As tendências pedagógicas são concebidas ao longo dos tempos por diversos teóricos [...] Têm base nas visões de pensadores, estudiosos da educação em cada respectivo contexto histórico de sociedade de inserção [...] Foram se modelando a partir das necessidades de ensino observadas no âmbito social. Desse modo, o conhecimento dessas correntes pedagógicas por parte dos professores, principalmente as mais recentes, torna-se de extrema relevância, visto que: Possibilitam ao educador um aprofundamento maior sobre os pressupostos e variáveis do processo de ensino-aprendizagem , Trazem possibilidades de contribuir para a produção de uma prática docente estruturada, significativa, esclarecedora e, principalmente, interessante para os educandos, As tendências pedagógicas funcionam como norteadoras à prática pedagógica e conhecê-las, ainda que seja para negá-las de forma crítica e consciente, ou, quem sabe, para utilizar os pontos positivos observados em cada uma delas para construir uma base pedagógica própria, mas com coerência e propriedade.
As tendências pedagógicas são divididas em liberais e progressistas. A pedagogia liberal acredita nas aptidões individuais. Dessa forma,o indivíduo deve adaptar-se aos valores e normas da sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura individual. Com isso as diferenças entre as classes sociais não são consideradas,já que,a escola não leva em consideração as desigualdades sociais. Existem quatro tendências pedagógicas liberais:
Tradicional: tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da capacidade cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que apenas o professor tem razão. Sua metodologia é baseada na memorização, o que contribui para uma aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.
Renovada:a educação escolar assume o propósito de levar o aluno a aprender e construir conhecimento, considerando as fases do seu desenvolvimento. Os conteúdos escolares passam a adequar-se aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua proposta metodológica tem como característica os experimentos e as pesquisas. O professor deixa de ser um mero expositor e assume o papel de elaborar situações desafiadoras da aprendizagem. A aprendizagem é construida através de planejamentos e testes. O professor passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.
Renovada não-diretiva:há uma maior preocupação com o desenvolvimento da personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo ao encontro dos interesses e motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender torna-se um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser marcada pela afetividade.
Tecnicista:enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo ao modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdos que ganham destaque são os objetivos e neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto o aluno recebe as informações. O educador tem uma relação profissional e interpessoal com o aluno.
Já as tendências pedagógicas progressistas analisam de forma crítica as realidades sociais,cuja educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social,explicando o papel do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume um caráter pedagógico e político ao mesmo tempo.
É dividida em três tendências:
Libertadora:o papel da educação é conscientizar para transformar a realidade e os conteúdos são extraídos da pratica social e cotidiana dos alunos. Os conteúdos pré-selecionados são vistos como uma invasão cultural. A metodologia é caracterizada pela problematizarão da experiência social em grupos de discussão. A relação do professor com o aluno é tida como horizontal em que ambos passam a fazer parte do ato de educar.
Libertaria:a escola propicia praticas democráticas, pois acredita que a consciência política resulta em conquistas sócias. Os conteúdos dão ênfase nas lutas sociais, cuja metodologia é está relacionada com a vivência grupal. O professor torna-se um orientador do grupo sem impor suas idéias e convicções.
Crítico-social dos conteúdos: a escola tem a tarefa de garantir a apropriação critica do conhecimento cientifico e universal, tornando-se uma arma de luta importante. A classe trabalhadora deve apropriar-se do saber. Adota o método dialético, esse que é visto como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com sua visão da realidade.
Apareceu no Brasil nos fins dos anos de 1970 e destaca a necessidade de focar os conteúdos no seu confronto com as realidades sociais.
As tendências pedagógicas brasileiras foram muito influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, pois foram levadas à luz graças aos movimentos sociais e filosóficos. Essas formaram a prática pedagógica do país. Pesquisadores do campo educacional apresentam reflexões a respeito das tendências pedagógicas.
Em relação às Tendências Pedagógicas que refletem o ecletismo em que se baseia o ensino atual vemos que na Pedagogia Liberal Tradicional, os conteúdos são conhecimento e valores sociais, acumulados através dos tempos e repassados aos alunos como verdades absolutas. Para a Pedagogia Tecnicista, a aprendizagem é baseada no desempenho do aluno.
A tendência pedagógica denominada liberal conservadora,
concebe a ideia de que a escola tem por atividade preparar os alunos para as capacidades individuais. Entretanto as estratégias didáticas não se relacionam com o cotidiano do aluno, porque a atividade pedagógica está centrada no professor.
Entre as Pedagogias Progressistas, temos a Tendência Progressista dos Conteúdos a escola serve como mediadora entre o indivíduo e o social, estimulando o saber elaborado pelo educando.
concebe a ideia de que a escola tem por atividade preparar os alunos para as capacidades individuais. Entretanto as estratégias didáticas não se relacionam com o cotidiano do aluno, porque a atividade pedagógica está centrada no professor.
A pedagogia libertadora preconiza o caráter essencialmente político da educação.
A valorização da escola como difusora do saber, como polo de apropriação da sociedade democrática, é característica da tendência crítico-social dos conteúdos.
Referências bibliográficas:
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica-social dos conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989.
SAVIANI. Dermeval. Escola e democracia. 31 ed. Campinas: Autores Associados, 1997.
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