A História, como experiência humana do passado, permite indagar se, com o que se aprende acerca do passado, é possível encontrar e reconhecer certos padrões na estrutura do desenvolvimento dessas sociedades em consonância com acontecimentos contemporâneos.
Pode-se enunciar certas leis mais gerais que não se aplicam somente à história de outras sociedades, mas também à evolução geral da espécie humana.
A partir da análise dos modos como as sociedades passadas se comportavam e se relacionavam com outras sociedades, podem-se levantar informações importantes acerca da atividade comunicacional do homem, por exemplo.
Como disciplina que discorre acerca dos processos de conhecimento do passado, a História tem uma tradição rica que, desde cedo, estabeleceu raízes profundas em várias civilizações.
Cidade, história e museu dialogam intensamente no sentido de convergir possibilidades de resgatar, registrar, construir, manter, preservar e tornar acessível um acervo para a sociedade. Esse valor não se aplica apenas à sociedade inserida no contexto do museu, mas à diversidade em sua volta.
A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar a respeito de acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea.
Os arquivos recolhidos fazem parte de todo um conjunto de documentos de tipo biográfico, ao lado de memórias e autobiografias, que permitem compreender como indivíduos experimentaram e interpretaram acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em geral.
O trabalho com a metodologia de história oral compreende todo um conjunto de atividades anteriores e posteriores à gravação dos depoimentos. Exige, antes, a pesquisa e o levantamento de dados para a preparação dos roteiros das entrevistas.
Ganhou também cada vez mais adeptos, ampliando-se o intercâmbio entre os que a praticam: historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros.
Alguns pensadores na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma antigas) observaram que existia certa repetição cíclica na sequência da história da humanidade por meio de guerras, desastres, destruição de cidades, ascensão e quedas de impérios e civilizações, que desde tempo imemorial, flagelavam a humanidade.
Ao construir a história, seja pela sua escrita ou pelo seu estudo, alguns pensadores antigos indagaram também a razão de ser da história. Seria uma área do conhecimento humano, cujos métodos, diferenciados, poderiam facilitar seu entendimento e, assim, transmiti-la às gerações futuras?
Um fato histórico, ao se repetir, pode trazer reflexões profundas acerca de como a sociedade lida com os acontecimentos. Assim, as guerras, por exemplo, apresentam os descompassos entre as diferenças de povos, ideologias, culturas, religiões e espaços geográficos.
Em meados do século XX, a História Serial introduziu a possibilidade de constituir séries de fontes e abordá-las de acordo com técnicas específicas. Assim, essa abordagem refere-se tanto ao tipo de fontes quanto ao método de trabalhá-las.
A percepção histórica a partir de uma ótica marxista é uma entre muitas possibilidades de perceber um evento social de relevância histórica.
O historiador construirá os conhecimentos, as competências e as habilidades iniciais e necessárias para a formação de um profissional preparado para interpretar as sociedades segundo contextos históricos distintos. O graduado em História deverá, portanto, estar capacitado ao exercício do trabalho de historiador, em todas suas dimensões, o que supõe pleno domínio da natureza do conhecimento histórico e das práticas essenciais de sua produção e difusão, o que pressupõe um conjunto de competências e habilidades específicas.
Para exemplificar a atuação conjunta desses dois profissionais, podem-se citar algumas áreas de crescente atuação tais como: institutos de pesquisas de cunho histórico e que visem à preservação da memória social. Poderão ainda construir projetos interdisciplinares ligados a questões vinculadas ao patrimônio artístico e cultural. Isso evidencia o caráter interdisciplinar dessas formações.
O historiador não cria personagens nem fatos. No máximo, os descobre, fazendo-os sair da sua invisibilidade. Tal descoberta se dá de várias formas: um registro escrito, pinturas, fotografias etc.
As diversas teorias alavancadas pelo historiador também permitem que exista um trânsito entre os acontecimentos, os espaços e os recortes históricos, pois o historiador não tem certeza absoluta de reconstruir um fato na tal temporalidade já escoada, irremediavelmente perdida e não-recuperável, do acontecido.
Historiadores podem, de vários modos, reconstruir o recorte histórico. Para isso, munem-se de várias ferramentas e procedimentos. Os historiadores também mediatizam mundos, conectando escrita e leitura e dando sentido aos fatos.
O historiador precisa lançar olhares diversificados para os sujeitos do processo historiográfico. A título de exemplo, tem-se o caso do negro, recuperado como ator e agente da história desde algumas décadas, embora sempre tenha estado presente. Apenas não era visto ou considerado, tal como as mulheres ou outras tantas ditas minorias.
Tempo, além de palavra, é um conceito de muitos significados, e, em alguns deles, empregado como sinônimo de passado, ciclos, duração, eras, fases, momentos ou mesmo história, o que contribui para o obscurecimento das discussões teóricas dos historiadores acerca dele e acaba confundindo o público leitor.
Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a compreensão da relação homem/ natureza e homem/sociedade na perspectiva ocidental.
A relação entre o Tempo e a História é tema inesgotável, com questões, problemas e propostas analíticas, campo de conflito insolúvel entre filósofos e historiadores, que pode ser explorada sob múltiplos aspectos, cada um deles aparentemente encerrado em si mesmo, e, na prática, inter-relacionado com todos os outros.
Em História, tempo pode ser analisado como confronto entre a reflexão abstrata e o manejo empírico da construção documental; é questão ainda sem conclusão, parte integrante das reflexões filosóficas e das historiográficas, que se colocam em termos divergentes e opostos, mas que podem e devem ser complementados.
