientar sua conduta. Nesse sentido, postulava que  o homem é um produto da sociedade.  

De acordo com a Sociologia Funcionalista de Émile Durkeim, importante sociólogo francês, (1858-1917),os laços que unem os membros de uma sociedade entre si são denominados de solidariedade,que pode ser orgânica ou mecânica.  E considerava os fatos sociais como ‘’coisas’’, o que significa que a sociedade não é uma abstração, ela tem uma existência objetiva e exterior aos indivíduos, moldando-os através do processo de socialização e da educação formal.  A construção do ser social é feita pela educação, por meio da assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios que balizam a conduta desse indivíduo em um grupo, sendo o homem, nessa perspectiva, um produto da sociedade. Segundo Durkeim,são três as características que distinguem os fatos sociais como: coerção,exterioridade e generalidade.
Do latim coercĭo, coerção é uma pressão que se exerce sobre uma pessoa para forçar/obrigar a uma conduta ou uma mudança na sua vontade. A coerção, por conseguinte, está associada à repressão, à restrição ou à inibição.

 Exterioridade – quando o indivíduo nasce, a sociedade já está organizada, com suas leis, seus padrões, seu sistema financeiro, etc.; cabe ao indivíduo aprender, por intermédio da educação, por exemplo.
Generalidade – os fatos sociais são coletivos, ou seja, eles não existem para um único indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade. 
O estado é o órgão vital, funciona como o cérebro da sociedade e, desse modo, sua tarefa é zelar pela moral social, a partir de interesses coletivos e não por meio de interesses individuais.
O Estado deve conduzir, supervisionar e orientar a Educação,de modo que o ato de educar esteja livre de paixões individuais, pois são os valores morais da sociedade e não as vontades pessoais que devem definir o sistema de ensino.
Para Durkheim, os fins da educação variam com os estados sociais, com as diversas espécies da sociedade, com os diferentes tempos e situações históricas. É a coletividade que impõe os fins da ação educativa.  A constituição do ser social, que se contrapõe a ideia de um desenvolvimento espontâneo e de uma natureza universal e imutável, realiza-se através do processo de socialização. Por esse processo de aprendizagem social se dá a interiorização do conjunto de maneiras de ser, sentir, pensar e agir, próprios do meio social em que vive.  De acordo com a visão durkeimiana, uma concepção de homem é construída progressivamente, de acordo com as lentas transformações que se dão no interior das organizações sociais. Há uma correspondência entre o ideal de homem e as necessidades sociais de um tempo e lugar.
Segundo Émile Durkheim, a educação constitui elemento integrador da sociedade, sendo pais e professores agentes sociais responsáveis pela inculcação de valores sociais nos educandos.

