Educação Infantil
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I
As necessidades de desenvolvimento da criança (físico, psicológico, intelectual e social) constitui-se em requisito essencial para a formulação dos espaços/lugares destinados à Educação Infantil, pois crianças menores necessitam de uma delimitação mais clara do espaço, correndo o risco de se desorganizarem quando este é muito amplo e disperso.
Em áreas muito amplas e dispersas, devem-se incluir elementos estruturadores (caminhos definidos, tratamento paisagístico, áreas de vivência coletiva, mobiliário externo compatível com o tamanho das crianças). A partir daí, o livro, as brincadeiras de roda, de faz de conta, a arte, a natureza, a afetividade, o corpo e o movimento, o folclore, os objetos, a escrita, a oralidade, os brinquedos devem ser o conteúdo do planejamento na educação infantil.
No planejamento das ações pedagógicas na educação infantil deve-se considerar “a vida que pulsa lá fora”, porque as crianças estão inseridas neste contexto social.
Planejar na educação infantil é planejar um contexto educativo, envolvendo atividades e situações desafiadoras e significativas que favoreçam a exploração, a descoberta e a apropriação de conhecimento sobre o mundo físico e social.
Para realização do planejamento, há que se contemplar a diversidade, onde a criança seja percebida como sujeito de múltiplas dimensões.
Planejar exige pensar no espaço físico, nos materiais, nos tempos das crianças, nas suas histórias de vida, na sua condição de criança, na sua infância e em seus direitos.
A adaptação do mobiliário, dos equipamentos e do próprio espaço à escala da criança permite uma maior autonomia e independência, favorecendo o processo de desenvolvimento a partir de sua interação com o meio físico.
Estantes acessíveis, com diversidade de materiais educativos disponíveis, bem como cadeiras e mesas leves que possibilitem o deslocamento pela própria criança, tornam o ambiente mais interativo e coerente à ideia de construção do conhecimento a partir da ação e da intervenção no meio.
Para a estruturação dos espaços para a criança na educação infantil se deve levar em consideração a diversidade de ritmos, de culturas, de desejos, de saberes.
O espaço não pode ser único, igual para todos, como se todas elas tivessem os mesmos desejos, necessidades, sentimentos, fantasias.
É importante permitir a privacidade, o movimento, a segurança, o aconchego, o conforto, a autonomia, o encontro entre parceiros, o compartilhamento, o conflito, a diversidade de propostas das crianças, a espontaneidade, a vivência dos seus medos, das suas alegrias, das suas frustrações, dos conflitos.
II
Por outro lado as crianças com deficiência/ transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/super dotação, no planejamento das situações de vivência e aprendizagem na Educação Infantil se constitui como necessário garantir-lhes a acessibilidade de espaços, materiais, objetos e brinquedos, procedimentos e formas de comunicação a suas especificidades e singularidades.
Preparando o espaço físico de modo que ele seja funcional e possibilite locomoções e explorações e garantir o tempo que elas necessitam para realizar cada atividade, recorrendo a tarefas concretas e funcionais por meio de metodologias de ensino mais flexíveis e individualizadas, embora não especialmente diferentes das que são utilizadas com as outras crianças.
A brincadeira é um direito das crianças, na realização do trabalho cotidiano nas instituições de educação infantil, é desejável que os brinquedos estejam disponíveis às crianças em todos os momentos.
As rotinas das instituições de educação infantil sejam flexíveis e reservem períodos longos para as brincadeiras livres das crianças.
A criança não brinca numa ilha deserta. Ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. A criança brinca com o que tem à mão e com o que tem na cabeça. A criança brinca com o que se tem, e a criatividade, tal como a evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e limitado.
Considere a brincadeira como a atividade fundamental nessa fase do desenvolvimento.
Crie condições para que as crianças brinquem diariamente.
Considerar, no planejamento do currículo, as especificidades e os interesses singulares e coletivos dos bebês e das crianças das demais faixas etárias é muito importante porque as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação infantil são mandatórias. Assim, devem ser incorporadas por qualquer instituição de creche e pré-escola, sejam elas públicas, privadas, filantrópicas ou de qualquer outra natureza, no momento de sistematização de suas propostas e práticas pedagógicas.
