domingo, 24 de junho de 2018

Perrenoud


 De acordo com Perrenoud (2000), nas escolas de ensino fundamental e médio, “a informática geralmente não é proposta como uma disciplina a ser ensinada por si mesma – a exemplo da matemática –, um conjunto de saberes e habilidades constituídos aos quais se atribuiria uma parte da carga horária”

Educar para as novas tecnologias é desenvolver o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação, a leitura e a análise de textos e de imagens.

E formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação.

Segundo Perrenoud, na didática, a falta de sentido das aprendizagens origina parte das dificuldades de aprendizagem, pois ela se ancora especialmente em uma visão limitada das relações entre
saberes escolares e práticas sociais.

Para desenvolver competências, o professor deve trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos.

Para Perrenoud, as competências utilizam, integram e mobilizam conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas.

Para Perrenoud, a avaliação é tradicionalmente associada, na escola, à criação de hierarquias de excelência. Os alunos são comparados e depois classificados em virtude de uma norma de excelência, definida em absoluto ou encarnada pelo professor e pelos melhores alunos.

Sobre a competência global “organizar e dirigir situações de aprendizagem”, Perrenoud (2000) afirma que ela mobiliza outras competências mais específicas. Dentre elas estão as de trabalhar a partir das representações dos alunos e a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem.   Para Perrenoud (2001), o professor enfrenta dilemas em seu cotidiano, pois o ato de ensinar é uma atividade complexa. No entanto, algumas ações podem ajudar o docente a superar esses dilemas e reconhece em sua prática o que regularmente gera mal-entendidos ou disfunções, deixa claro com o grupo de alunos suas expectativas de aprendizagem e oportuniza a reflexão discente sobre o sentido dos saberes e dos trabalhos escolares. 
                                                                                                                                                                                             
Fonte: PERRENOUD, Philippe. Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Libâneo


 Segundo Libâneo, as instituições escolares vêm sendo pressionadas a repensar seu papel diante das transformações que caracterizam o acelerado processo de integração e reestruturação capitalista mundial. Essas transformações, que ocorrem em escala mundial, decorrem da conjugação de um conjunto de acontecimentos e processos que acabam por caracterizar novas realidades sociais, políticas, econômicas, culturais e geográficas.

Globalização da sociedade, internacionalização do capital e dos mercados, reestruturação do sistema de produção e do desenvolvimento econômico.

 Mudanças nos processos de produção, na organização do trabalho, nas formas de organização dos trabalhadores e nas qualificações profissionais.

 Difusão maciça da informação, produção de novas tecnologias da comunicação e da informação, afetando a produção, circulação e consumo da cultura.
 
Agravamento da exclusão social, aumento da distância social e econômica entre incluídos e excluídos dos novos processos de produção e das novas formas de conhecimento.

Segundo Libâneo, no campo da ética, o mundo contemporâneo convive com uma crise de valores, predominando um relativismo moral baseado no interesse pessoal, na vantagem, na eficácia, sem referência a valores humanos como a dignidade, a solidariedade, a justiça, a democracia, o respeito a vida. Nesse sentido, é preciso a colaboração da escola para a revitalização da formação ética, atingindo tanto as ações cotidianas quanto as formas de relações entre povos, etnias, grupos sociais, no sentido do reconhecimento das diferenças e das identidades culturais.

A escola necessária, para fazer parte dos novos tempos, é aquela que deverá prover formação cultural e científica, que possibilite o contato dos alunos com a cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética e pela ética.

Segundo Libâneo (2002),a função diagnóstico dentre as funções exercidas pela avaliação escolar, destaca-se e pode ser considerada como “mais importante porque é a que possibilita a avaliação do cumprimento da função pedagógico-didática e a que dá sentido pedagógico à função de controle”.

A avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: pedagógico-didático, de diagnóstico e de controle. A função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos. Na prática escolar cotidiana, a função de diagnóstico é mais importante porque é a que possibilita a avaliação do cumprimento da função pedagógico-didática e a que dá sentido pedagógico à função de controle. A avaliação diagnóstica ocorre no início, durante e no final do desenvolvimento das aulas ou unidades didáticas.