A Reflexão Filosófica e suas características, conforme propostas por Saviane preza que por modos investigativos, por exemplo,frente ao tecido social,a Reflexão Filosófica é radical,rigorosa e de conjunto.
No que se refere as propostas educacionais anarquista,intelectualista e ao pragmatismo na Filosofia da Educação,o pragmatismo,no âmbito educacional,defende que a escola deve ser transformada em uma comunidade de investigação científica,pois no  espaço escolar a aprendizagem deve apresentar problemas aos alunos e estimulá-los a buscarem soluções e dentre as críticas aplicadas a proposta educacional intelectualista,consta a perspectiva da Escola Nova para a qual o professor deve ser considerado um facilitador da aprendizagem e o aluno é visto como cenntro do processo do ensino-aprendizagem.
O conceito que define o anarquismo é a autogestão, que significa que toda e qualquer imposição de autoridade deve ser abolida. A autogestão é contrária a concepção de heterogestão,que é uma característica de toda sociedade que desenvolve regras e leis por meio de um núcleo de poder e cabe aos outros acatarem sua decisão.
De acordo com a vertente teórica elaborada por Louis Althusser,o Estado é composto por dois tipos de aparelhos que difundem e impõem a ideologia da cultura capitalista: o Aparelho Repressivo do Estado e os Aparelhos Ideológicos de Estado. Nesse sentido, dentre os aparelhos ideológicos de Estado, a escola ocupa um papel de grande destaque porque a escola pode ensinar a ideologia da submissão e possibilita,assim,a exploração dos trabalhadores. Louis Althusser, herdeiro intelectual de Karl Marx, elaborou crítica radical aos sistemas de ensino, denunciando o seu caráter de classe e de aparelho ideológico do Estado.
‘’A proposta da filosofia da educação de Rousseau propõe o entendimento de que a criança não deve ser tratada como um adulto em miniatura, que a educação não deve adaptar e adestrar a criança. Nesse sentido, alerta para a importância da compreensão da especificidade da criança. A criança deve aprender a conviver com seus desejos e entender os seus limites e, então, deverá se tornar um adulto dono de si mesmo’. (ARANHA,2006, p.210).
O desenvolvimento e o processo de aprendizagem estão ligados ao meio social em que a criança vive e tem acesso aos materiais culturais. E é na escola que ela que ela vivenciará trocas de experiências e aprendizagem ricas em afetividade e descobertas.  Embora as fases de desenvolvimento já tivessem sido apontadas por outros pensadores, foi Rousseau quem mostrou a importância delas na educação. A primeira fase, até os cinco anos, era uma fase animal, com o aparecimento do primeiro sentimento de si mesmo. Aos doze anos o indivíduo torna-se consciente de si mesmo, é o momento da vida em que o racional desperta, sendo um ser isolado, a criança não desfruta ainda da vida moral. E na fase seguinte, da puberdade, o sexo é visto por Rousseau como o fator mais importante da vida do indivíduo. Com o surgimento dos mais altos sentimentos, a vida moral evolui naturalmente.
            Se cada fase da vida tem a sua existência própria, a educação inicial não mais poderia ser considerada uma preparação à vida. Ele lembrou às mães a importância da amamentação, e disse que não se deveria moldar o espírito das crianças de acordo com um modelo estabelecido.
            Rousseau propôs a criança, primeiro o brinquedo e esportes. Na agricultura, a criança aprende a usar a pá e os instrumentos de outros ofícios. Através destas atividades, a criança estaria medindo, contando, pensando e comparando. Além destas tarefas, a linguagem, o canto, a aritmética e a geometria seriam desenvolvidos com atividades relacionadas com a vida.
O ser humano deve formar sua personalidade de forma a ser um homem natural que se satisfaz, tendo assim opinião própria e buscando se conhecer cada vez mais e não satisfazer apenas as outras pessoas. Pois o período que constitui a adolescência é um estado turbulento de mudanças.
Em uma perspectiva transformadora, compreende-se a educação como parte da sociedade, com seus condicionantes,determinantes e seus projetos,que podem ser conservadores ou não,mas com a possibilidade de trabalhar pela democratização dessa sociedade.
Para Rubem Alves, o melhor professor é o “professor de espanto”. É aquele que instiga o aluno a pensar e a buscar conhecimento, não de uma forma autoritária, mas de uma forma encantatória. O professor não dá respostas, que já estão nos livros e na internet, mas instiga a curiosidade. Faz com que a criança e o adolescente não percam o espanto com o mundo. “É o professor que não sabe nada”, diz Rubem Alves em um documentário, “ele não precisa saber nada, ele não precisa saber as respostas, mas ele fica espantado. A missão do professor seria pegar os alunos e mostrar os espantos para eles. Por exemplo: o espanto da mosca azul, o espanto dos caramujos, fazer as crianças pensarem. Ou quem sabe não professor de espanto, cada professor devia ser um professor de espantos, antes de serem professores que dão as respostas.”
Conforme Morin, sobre o conhecimento na educação do futuro,o conhecimento pertinente deve reconhecer o caráter multidimensional do ser humano e da sociedade.
Edgar Morin, em 1999 e nele, o filósofo tece reflexões acerca da educação do século XXI, mostrando que é necessário repensar as práticas pedagógicas contemporâneas.