No processo de inclusão na sistematização das propostas pedagógicas da instituição que sejam adotadas, pelas professoras, professores, profissionais de apoio, especialistas, gestoras e gestores, devem ter posturas condizentes com os princípios expressos na proposta pedagógica da instituição de Educação Infantil.
É desejável que os espaços e equipamentos sejam adaptados para receber as crianças com necessidades educacionais especiais de acordo com a Lei da Acessibilidade.
Pestalozzi costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural.
Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
Vygotsky concebia que desenvolvimento e aprendizagem possuíam uma relação dialética, de modo que um influenciava o outro.
III
As propostas pedagógicas são desenvolvidas com autonomia pelas instituições de Educação Infantil a partir das orientações legais. A elaboração, a implementação, o acompanhamento e a avaliação das propostas pedagógicas seguem os princípios de participação, compromisso, contextualização, historicidade, unidade (na diversidade), intencionalidade, consistência, coerência, provisoriedade (dinamismo) e organização.
As instituições de Educação Infantil devem elaborar, implementar e avaliar suas propostas pedagógicas a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil e com a participação das professoras e dos professores. As propostas pedagógicas devem explicitar concepções, bem como definir diretrizes referentes à metodologia do trabalho pedagógico e ao processo de desenvolvimento/aprendizagem, prevendo a avaliação como parte do trabalho pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar, para atender bem a criança de zero a seis anos de idade.
Cabe ao professor construir um ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. O professor deve pensar, organizar e planejar o espaço físico e assumir uma dimensão importante na vida das crianças pois ele deixa de ser o “centro” e passa a assumir o papel de “parceiro” mais experiente, o mediador entre a criança e a cultura.
O cuidado e a educação de crianças com deficiência ou necessidades educativas especiais com idade de zero a 5 anos de idade devem ser realizados em conjunto com as demais crianças, assegurando-lhes o atendimento educacional especializado mediante avaliação e interação com a família e a comunidade.
As salas onde as crianças ficam devem ser arrumadas de forma a facilitar brincadeiras espontâneas e interativas pois a brincadeira é um direito das crianças, na realização do trabalho pedagógico na educação infantil.
Existe uma relação dialética entre a aprendizagem e o desenvolvimento, de modo que a aprendizagem propulsiona o desenvolvimento e vice-versa.
O espaço deve ser limpo, seguro e voltado para garantir a saúde infantil e devem-se organizar ambientes acolhedores, desafiadores e inclusivos para que os espaços/ambientes sejam plenos de interações, explorações e descobertas partilhadas com outras crianças e com o professor.
A Sociologia da Infância é um movimento que surgiu na Europa nos anos 1980 e defende que as crianças produzem saberes e conhecimentos acerca do mundo e devem ser ouvidas tanto numa perspectiva micro quanto macro política. As crianças produzem saberes e conhecimentos acerca do mundo e devem ser ouvidas tanto numa perspectiva micro quanto macro política.
Trabalhar com os saberes que as crianças vão construindo ao mesmo tempo em que se garante a apropriação ou construção por elas de novos conhecimentos.
É desejável que as crianças aprendam a cuidar de si próprias e assumir responsabilidades em relação a sua higiene e saúde, o espaço externo da creche e o tanque de areia devem ser limpos e conservados periodicamente de forma a prevenir contaminações, ser mantidas formas de comunicação com a família quando uma criança fica doente e não pode frequentar a creche e sejam buscadas orientação nos serviços básicos de saúde para a prevenção de doenças contagiosas existentes no bairro.
IV
De acordo com o artigo 20 da LDB, as instituições privadas podem ou não ter finalidade lucrativa e se enquadram nas seguintes categorias: particulares, comunitárias, confessionais e filantrópicas.
As instituições públicas de Educação Infantil no Brasil são gratuitas, laicas e apolíticas, ou seja, não professam credo religioso e político-partidário. O conceito de infância, tal como o concebemos hoje, sempre existiu ao longo da história humana, tendo em vista que sempre houve crianças e até a Idade Média, a criança, assim que ganhava alguma independência, era envolvida nas atividades da vida cotidiana, participando de todas as atividades juntamente com os adultos.