Nas características da aprendizagem escolar, Libâneo afirma que  há influência de fatores afetivos e sociais, os alunos não aprendem tudo numa só aula, pois a aprendizagem é um processo gradativo e a aprendizagem escolar tem um vínculo direto com o meio social.

A aula é toda situação didática na qual se põem objetivos, conhecimentos, problemas, desafios com fins instrutivos e formativos, que incitam as crianças e jovens a aprender. Cada aula é única, pois ela possui seus próprios objetivos e métodos que devem ir de acordo com a necessidade observada no educando. Considerando um dos seus componentes didáticos, os objetivos, que podem ser específicos ou gerais.

Libâneo et al (2003), ao discutirem as concepções de organização e de gestão escolar, afirmam que estas assumem diferentes modalidades, conforme a concepção que se tenha das finalidades sociais e políticas da educação em relação à formação dos alunos. E, nesse contexto, situam duas concepções: a técnico-científica e a sócio crítica. A nosso ver, as alternativas devem ser colocadas no nível das grandes tendências epistemológicas, ou seja, dos paradigmas que fundamentam não somente as políticas educacionais, as concepções de educação e as práticas de gestão, mas também a articulação desses níveis entre si.

Reflete uma educação voltada exclusivamente para o mercado de trabalho, com influências claras do modelo de produção Taylor-fordista e da psicologia Behaviorista.  A administração é regulada por um conjunto de normas, regras, procedimentos burocráticos de controle das atividades, descuidando-se das pessoas e dos objetivos institucionais, mas enfatizando o cumprimento de tarefas.



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Lev Vygostiky


 A perspectiva sócio-histórico-construtivista, estudada pelas obras de Lev Vygostky, (1988) define que no brincar a criança cria e expressa uma situação imaginária, projeta-se nas atividades adultas de sua cultura e ensaia seus futuros papéis e valores.

A sala de aula da educação infantil deve ser um espaço visualmente limpo, claro, permitindo que as crianças sintam-se à vontade para desenvolver suas capacidades de criar e imaginar, bem como, interagir e serem capazes de exercer uma série de atividades.

Vygotsky(1989), ao discutir a interação entre aprendizado e desenvolvimento, afirma que qualquer situação de aprendizado com a qual o aluno se defronta na escola tem sempre uma história prévia e que o aprendizado escolar produz, sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes, algo substancialmente novo no desenvolvimento do aluno. Esta é a
zona de desenvolvimento real e zona de desenvolvimento proximal.

Segundo Vygotsky, o bom aprendizado é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Sequências Didáticas


 Sequências Didáticas são conjuntos de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos.

Se o objetivo é que o aluno aprenda a produzir e a interpretar textos,não é possível tomar como unidade básica de ensino nem a letra, nem a sílaba, nem a palavra, nem a frase que, descontextualizadas, pouco têm a ver com a competência discursiva, que é questão central.  Dentro desse marco, a unidade básica de ensino só pode ser o texto, mas isso não significa que não se enfoquem palavras ou frases nas situações didáticas especificas que o exijam.

Podemos observar que não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da escrita.

Pois para o desenvolvimento da competência discursiva, o ensino da produção de textos deve iniciar-se durante o processo de alfabetização, não importando o método adotado e a ênfase que se está dando ao conhecimento sobre as características discursivas da linguagem não significa que a aquisição da escrita alfabética deixa de ser importante.

Segundo Ana Teberosky, no livro Compreensão da leitura: a língua como procedimento, apresenta um texto de Isabel Solé o qual afirma que "a leitura na escola precisa ser urgentemente repensada, pelo menos, em uma tripla dimensão".  Pois como instrumento para a aprendizagem - é necessário ensinar a ler para aprender.

Como objeto de conhecimento - aprender a ler significa aprender a compreender o que se lê e provocar a capacidade de desfrutar mediante a leitura.

Diversas mudanças paradigmáticas vêm ocorrendo em muitas práticas, especialmente nas escolas que precisam com urgência atender às mudanças nas linguagens e na metodologia de ensino. Atualmente, todas as formas de relações vêm sofrendo alterações, em razão das mudanças ocorridas na sociedade e no mundo, principalmente a partir do início deste novo século. São várias as modificações relacionadas à comunicação, à interatividade, à tecnologia e à informação. A partir dessas transformações, muitas mudanças são exigidas, e elas surgem em todo o processo educacional.
O processo de globalização exige que os professores reflitam a respeito de todos os processos da sociedade, sejam eles educacionais, econômicos, financeiros, políticos ou sociais.
A tecnologia aparece como fator fundamental e ela demanda do docente conhecer os diferentes meios de comunicação social, bem como disposição a se aperfeiçoar diante das novas mídias educativas.