1º Saber - Conhecimento

O primeiro dos sete saberes diz respeito ao Conhecimento. Ao obter conhecimento através do ensino, estamos obtendo saberes, no entanto, há nesse contexto erro e ilusão os quais são associações do ensino que transcorre das crenças passadas. Em assim sendo, o conhecimento é conseqüência de uma reconstrução formado de palavras e idéias, ou seja, linguagem e pensamento, correndo então risco de erro. Esse erro advém porque cada indivíduo na construção de uma linha de pensamento tem sua interpretação da realidade diferente dos demais. Acrescentem-se aí as diferenças culturais, sociais e de origem que por si só são fatores que desencadeiam modos divergentes de pensar a mesma situação. O prisma daí originado, também leva ao erro e à ilusão porque cada povo estará de posse da “razão e da verdade” vendo-a unicamente de acordo com a sua cultura e origem.

2º Saber - O conhecimento pertinente

Este saber aborda o ensino multidisciplinar. O conhecimento fragmentado, disciplinar não fornece o conhecimento do todo, da realidade total. As conexões existentes entre as disciplinas, inserida em determinado contexto, leva ao conhecimento amplo. Essa capacidade de contextualizar dados e conhecimentos devem ser estimuladas no ensino, tendo a ótica global e multidimensional, passando pela complexidade, ou seja ligar a unidade à multiplicidade.

3º Saber - Identidade humana

Como indivíduos pertencentes a uma sociedade e de mesma espécie – a espécie humana – movidos pela cultura, pois dentro dela nascemos, mantemos uma relação indivíduo-sociedade-espécie gerando uma trindade humana. O ensino do futuro deve contemplar essa interação, mostrando que o homem sendo unidade faz parte da diversidade e da multiplicidade. O ensino da literatura e da poesia aborda essa complexidade humana, promovendo também conhecimentos além das ciências sociais, fazendo-nos refletir e compreender a complexidade humana.
4º Saber – Compreensão humana
A palavra compreender – vinda do latim compreendere – significa colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, diversos meios para compreender um assunto. Todavia, a compreensão humana vai além: insere também a empatia e a identificação. Com este entendimento, podemos sair da zona egoística e transformar a sociedade individualista, compreendendo não só a nós mesmos como também aos outros.

5º Saber – A Incerteza

 Ensinar o princípio da incerteza significa ensinar a ter a consciência do surgimento do inesperado. Trabalhar com a idéia de que não existe determinismo no progresso; que previsões podem ou não concretizarem-se; que a coragem é um valor que conta para o enfrentamento da realidade. Enfim, Morin afirma: “É necessário tomar consciência de que as futuras decisões devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer estratégias que possam ser corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e das informações que se tem.”

6º Saber – A Condição Planetária

Este sexto saber implica na consciência planetária. Ameaças letais se expandem no planeta e compreender que todos os elementos do problema estão interligados uns nos outros favorece à solução. A humanidade vive numa macro comunidade de destino comum e aquilo que ameaça a sobrevivência de um ser no Oriente, tem implicações no indivíduo do Ocidente. Todos e tudo está interligado.

7º Saber – Antropo-ética

Este último aspecto trata da moral e ética humana. Voltando a abordar a trindade indivíduo-sociedade-espécie, podemos ver que os problemas morais e éticos “diferem a depender da cultura e da natureza humana.” Então, orientar o indivíduo a exercer sua responsabilidade social, desenvolvendo sua capacidade cidadã fomentando um trabalho de consciência responsável diante do micro e do macro.

Os Sete Saberes não pretendem destruir disciplinas, porém integrá-las para desenvolver a visão global, a visão do todo “e hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se desenvolver uma ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos e começar, talvez, a civilizar a terra.”


Na sociedade contemporânea, a inserção da escola no contexto da modernidade implica, entre outros desafios, o exercício habitual da democracia como prática, o desenvolvimento de conteúdos relacionados à realidade cotidiana dos alunos e o envolvimento da comunidade em suas atividades.

Bons Estudos!
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