Constituem a dimensão “Formação e Condições de Trabalho das Professoras e demais Profissionais” a formação inicial das professoras, formação continuada e condições de trabalho adequadas. Estão de acordo com o documento intitulado “Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” (MEC, 2009).
A brincadeira de faz-de-conta é um campo de liberdade da criança, nela, a criança pode ser tudo que imaginar. Mas sua liberdade, segundo Vigostsky , é ilusória, já que, ao se envolver numa situação de faz- -de- conta, imitando a vida real, segue regras sociais das quais toma consciência ao brincar.
Na brincadeira, um mesmo objeto possui o mesmo sentido; fora dela, possui outro, no mundo infantil predomina a lógica dos desejos, a lógica da satisfação dos impulsos, mas não a lógica real.
A avaliação é instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das crianças. As instituições de Educação Infantil devem prever formas de articulação entre os docentes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental e providenciar instrumentos de registro que permitam aos docentes do Ensino Fundamental conhecer os processos de aprendizagem vivenciados na Educação Infantil, em especial na pré-escola. Para garantir um olhar contínuo sobre os processos vivenciados pela criança e devem ser criadas estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição por elas vividos.
Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar às crianças a manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar das práticas educativas, valorizar suas produções, individuais e coletivas, e trabalhar pela conquista por elas da autonomia para a escolha de brincadeiras e de atividades e para a realização de cuidados pessoais diários e devem proporcionar às crianças oportunidades para ampliarem as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprias trazidas por diferentes tradições culturais.
A substituição eventual ou no período de férias/afastamento de um professor ou professora de Educação Infantil deve ser feita por outro profissional que tenha a formação exigida para atuar na área e assegurar que bebês e crianças sejam atendidos em suas necessidades de proteção, dedicando atenção especial a elas durante o período de acolhimento inicial (“adaptação”) e em momentos peculiares de sua vida.
As crianças precisam brincar em pátios, quintais, praças, bosques, jardins, praias, e viver experiências de semear, plantar e colher os frutos da terra, permitindo a construção de uma relação de identidade, reverência e respeito para com a natureza. Experiências que promovam o envolvimento da criança com o meio ambiente e a conservação da natureza e a ajudem elaborar conhecimentos, por exemplo, de plantas e animais, devem fazer parte do cotidiano da unidade de Educação Infantil e outras experiências podem priorizar, em contextos e situações significativas, a exploração e uso de conhecimentos matemáticos na apreciação das características básicas do conceito de número, medida e forma, assim como a habilidade de se orientar no tempo e no espaço.
Cada professora deve fazer registros sobre as brincadeiras, vivências, produções e aprendizagens de cada criança e do grupo. O documento intitulado “Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” foi elaborado para ser usado por instituições de educação infantil. Secretarias de Educação e Conselhos Municipais de Educação podem estimular o seu uso. É importante observar que a adesão das instituições de educação infantil deve ser voluntária, uma vez que se trata de uma auto avaliação.
Para elaborar a proposta pedagógica, a equipe de uma instituição de educação infantil deve se atualizar sobre as orientações legais vigentes e sobre os conhecimentos já acumulados a respeito da Educação Infantil. A proposta pedagógica não deve ser apenas um documento que se guarda na prateleira.
Residir na zona urbana ou rural é outro aspecto de tem impacto importante na oportunidade de acesso à Educação Infantil. Isso provavelmente reflete não apenas fatores relacionados à estrutura da oferta, mas também à cultura e ao modo de vida na área rural. A população preta ou parda continua apresentando desvantagem no acesso à educação infantil, tanto para as crianças até 3 anos, quanto para as de 4 e 5 anos.
V
No atual contexto da educação brasileira as oportunidades de frequentar a educação infantil permanecem maiores ou menores conforme as características sociais das crianças e suas famílias.
Um aspecto importante decorrente do reordenamento legal em relação à educação infantil refere-se à exigência de formação para professores e educadores que atuem na creche e na pré-escola. A faixa etária de zero a três anos, que historicamente esteve sob a responsabilidade da assistência social, foi incorporada à área de educação, devendo adotar, portanto, os princípios que norteiam o ensino no país, definidos na Constituição Federal, em seu art. 206. A igualdade de condições de acesso e entre os princípios que norteiam a educação infantil estão os que se referem ao direito à permanência na escola, a valorização dos profissionais do ensino, a gestão democrática e a garantia de padrão de qualidade.