Planejamento Escolar


 O planejamento de ensino é realizado em âmbito de sistemas de ensino, de modo a definir ações a longo prazo.  O plano de aula é elaborado após o plano de ensino, já o plano de ensino é a organização dos conteúdos, métodos de ensino e bibliografia de uma disciplina.

Plano de aula é o documento onde está registrado a organização didática do professor.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Henri Wallon e o desenvolvimento infantil


 Henri Wallon considera o desenvolvimento infantil uma dinâmica complexa que envolve necessariamente diversos aspectos do ser humano.
É o processo ao passo que o indivíduo emerge de um estado de imersão social em que não se distingue do meio para um estado em que pode distinguir seus próprios motivos dos oriundos do ambiente.  Desenvolver-se tornar-se-ia sinônimo de identificar-se em oposição ao mundo exterior, 

O autor desenvolve a Psicogênese da Pessoa Completa, teoria através da qual explica o desenvolvimento como uma progressiva construção estruturada em cinco estágios sucessivos dados em uma ordem necessária. (GALVÃO, 1995).

A sucessão dos estágios de desenvolvimento é marcada por rupturas, conflitos e retrocessos e traz mudanças significativas nas formas de atividade do estágio anterior, à maneira da teoria de Piaget, mas através de um processo assistemático e contínuo, da mesma forma em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência.  Dessa forma o desenvolvimento é movido por conflitos, dialeticamente, de maneira análoga à combinação de acomodação, assimilação e equilíbrio na teoria piagetiana.

Entretanto, ao contrário de Piaget, Wallon acreditava que o processo não é tão bem delimitado, mas ainda mais constante, podendo haver, inclusive, regressão; as aquisições de um estágio são irreversíveis, mas o indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio.

Um estágio neste sentido não suprime os comportamentos anteriores, mas por outro lado sim os integra, resultando-os que é a acumulação das partes.

Wallon apresenta uma teoria psicológica sobre o desenvolvimento humano centrada nas ideias da existência de quatro grandes núcleos funcionais determinantes, são eles, afetividade, o conhecimento, o ato motor e a pessoa.

Behaviorismo:

Comportamento:





Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), sua proposta põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio. 

Sobre Henri Wallon, médico, psicólogo e filósofo francês do século XIX, mostra que a criança têm também corpo e emoções e não apenas cérebro. A partir dessas ideias, analise os itens que estão de acordo com o autor quanto a seus aspectos afetivos e sociais de aprendizagem, É essencialmente emocional e gradualmente vai construindo-se um ser sócio cognitivo, defende que o desenvolvimento humano está ligado ao meio em que o individuo está emerso nos aspectos cognitivo, afetivo e motor.

 


sábado, 16 de junho de 2018

Analfabetismo no Brasil


 Na questão do analfabetismo no Brasil, para além de um descaso de políticas públicas de educação, há que se considerar a importância do papel da mídia no senso comum, especialmente nos últimos anos, no sentido de associar, aos índices divulgados de analfabetismo, a marginalidade, a criminalidade e a miséria.


Os negros apresentam o maior índice de analfabetismo no Brasil e o mais baixo índice de acesso à universidade. São também os trabalhadores que lideram os índices de desemprego e de trabalhos precários. Este é  um comportamento discriminatório da sociedade brasileira que impede a inserção social dos negros nos postos mais altos da hierarquia social.


O medo domina as sensações prazerosas do aprender, pois repetências anteriores, exposições diante dos colegas, humilhações dentro da sala de aula coíbem o sujeito, demonstrando que ele não é capaz.

No Brasil ainda existe a concepção de que os menos favorecidos não têm condições de aprender, devendo aceitar que são a mão de obra pesada e barata do país, estando às margens da nossa pirâmide social.

