Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação
linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas,
incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema
mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a Língua Portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a
diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro
da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No Estado
do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e
aquela utilizada por um cidadão do interior do Estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que
colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente
da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando
conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma
solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua
chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos,
médicos, linguistas e outros especialistas.