O que a natureza lhe provê no nascimento é condição necessária, mas não basta para mover seu desenvolvimento. É preciso se apropriar da experiência humana criada e acumulada ao longo da história da sociedade. Apenas na relação social com parceiros mais experientes, as novas gerações internalizam e se apropriam das funções psíquicas tipicamente humanas – da fala, do pensamento, do controle sobre a própria vontade, da imaginação, da função simbólica da consciência –, e formam e desenvolvem sua inteligência e sua personalidade.
A criança compreendida como um ser histórico- -cultural é qualificada como, desde muito pequena, capaz de explorar os espaços e os objetos que encontra ao seu redor, de estabelecer relações com as pessoas, de elaborar explicações sobre os fatos e fenômenos que vivencia. A infância é o tempo em que criança deve se introduzir na riqueza da cultura humana histórica e socialmente criada, reproduzindo para si qualidades especificamente humanas.
A criança, centro do planejamento curricular, é considerada um sujeito histórico e de direitos. Ela se desenvolve nas interações, relações e práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere.
Ser a primeira etapa da Educação Básica significa participar da política nacional de educação, com metas a serem alcançadas nos termos do Plano Nacional de Educação. A Educação Infantil é direito da criança a partir do nascimento, dever do Estado, ofertada pelos sistemas de ensino em regime de colaboração, e competência dos Municípios que devem implementá-la em instituições próprias (creches, pré-escolas ou escolas). Oferecer condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais.
Promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância.
O conjunto dos estudos desenvolvidos sob a ótica histórico-cultural aponta como condição essencial para essa máxima apropriação das qualidades humanas pelas crianças pequenas o respeito às suas formas típicas de atividade. Os processos educativos devem oferecer condições para que a criança se aproprie de determinadas aprendizagens que lhe promovem o desenvolvimento de formas de agir, sentir e pensar que são marcantes em um momento histórico. Através das brincadeiras e outras atividades cotidianas que ocorrem nas instituições de Educação infantil, a criança aprende a assumir papéis diferentes e, ao se colocar no lugar do outro, aprende a coordenar seu comportamento com os de seus parceiros e a desenvolver habilidades variadas, construindo sua Identidade. A importância do papel da brincadeira para estruturação das propostas e práticas pedagógicas para a educação infantil faz o brincar dar à criança oportunidade para imitar o conhecido e construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz.
Considerar as crianças concretas no planejamento curricular das instituições de Educação infantil significa também compreender seus grupos culturais, em particular suas famílias. A gestão democrática da proposta curricular deve contar na sua elaboração, acompanhamento e avaliação, tendo em vista o Projeto Político-pedagógico da unidade educacional, com a participação coletiva de professoras e professores, demais profissionais da instituição, famílias, comunidade e das crianças, sempre que possível e à sua maneira.
Sem fazer do meio uma fonte rica e diversificada do desenvolvimento e sem fazer dos adultos – ou de parceiros mais experientes – mediadores que permitam a apropriação da cultura, o desenvolvimento possível das máximas qualidades humanas não se efetivará.
VI
Para a Teoria Histórico-Cultural, algumas questões precisam ser consideradas pelos adultos ao organizarem de forma intencional o desenvolvimento das crianças pequenas.
A aprendizagem é entendida como a fonte do desenvolvimento e deixa de ser produto do desenvolvimento e passa a ser motor deste: a aprendizagem deflagra e conduz o desenvolvimento.
De acordo com a Política Nacional de Educação Infantil, as práticas nos espaços da Educação Infantil devem pautar-se pelo(a) indissociabilidade entre o cuidado e a educação.
A grande dificuldade está na compreensão dos gestores em educação, pois eles precisam conhecer o problema de perto. Entender porque a educação nas séries iniciais está desacreditada, e, tantos projetos investidos nela, falidos e sem resultados positivos. Esse é o caminho, pelo menos o começo.
Ao organizar um ambiente e adotar atitudes e procedimentos de cuidado com a segurança, conforto e proteção da criança na instituição, os professores, devem oferecer oportunidades para que ela desenvolva atitudes e aprenda procedimentos que valorizem seu bem estar.