Para melhorar essa visão, a escola deve manter uma política educacional voltada para atender a diversidade, através de planos de ação que valorizem as habilidades e potencialidades de cada um. Seria mesmo identificar o que cada um tem de bom, em quê cada qual pode colaborar com as experiências e crescimento do grupo.

Dessa forma, preocupados com a defasagem do ensino, Não é de hoje que se sabe que o índice de analfabetismo no Brasil ainda é grande, tendo milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.

Isso é uma realidade causada pelos modelos de educação arcaicos, sem inovações, que tolhem a capacidade criativa dos sujeitos, gerando insegurança e insatisfação pessoal.

Convencidos de que não adianta continuar na escola, muitos estudantes se afastam da mesma por pura falta de motivação, por não acreditarem que são capazes de vencer.

buscando qualificar o trabalho docente, voltam-se para a motivação desses alunos, dando oportunidade aos mesmos, inserindo-os num grupo que está mais adiantado.

Além disso, não se pode descartar a realidade social em que cada um vive. Muitas crianças ficam paralisadas porque não recebem atenção necessária, outras são alvos de agressões, outras sofrem abusos sexuais, algumas têm que trabalhar para sustentar suas famílias, etc.

A escola precisa considerar todos esses aspectos e muitos outros, repensando seus valores, buscando diminuir as diferenças entre os alunos, identificando porque uns aprendem e outros não.

Segundo pesquisas do Ministério da Educação, no Brasil são 16 milhões de analfabetos, pessoas que não conseguem sequer escrever um bilhete. Já os que não chegaram a concluir a 4ª série do ensino fundamental I, somam 33 milhões, concentrados em 50% no norte e nordeste do país.

Ao contrário de outros países, no Brasil o analfabetismo entre as mulheres é praticamente o mesmo que entre os homens.

Qualquer programa que tenha como foco a erradicação definitiva do analfabetismo do País deve priorizar um elemento que é central para o seu sucesso: a qualificação dos alfabetizadores. O descuido com esse aspecto ajuda a entender o fracasso de boa parte dos programas de alfabetização em massa que marcam a história do País.

Ao contrário do que possa parecer, alfabetizar um jovem, ou adulto, que já traz uma, ou várias experiências de fracasso na sua vivência escolar, não é tarefa simples, que possa ser executada por qualquer pessoa sem a devida qualificação e preparação.

O Brasil possui cerca de 49 mil professores atuando no primeiro ciclo do ensino fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, outros cerca de 800 mil no primeiro ciclo do ensino fundamental regular e mais de 700 mil atuando no segundo ciclo do ensino fundamental regular.

Hoje, em todo o país, há um grande número de experiências que se valem de variadas metodologias e que têm, com sucesso, alfabetizado seus jovens e adultos e construído uma escola que não seja uma fábrica de futuros analfabetos.

Sempre há e sempre houve disposição da população para engajar-se nos programas de alfabetização; o que faltou muitas vezes foram programas de qualidade, claramente delineados para seus diferentes perfis, e com o nível de profissionalização que se espera de qualquer atividade. Nesta área, improvisação geralmente redunda em fracasso como a nossa própria experiência nos ensina.

E aqui, nunca é demais relembrar o Mobral, que pretendeu erradicar o analfabetismo, a baixo custo, no período da ditadura militar e que foi um retumbante fracasso.

O Brasil é um país que, graças à difusão do método criado por Paulo Freire, nas décadas de 1960 e 1970, ajudou a erradicar o analfabetismo no mundo.

Infelizmente, neste mesmo período, esse educador era proibido de ajudar a combater o analfabetismo no seu próprio País, exilado que foi pela ditadura militar que via em seu método, um elemento de subversão da ordem estabelecida. De fato, uma educação verdadeira é sempre libertadora e, portanto, é uma ameaça aos ditadores, aos que temem a liberdade e a democracia.



Bibliografia:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Primeira edição de 1970.

TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 3. ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1971.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Jean Piaget

CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 

Jean Piaget, em sua obra, colocou em evidência a atividade do sujeito diante do mundo exterior e que lhe é independente. Piaget recusou as explicações do empirismo tradicional de que existiriam estruturas endógenas no indivíduo que propiciavam o desenvolvimento da inteligência. Pois, para o pensador, o conhecimento é resultado da interação do sujeito com o objeto, sendo que essa interação depende de fatores internos que são modificados a cada etapa de desenvolvimento das estruturas mentais, por meio das quais acontece o desenvolvimento psíquico. Segundo Piaget, o processo de estruturação mental é o resultado de uma equilibração progressiva entre uma esfera e outra, ou seja, o desenvolvimento mental é uma construção contínua, comparável à edificação de um grande prédio que, à medida que se acrescenta algo, ficará mais sólido, ou à montagem de um
mecanismo delicado, cujas fases gradativas de ajustamento conduziriam a uma flexibilidade, e uma mobilidade das peças. O conhecimento para Piaget se revela por meio de uma construção indefinida, em que não há conhecimento absoluto. O conhecimento, para Piaget, se origina de etapas sucessivas: equilibração, assimilação e acomodação e o indivíduo é quem conduz esse processo. Trazendo essas pontuações para a educação escolar, pode-se perceber como Piaget compreende o processo educativo. Para o autor, o futuro do ensino deve se abrir cada vez mais à interdisciplinaridade e às necessidades do cotidiano e, para isso, o ambiente de aprendizagem deve ser organizado com práticas pedagógicas que estimulem o espírito de liberdade nos estudantes, de modo que eles possam reconstruir suas verdades. Nesse sentido, Piaget é enfático na orientação de que o aluno deve conduzir a sua aprendizagem. Ele afirma ainda que os métodos ativos é que são os responsáveis pelo desenvolvimento livre dos indivíduos. Assim, eles devem desenvolver o máximo de experimentação, pois, para Piaget, se os indivíduos não passarem pela experiência será adestramento e não educação. RELAÇÕES SOCIAIS Para Piaget existem dois tipos de relações sociais: as relações sociais de coação social e as relações sociais de cooperação. A coação social é toda relação entre dois ou mais indivíduos na qual intervém um elemento de prestígio ou autoridade, sendo que nesse tipo de relação o indivíduo é coagido. Piaget, ao definir as relações de coação social, considera o adulto enquanto aquele que coage a criança, desse modo, ao associar essa ideia à educação escolar, significa compreender que o professor, por ser a figura de prestígio ou autoridade, exerce exatamente a função de coagir o indivíduo, atrapalhandoo no processo de aprendizagem bem como no desenvolvimento da autonomia. Por isso, na concepção de Piaget, toda forma de transmissão seria coerção, pois o adulto por estar numa posição de prestígio levaria o indivíduo a aceitar suas posições. Para Piaget, o grupo (outras crianças) contribuiria muito mais que o próprio professor para a construção do conhecimento. Sendo assim, para Piaget o indivíduo deve se guiar livremente no processo educativo e o professor deve assumir o papel de colaborador. Adaptado. Disponível em: http://bit.ly/2XXcjRm. 
Nos estágios do desenvolvimento psíquico, Piaget distinguiu aspectos diferenciados, aos quais relacionamos: as funções de conhecimento, que são responsáveis pelo conhecimento que se tem do mundo e que incluem o pensamento; as funções de representação, que incluem todas as funções graças as quais representamos um significado qualquer, usando um significante determinado; e as funções afetivas, que constituem para Piaget, o motor do desenvolvimento cognitivo.

O desenvolvimento dessas funções, segundo Piaget , é marcado por períodos que preparam o individuo para o estágio seguinte.

As crianças pequenas,na fase pré-operatória,apresentam o que se chamou de"pensamento egocêntrico".

As crianças apresentam extrema dificuldade em se colocar no ponto de vista do outro,fato que as impede de estabelecer relações de reciprocidade.

Para que as crianças possam exercer sua capacidade decriar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições,sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o "não-brincar".

Para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados.

Toda brincadeira é uma imitação transformada,no plano das emoções e das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada.

Na educação infantil a rotina representa a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático,ou seja,o tempo de trabalho  educativo realizado com as crianças.  De acordo com o Referencial curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),podem ser consideradas  atividades permanentes na rotina do processo educativo.

* Roda de história

* brincadeiras no espaço interno e externo

* roda de conversas

* cuidados com o corpo

As crianças possuem uma natureza singular,que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.

Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhes são próximas e com o meio que as circunda,as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem.

