segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

PAULO FREIRE

 

Para Paulo Freire (1921 - 1997), a missão do professor é possibilitar a criação ou produção de conhecimentos. Ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para a autoaprendizagem. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo – portanto, o professor freireano não pode renunciar a exercer autoridade a que o lugar docente confere. Ao propor uma prática em sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas, que ele qualificou de educação bancária.

Para Paulo Freire (1996), ensinar a pensar certo exige, entre outras coisas, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Em relação a esse posicionamento, é correto afirmar, a recusa ao velho não é apenas cronológica, o velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição continua novo.  No pensar certo, existe a rejeição a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero nega a democracia e pensar certo a ser ensinado concomitantemente com o ensino dos conteúdos não é um pensar desligado do fazer certo.

Segundo Freire, “[...] o progresso científico e tecnológico que não responde fundamentalmente aos interesses humanos, às necessidades de nossa existência, perdem, para mim, sua significação”.  Pois segundo Freire, aquele que apresenta as condições em que o avanço tecnológico deve se enquadrar.  Todo avanço tecnológico haveria de corresponder ao empenho real de resposta imediata a qualquer desafio que pusesse em risco a alegria de viver dos homens e das mulheres.

Um avanço tecnológico que pretende esmagar a liberdade dos outros, de fazer e de ser, não poderia se concretizar.  Um avanço tecnológico que ameaça milhares de mulheres e homens de perder seu trabalho deveria corresponder outro avanço tecnológico que estivesse a serviço do atendimento das vítimas do progresso anterior.

Segundo Freire, “[...] a negação da experiência formadora é que dificulta ou inibe a curiosidade do educando e, em consequência, a do educador. É que o educador que, entregue a procedimentos autoritários ou paternalistas que impedem ou dificultam o exercício da curiosidade do educando, termina por igualmente tolher a sua própria curiosidade” (FREIRE, p. 94, 1997).  Segundo Freire, a caracterização do professor que proporciona a experiência formadora aos alunos.  O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.


sábado, 6 de fevereiro de 2021

SUPERVISOR EDUCACIONAL

 O grande papel fundamental do supervisor é ser o grande harmonizador do ambiente da escola e uma parte essencial do trabalho dos líderes educativos é fazer com que todos os professores se sintam especiais na organização. Deste modo é essencial que estes revelem empatia para com os colaboradores de modo a criar uma comunidade escolar caracterizada por uma atmosfera de bem estar, optimismo, desenvolvimento, ordem e tranquilidade. Pode-se dizer que cabe aos decisores e líderes educativos Envolver ativamente os professores no processo de tomada de decisões.  Avaliar as necessidades dos professores e dar-lhes provimento.  Apoiar os professores com elogios e encorajamento; valorizar as iniciativas dos professores.  Partilhar com os professores os êxitos da organização; mostrar disponibilidade para ouvir e ser solícito.

São funções do supervisor educacional acompanhar o processo ensino-aprendizagem, coordenar a elaboração do currículo, interpretar os parâmetros legais, promover a integração de estudos e práticas.  Realizar as mediações entre as exigências das políticas públicas e as práticas pedagógicas dos docentes.  A responsabilidade pelo desenvolvimento de programas e planejamentos avaliativos e métodos de ensino e recuperação.

CURRÍCULO ESCOLAR


 A palavra currículo associam-se distintas concepções, que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida historicamente, bem como das influências teóricas que a afetam e se fazem hegemônicas em um dado momento.  As discussões sobre o currículo incorporam, com maior ou menor ênfase, discussões sobre os conhecimentos escolares, sobre os procedimentos e as relações sociais que conformam o cenário em que os conhecimentos se ensinam e se aprendem, sobre as transformações que desejamos efetuar nos alunos e alunas, sobre os valores que desejamos inculcar e sobre as identidades que pretendemos construir. 

 A palavra currículo tem sido também utilizada para indicar efeitos alcançados na escola, que não estão explicitados nos planos e nas propostas, não sendo sempre, por isso, claramente percebidos pela comunidade escolar. Trata-se do chamado currículo oculto, que envolve, dominantemente, atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo oculto, assim, rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos(as) professores(as) e nos livros didáticos.

Diferentes fatores socioeconômicos, políticos e culturais contribuem para que o currículo venha a ser entendido como, os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização, os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino, os conteúdos a serem ensinados e aprendidos, os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais e as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos.

A educação escolar ao delinear o papel da instituição escolar não se está buscando uma uniformização dos estabelecimentos escolares, uma vez que cada escola tem sua história, suas peculiaridades e sua identidade. O objetivo é identificar os aspectos desejáveis e comuns a todas as escolas brasileiras responsáveis pela educação fundamental.  A educação escolar deve constituir-se em uma ajuda intencional, sistemática, planejada e continuada para crianças, adolescentes e jovens durante um período contínuo e extensivo de tempo, diferindo de processos educativos que ocorrem em outras instâncias, como na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nos demais espaços de construção de conhecimentos e valores para o convívio social.  Deve ser evitada a abordagem simplista de encarar a educação escolar como o fator preponderante para as transformações sociais, mesmo reconhecendo-se sua importância na construção da democracia aquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das disciplinas e além de qualquer disciplina, tendo como finalidade a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento

O ensino escolar será ministrado com base nos seguintes princípios, vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.  Valorização do profissional da educação escolar, consideração com a diversidade étnico-racial.