Para Solé a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto e nele tenta-se satisfazer os objetivos que guiam a leitura. Assim, essa prática envolve a presença de um leitor atento.
Conforme ressalta Solé (1998) a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto; nesse processo tenta-se obter uma informação pertinente para os objetivos que guiam sua leitura. Nessa afirmação podemos fazer várias inferências, primeiramente expomos o envolvimento de um leitor ativo que incorpora e examina o texto, também nos sugere que o leitor deve ter um objetivo para a leitura, ou seja, na leitura sempre se pretende alcançar uma finalidade.
Entende- se que o leque de objetivos e finalidades é amplo e variado e por meio dele o leitor consegue se situar perante o texto, de maneira bastante ampla e variada. É possível devanear, preencher um momento de lazer e desfrutar, procurar uma informação concreta, seguir uma pauta ou instrução para realizar uma atividade, informar-se sobre um determinado fato, etc. Enfim são inúmeras as finalidades da leitura. Vendo por outro lado, podemos perceber que a citação acima nos dá a informação que o entendimento do leitor se dá de acordo com o objetivo da leitura.
É possível que dois leitores com finalidades diferentes leiam o mesmo conteúdo e tirem informações diferentes. Dessa forma entende-se que o leitor constrói o significado do texto. Visto sobre esse ângulo o texto não é para o leitor, uma mera tradução ou cópia fiel do significado que o autor quis lhe dar, mais uma construção que envolve o texto e o conhecimento prévio do leitor.
Sobre este aspecto, Solé (1998) ressalta que o problema do ensino da leitura na escola não se restringe na condição do método, mas na própria forma como se conceitua a leitura bem como a maneira como os professores veem ou avaliam esse processo. Além de ressaltar a importância da posição que esta ocupa no projeto curricular da escola, e os meios que se utilizam para favorecê-la de forma natural.
Deve-se ainda levar em consideração a importância de saber selecionar as propostas metodológicas adequadas que são adotadas para ensiná-la. Para contribuir com o entendimento de leitura, podemos defini-la como sendo um processo interlocutivo que acontece entre o leitor o texto e o autor. O aluno leitor não deve ser passivo, mas sim ativo, um agente que busca significações. É nesse processo que o professor deve ser um interlocutor presente, capaz de responder as perguntas levantadas durante o procedimento da leitura.
Já na abordagem de Isabel Solé (1998), as estratégias de leitura são instrumentos necessários para o desenvolvimento de uma leitura proficiente. Seu emprego no ensino de leitura admite que o aluno compreenda e interprete de forma independente os textos lidos, permitindo a formação de um leitor independente, crítico e reflexivo.
Os professores utilizam as estratégias de leitura para que o leitor consiga inconscientemente processar o que leu. Ainda segundo Solé (1998), uma importante característica das estratégias é o fato de que não particularizam nem prescrevem totalmente o trajeto de uma ação. A mesma autora indica que em suas exposições as estratégias são suposições inteligentes, muitas vezes ousadas, sobre o caminho mais acertado que devemos seguir. As estratégias são ferramentas que devem ser usadas pelo professor que irá mediar o ensino de leitura para seus alunos.
SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. 6 a . ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998
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