As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem.

o cognitivo são:
  • Estágio Sensório-Motor: que representa a conquista do universo pratico, através da percepção e dos movimentos.
  • Estágio Pré-Operatório: que é uma preparação e organização das operações concretas; a criança volta-se para a realidade e surge o aparecimento da linguagem.
  • Estágio Operatório: as ações são interiorizadas e se constituem operações, o que construía no plano da ação, agora consegue reconstruir no campo da representação, é neste estádio que a criança é capaz de cooperar.
  • Estágio de Operações Formais: que distingue entre o real e o possível.

sábado, 9 de junho de 2018

Guerra do Contestado


 Foi uma luta sangrenta, ocorrida durante a República Velha, em que tropas estaduais e do Governo Federal enfrentaram grupos de sertanejos empobrecidos e sem-terra, guiados por líderes messiânicos.

Tendências Pedagógicas



As tendências pedagógicas são concebidas ao longo dos tempos por diversos teóricos [...] Têm base nas visões de pensadores, estudiosos da educação em cada respectivo contexto histórico de sociedade de inserção [...] Foram se modelando a partir das necessidades de ensino observadas no âmbito social. Desse modo, o conhecimento dessas correntes pedagógicas por parte dos professores, principalmente as mais recentes, torna-se de extrema relevância, visto que:  Possibilitam ao educador um aprofundamento maior sobre os pressupostos e variáveis do processo de ensino-aprendizagem , Trazem possibilidades de contribuir para a produção de uma prática docente estruturada, significativa, esclarecedora e, principalmente, interessante para os educandos, As tendências pedagógicas funcionam como norteadoras à prática pedagógica e conhecê-las, ainda que seja para negá-las de forma crítica e consciente, ou, quem sabe, para utilizar os pontos positivos observados em cada uma delas para construir uma base pedagógica própria, mas com coerência e propriedade.

As tendências pedagógicas são divididas em liberais e progressistas.  A pedagogia liberal acredita nas aptidões individuais.  Dessa forma,o indivíduo deve adaptar-se aos valores e normas da sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura individual.  Com isso as diferenças entre as classes sociais não são consideradas,já que,a escola não leva em consideração as desigualdades sociais.  Existem quatro tendências pedagógicas liberais:

Tradicional:  tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da capacidade cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que apenas o professor tem razão. Sua metodologia é baseada na memorização, o que contribui para uma aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.

Renovada:a educação escolar assume o propósito de levar o aluno a aprender e construir conhecimento, considerando as fases do seu desenvolvimento. Os conteúdos escolares passam a adequar-se aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua proposta metodológica tem como característica os experimentos e as pesquisas. O professor deixa de ser um mero expositor e assume o papel de elaborar situações desafiadoras da aprendizagem. A aprendizagem é construida através de planejamentos e testes. O professor passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.

Renovada não-diretiva:há uma maior preocupação com o desenvolvimento da personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo ao encontro dos interesses e motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender torna-se um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser marcada pela afetividade.

Tecnicista:enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo ao modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdos que ganham destaque são os objetivos e neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto o aluno recebe as informações. O educador tem uma relação profissional e interpessoal com o aluno.


Já as tendências pedagógicas progressistas analisam de forma crítica as realidades sociais,cuja educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social,explicando o papel do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume um caráter pedagógico e político ao mesmo tempo.

É dividida em três tendências: 

Libertadora:o papel da educação é conscientizar para transformar a realidade e os conteúdos são extraídos da pratica social e cotidiana dos alunos. Os conteúdos pré-selecionados são vistos como uma invasão cultural. A metodologia é caracterizada pela problematizarão da experiência social em grupos de discussão. A relação do professor com o aluno é tida como horizontal em que ambos passam a fazer parte do ato de educar.

Libertaria:a escola propicia praticas democráticas, pois acredita que a consciência política resulta em conquistas sócias. Os conteúdos dão ênfase nas lutas sociais, cuja metodologia é está relacionada com a vivência grupal. O professor torna-se um orientador do grupo sem impor suas idéias e convicções.

Crítico-social dos conteúdos: a escola tem a tarefa de garantir a apropriação critica do conhecimento cientifico e universal, tornando-se uma arma de luta importante. A classe trabalhadora deve apropriar-se do saber. Adota o método dialético, esse que é visto como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com sua visão da realidade.
Apareceu no Brasil nos fins dos anos de 1970 e destaca a necessidade de focar os conteúdos no seu confronto com as realidades sociais.