O processo de avaliação tem um papel central na educação infantil e não pode ser feita apenas no final do ano letivo. Mediante o ato de brincar, a criança explora o mundo e suas possibilidades, e se insere nele, de maneira espontânea e divertida, desenvolvendo assim suas capacidades cognitivas, motoras e afetivas. O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, e é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço, constituindo-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens.
Toda a ação pedagógica é intencional e influencia a formação do educando, por isso precisa ser planejada pelo professor. Assim entendemos que o planejamento pode ser flexível, mas a ação pedagógica não deve ser improvisada, para Jean Piaget o desenvolvimento humano, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.
Sobre teorias de aprendizagem, a abordagem ambientalista, também chamada de behaviorista ou comportamentalista, privilegia a experiência como fonte do conhecimento e formação de há muito tempo.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto, mas contrário de muitos de seus contemporâneos, segundo o pensador suíço afirma que não concordava totalmente com o elogio da razão humana, a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência. Um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação à prática docente na educação infantil, alguns teóricos expressam o seu pensamento considerando de vital importância a questão da reflexão sobre a prática. Nesse sentido, Pollard identificou sete características da prática reflexiva que podem ser úteis para o docente da educação infantil, sendo que uma delas é enfoque ativo nas metas e em como tais metas são abordadas e nas consequências desse processo, juntamente com a “eficiência técnica”.
O brincar é fundamental para o desenvolvimento humano, e para a criança é a principal atividade, quando ela não está se dedicando às suas necessidades de sobrevivência, como repouso, alimentação, entre outras. Macedo (2006) apresenta cinco indicadores que permitem inferir a presença do lúdico nos processos de aprendizagem ou desenvolvimento e que favorecem na observação da dimensão lúdica nas atividades escolares.
O ambiente para crianças pequenas deve levar em consideração seus interesses e habilidades na construção de lugares, como também fornecer elementos e instrumentos para satisfazer os seus desejos e auxiliar no desenvolvimento de suas habilidades. O espaço, considerado como um organismo vivo, tem que ser capaz de mudar e evoluir conforme o projeto cultural dos que o habitam. O ambiente deve ser rico em estímulos. Muitos são os fatores que contribuem para a qualidade de um ambiente, dentre eles a sua organização funcional, Ceppi e Zini (2013)
A valorização da dimensão psicomotora, em especial na infância, potencializa a aprendizagem, o comportamento, a cognição e a afetividade, Haetinger (2005)
Se a preocupação é educar as crianças é porque elas inspiram cuidados e isso mostra que esses dois aspectos da educação infantil, na verdade, se constituem num só, não acontecem isoladamente. Portanto, o cuidar/educar não pode ser pensado nem trabalhado de forma desagregada e desunida.
Conforme Bujes, “Cada época tem a sua maneira própria de considerar o que é ser criança e de caracterizar as mudanças que ocorrem com ela ao longo da infância” (CRAIDY, 2001). Olhando a história, percebemos que uma série de mudanças têm ocorrido em relação à educação infantil e à maneira de trabalhar com a criança dentro de uma proposta curricular. Para Bujes, o desafio está em organizar um currículo com experiências que incluam o acolhimento, a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto, para o desenvolvimento da sensibilidade e das habilidades sociais, o domínio do espaço e do corpo e das modalidades expressivas; privilegiando o lugar para a curiosidade e o desafio e a oportunidade para a investigação.
A escola deve oportunizar experiências de aprendizagem que fortaleçam o comportamento solidário e democrático, propiciando a eficácia social.
Cada criança tem seu ritmo para realizar determinadas tarefas. O ritmo é individual, assim, o tempo de cada criança deve ser respeitado e é necessário diagnosticar o que os educandos já sabem, antes de iniciar o processo de alfabetização, pois é condição para o sucesso da aprendizagem da leitura e da escrita.
BIBLIOGRAFIA:
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (MEC, 2009).
“Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” (MEC, 2009),
Carta Constitucional da República Federativa do Brasil (1988)
(Lei no
9.394/96, artigo 29).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 48ª ed. - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014
CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor: a contribuição das histórias universais para a formação de valores das novas relações. São Paulo: Editora Gente, 2003