O século XXI apresenta uma nova abordagem para a História: a historiografia digital. Trata-se de uma possibilidade de abordar e analisar a historiografia utilizando as novas tecnologias de comunicação e informação (NTIC). Trata-se, também, de um novo estudo da escrita da História valendo-se dos recursos tecnológicos advindos com a Informática aplicados às Ciências Humanas. O historiador, ao valer-se dessa ferramenta, pode trabalhar de variados pontos sem a necessidade efetiva do deslocamento geográfico, pois, a partir da possibilidade dos dispositivos online, constrói seu trabalho utilizando como ferramenta básica um computador com acesso à Internet.
O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes.
A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas, estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Ele utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista. A riqueza de detalhes, como as dobras dos tecidos e os arranjos dos cabelos apresentadas na imagem, são marcas singulares de sua sensibilidade.
É reconhecido entre os especialistas o fato de que a produção artística deixada por Aleijadinho é considerável. Sua contribuição para a formação do patrimônio artístico brasileiro é imensurável. Graças ao trabalho de historiadores e especialistas em artes visuais, seu acervo foi catalogado e autenticado por vários documentos.
É fato que durante um período de mais de vinte anos, Aleijadinho foi requisitado sucessivamente pela maioria das vilas coloniais minerais que passaram a requisitar ou até disputar o trabalho do artista, cuja vida transformara-se em uma verdadeira roda-viva, sendo às vezes, obrigado a trabalhar em obras de duas ou mais cidades diferentes.
Ao passar a estudar o espaço de uma sociedade, o historiador precisa estar consciente de que a cultura dessa sociedade só passa a ter sentido se analisada por um ângulo que permita a observação das representações das práticas nesse espaço e, também, o entendimento da importância desse espaço para a manutenção dessa cultura. Em síntese: não existe história sem espaço.
Nas terras onde hoje é o Brasil, os portugueses chegaram em 1500 e, logo, montaram engenhos de produção de açúcar. No início, esses engenhos eram movidos por indígenas escravizados. Com o avanço da agroindústria do açúcar nas capitanias da Bahia e de Pernambuco, aumentou a procura por mão de obra e a alternativa adequada à época foi o esforço africano.
As principais razões da substituição da mão de obra indígena pela africana, foi a alta lucratividade do tráfico de africanos. Resistência dos homens indígenas a trabalhar continuamente na agricultura. Habilidade dos africanos em atividades, como: mestre de açúcar, purgador, ferreiro, caldeiro etc.
Hoje, o Brasil se caracteriza por conter regiões muito diferentes entre si; entretanto, esse fato era ainda mais acentuado nos tempos coloniais, quando, inclusive, as comunicações eram difíceis e existiam áreas inexploradas ou desconhecidas. Onde as atividades econômicas como o fumo foi uma significativa atividade destinada à exportação, embora ficasse muito longe de competir com o açúcar. A grande região produtora se localizou no Recôncavo Baiano, em especial na área em torno da atual cidade de Cachoeira. A criação de gado começou nas proximidades dos engenhos; no entanto, a tendência à ocupação das terras mais férteis para o cultivo da cana foi empurrando os criadores para o interior.
Estima-se que 465 mil portugueses se deslocaram para a Colônia luso - americana entre 1500 e 1808, quando ocorreu a abertura dos portos. A partir de 1746, a Coroa Portuguesa estimulou a vinda de açorianos. Em 1818, o governo financiou a vinda de centenas de colonos suíços e alemães.
Os grupos que entraram no Brasil e suas respectivas áreas geográficas,
1. Joinville e Blumenau - alemães
2. Planaltos de Santa Catarina - italianos
3. Paraná - eslavos (poloneses e ucranianos)
4. São Paulo - japoneses
A história do afluxo de imigrantes e da colonização do Paraná se difere de outras regiões do Brasil. A enorme expansão rural do Paraná se baseou em incentivos da empresa privada – Companhia de Terras Norte do Paraná.
Com o declínio da produção aurífera em Minas Gerais e a pressão metropolitana no sentido de arrecadar, anualmente, as cem arrobas de ouro devidas ao rei, a situação dos donos das minas ficou difícil. A decretação da derrama deixou a população revoltada com o governo e, no entender dos inconfidentes, criava um contexto favorável a rebeliões na Inconfidência Mineira.
Entre os rebelados, muitos tinham grandes dívidas com o fisco metropolitano. O movimento era emancipacionista e pretendia fazer de Minas Gerais, se possível, do Rio de Janeiro, um novo país. No plano econômico, havia a intenção de estimular as manufaturas.
“O que está na base da História do nosso país, que continua a ser incapaz de acolher os seus habitantes originais – sempre recorrendo a práticas desumanas para promover mudanças em formas de vida que essas populações conseguiram manter por muito tempo, mesmo sob o ataque feroz das forças coloniais, que, até hoje, sobrevivem na mentalidade cotidiana de muitos brasileiros –, é a ideia de que os índios deveriam estar contribuindo para o sucesso de um projeto de exaustão da natureza.”
“De fato, a história é testemunha de que várias tragédias ocasionadas pelos colonizadores aconteceram na vida dos povos originários dessas terras: escravidão, guerras, doenças, massacres, genocídios, etnocídios e outros males que, por pouco, não eliminaram por completo os seus habitantes. Não que esses povos não conhecessem guerra, doença e outros males. A diferença é que, nos anos da colonização portuguesa, eles faziam parte de um projeto ambicioso de dominação cultural, econômica, política e militar do mundo, ou seja, um projeto político dos europeus, que os povos indígenas não conheciam e não podiam adivinhar qual fosse. Eles não eram capazes de entender a lógica das disputas territoriais como parte de um projeto político civilizatório, de caráter mundial e centralizador, uma vez que só conheciam as experiências dos conflitos territoriais intertribais e interlocais.”