As tendências pedagógicas brasileiras foram muito influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, pois foram levadas à luz graças aos movimentos sociais e filosóficos. Essas formaram a prática pedagógica do país. Pesquisadores do campo educacional apresentam reflexões a respeito das tendências pedagógicas.


Em relação às Tendências Pedagógicas que refletem o ecletismo em que se baseia o ensino atual vemos que na Pedagogia Liberal Tradicional, os conteúdos são conhecimento e valores sociais, acumulados através dos tempos e repassados aos alunos como verdades absolutas.  Para a Pedagogia Tecnicista, a aprendizagem é baseada no desempenho do aluno.


 A tendência pedagógica denominada liberal conservadora,
concebe a ideia de que a escola tem por atividade preparar os alunos para as capacidades individuais. Entretanto as estratégias didáticas não se relacionam com o cotidiano do aluno, porque a atividade pedagógica está centrada no professor.

Entre as Pedagogias Progressistas, temos a Tendência Progressista dos Conteúdos a escola serve como mediadora entre o indivíduo e o social, estimulando o saber elaborado pelo educando.




“As tendências pedagógicas são de extrema relevância para a educação, pois contribuem para a condução de um trabalho docente mais consciente. O conhecimento dessas tendências é fundamental para a realização de uma prática docente realmente significativa”.

Sobre a tendência pedagógica denominada liberal conservadora,
concebe a ideia de que a escola tem por atividade preparar os alunos para as capacidades individuais. Entretanto as estratégias didáticas não se relacionam com o cotidiano do aluno, porque a atividade pedagógica está centrada no professor.

A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, valorizando a cultura individual.

 A pedagogia libertadora preconiza o caráter essencialmente político da educação.

 A valorização da escola como difusora do saber, como polo de apropriação da sociedade democrática, é característica da tendência crítico-social dos conteúdos.



Referências bibliográficas:
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica-social dos conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989.
SAVIANI. Dermeval. Escola e democracia. 31 ed. Campinas: Autores Associados, 1997.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Empirismo


Tendência positiva e prática,expressa pela cultura anglo-saxônica- Séculos XVII e XVIII


O Empirismo é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês John Locke (1632 - 1704).

O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas,e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros.

A base epistemológica das teorias comportamentais afirma que todo conhecimento é resultado das experiências pelas quais a criança vivencia,e seu comportamento é moldado por condicionamentos e reforçadores.

São as experiências que formam as ideias. Todo conhecimento é fruto da experiência e por isso,uma consequência dos sentidos.

A mente humana é uma"folha em branco" ou uma "tábula rasa",onde são gravadas impressões externas.

De acordo com a teoria de que o espírito,a mente,seja uma tábula rasa,uma superfície maleável às impressões  e experiência externa,o Empirismo pode ser estimado sob um prisma psicológico e outro gnoseológico.  À medida que a fonte do conhecimento não é a "razão" ou o pensamento,mas a "experiência",a origem temporal de conhecer é concebida como resultado da experiência externa e interna - aspecto psicológico válido - o aspecto gnoseológico.

As leis da natureza só seriam leis porque observaram-se repetidamente pelos homens.

Para o Empirismo,a experiência é a base do conhecimento científico,ou seja, adquiri-se a sabedoria através da percepção do mundo externo,ou então do exame da atividade da nossa mente,que abstrai a realidade que nos é exterior e as modifica internamente.

Daí ser o Empirismo de caráter individualista,pois tal conhecimento varia da percepção,que é diferente de um indivíduo para o outro.

O Empirismo diz que a origem das idéias é o processo de abstração que se inicia com a percepção que temos das coisas através dos nossos sentidos.

Daí diferencia-se o Empirismo não preocupado com a coisa em si,estritamente objetivista,nem tampouco com a idéia que fazemos da coisa mas puramente como percebemos esta coisa,ou melhor dizendo,como esta coisa chega até nós através dos sentidos.

Para o Empirismo a relação de causa e efeito nada mais é do que resultado de nossa forma habitual de perceber fenômenos e relacioná-los como causa e consequência através de uma repetição constante.



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